O vinho que inspirou o último post (veja aqui) é um top mesmo. Italiano
(alguém tinha alguma dúvida?), supertoscano de raça, do produtor que de fato
foi pioneiro na produção destes vinhos que se tornaram marcos da viticultura da
Itália e icônicos no mundo inteiro.
Estou falando de Antinori,
e neste caso especifico, de seu Solaia.
Lançado no ano de 1978 e produzido na já famosa tenuta Tignanello (no coração do
Chianti Classico), o Solaia é hoje o vinho top de toda a grande produção deste
grande produtor.
Recentemente rachamos uma garrafa entre amigos, de safra 2002.
Para quem não sabe, a de 2002 foi uma da piores na Toscana,
caracterizada por excessivas e fortes chuvas, sobretudo em Chianti. Isto tornou
difícil o trabalho e prejudicou as uvas tanto na questão da maturação, quanto
no estado sanitário dos cachos. Uma cuidadosa seleção das uvas de Cabernet
Sauvignon e Cabernet Franc resolveu o segundo problema, mas a Sangiovese não
alcançou uma maturidade satisfatória, ao ponto que foi excluída do tradicional corte
de 3 castas.
Ou seja, uma safra diferente, como o próprio rótulo afirma
logo abaixo do nome (Annata Diversa).
Mas o vinho é bom? Não, meus amigos, não é bom: é muito bom!
O deixamos decantar por uma meia hora ou mais e já fomos conquistados pelos
lindos aromas de fruta negra, flores e especiarias. O bouquet continuou vivo e impressionando
ao longo de mais de uma hora, evoluindo para notas tostadas, chocolate e café.
No palato muita elegância, uma textura levigada e complexidade de sobra. O
conjunto em perfeito equilíbrio: ótima acidez, madeira perfeitamente integrada,
álcool imperceptível, e taninos muito finos. Talvez (aliás, certamente),
não seja o melhor Solaia, mas se este é o Solaia de safra ruim, imagine o de
safra bom!
De fato, como antecipado na matéria precedente, os grandes
produtores redobram os esforços para manter a qualidade de seus vinhos tops e
os mais sérios, em casos de safra não satisfatória, chegam a conclusões
extremas, como até a de não produzir o vinho. O próprio Solaia, por exemplo,
não foi elaborado em 5 safras até agora. No caso de 2002 foi descaracterizado
do típico contributo da Sangiovese, ma de qualquer forma o resultado final foi
louvável e garantiu alta qualidade. Com 11 anos de vida, ainda agüentaria
tranquilamente mais 11.
Um grande vinho é um grande vinho. Always.
Vinho:
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Solaia
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Safra:
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2002
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Produtor:
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Marchesi Antinori
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País:
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Itália
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Região:
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Toscana (Chianti)
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Uvas:
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Cabernet Sauvignon (90%), Cabernet Franc (10%)
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Alcoól
(Vol.)
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13%
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Importadora:
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Winebrands
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Custo
médio:
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R$ 1.200,00
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Caro Mario,
ResponderExcluirÉ aquele negócio: Craque recebe a bola quadrada, dá aquela arredondada e faz um golaço!
Grande abraço,
Flavio
Grande Flavio,
ExcluirNão podia fazer uma comparação melhor: a sua metáfora é simplesmente perfeita.
Obrigado!
Forte abraço
Que bom que eu estava junto quando você tomou. Sensacional ! Tomar um Solaia sem Sangiovese é para poucos. Um abraço,Antônio Meirelles
ResponderExcluirGrande Antônio! Pois é, sabendo arriscar, o mundo do vinho sabe sempre nos surpreender.
ExcluirForte abraço!
Eu tenho uma garrafa desse vinho, será que alguém se interessa em comprar?
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