Semana passada mais uma reunião da nossa Confraria “Gran
Reserva”. O tema escolhido foi Argentina “genérico”, ou seja, sem restrições de
castas, regiões, etc.
Na mesa 5 tintos, na ordem cronológica de degustação:
1) Luigi Bosca Gala 1
2008 (trazido pelo confrade Rafael).
Corte diferente de Malbec com Petit Verdot e Tannat, se mostrou mais elegante
que da safra anterior aqui comentado. Achei a madeira menos invasiva, a
fruta menos abundante, e uma maior acidez. Certamente muito mais equilibrado
que da 2007. Importado pela Decanter
2) Tikal Almanegra Misterio
2008 (trazido pelo confrade Murilo).
Do grupo da família Catena, precisamente do Ernesto Catena (filho do Nicolas)
este tinto declarado como “corte secreto” é um blend de uvas não reveladas
(???). Intenso nos aromas e no paladar, um belo vinho, mas foi talvez o que
menos se destacou da noite, porém ganhou em quesito “melhor rótulo”! Importado pela Mistral
3) Lagarde Primeiras
Viñas 2008 (trazido pelo
confrade Martins). Malbec procedente de um vinhedo de 1906 (!) foi
certamente o vinho que mais impressionou no primeiro gole: pelo grande corpo,
pela textura aveludada, pela riqueza da fruta e pela potência. Mostrou,
estranhamente pela sua idade, leves notas de evolução (garrafa?). Importado pela Devinum
4) Navarro Correas
Structura 2005 (trazido pela confrade Margareth). Corte de Malbec com Cabernet
Sauvignon e Merlot. Apesar de uvas e safras diferentes, francamente achei bastante
parecido com o Lagarde (este é o limite que sempre critico dos vinhos
“novomundistas”: muitos deles acabam parecendo um com o outro), mas, mesmo
sendo de safra mais antiga, estava menos pronto. Importado pela Interfood
5) Riglos Gran Corte
2006 (trazido por mim). Entre os
melhores 5 vinhos da Argentina segundo o guia Descorchados, é um corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Cabernet
Franc produzido em pequena quantidade. Pra mim o mais elegante, equilibrado e
complexo da noite (e não porque foi a minha garrafa!): frutas de bosque, café,
tabaco e leves especiarias no nariz. Já na boca mostrou muita estrutura,
excelente acidez, taninos finos e um longo final. Importado até esta safra pela Grand Cru, hoje pela Decanter
Aos votos, a maioria dos presentes escolheu também o Riglos Gran
Corte como o grande ganhador da noite.
A nota curiosa sobre o produtor é que antes de se tornar a
prestigiada vinícola que hoje é (com a consultoria do cultuado enólogo Paul
Hobbs), as uvas de seus vinhedos eram vendidas para outras vinícolas como as
próprias Catena-Zapata e Luigi Bosca, aqui derrotadas. Os alunos que superam os
mestres.
Como sempre companhias e vinhos sensacionais amigo Mario. Um grande ponto importante a se fazer de degustações como estas é que às vezes levar grandes vinhos pouco envelhecidos, pode ser que não estejamos aproveitando todo o pontecial de guarda que poderão apresentar a médio prazo. Mas daí vem o dilema, guardar para beber ou beber sem guardar? Eu particularmente prefiro a segunda opção.
ResponderExcluirGrande abraço!
Eu também prefiro a segunda, mas em uma próxima, talvez possamos escolher um tema com vinhos mais antigos...
ResponderExcluirGrande abraço, meu amigo!