A cidade maravilhosa teve o privilegio de hospedar a feira Essência do Vinho, maior evento de
vinho de Portugal, pela primeira vez no Brasil.
Convidado a participar, não pude deixar de conferir. O local
escolhido (Centro de Convenções Sulamerica) se mostrou estratégico por localização e
estrutura: um moderno e amplo espaço
principal para todos os vinhos em prova livre, e várias salas para as
degustações temáticas fechadas.
Pessoalmente pude participar somente no primeiro dia e não
deu para provar muitos dos rótulos, mas pelo que pude ver, estava um show.
A maioria dos vinhos presentes eram, claramente,
portugueses, mas não faltaram rótulos de outros Países, e para todos os gostos.
Entre eles destaque para os vinhos chilenos da importadora Terramatter, com os
tintos da Von Siebenthal (Parcela #7, Montelig, Toknar e o ícone,
Tatay de Cristòbal, todos excelentes). A importadora trouxe também um
interessantíssimo lançamento, ainda não oficialmente vendido, e de minúscula
produção, o Amir da vinícola Una Hectarea: blend diferenciado com
base em Cabernet Franc
e cortado com Syrah, Petit Verdot e Malbec; da mesma vinícola também e destacou
o Sultan (Syrah, Malbec e Cabernet
Franc).
Continuando com os outros internacionais, a importadora Zahil
também trouxe coisa boa, como o saboroso Barbera
d’Asti Le Orme do Michele Chiarlo,
um bom Bordeaux genérico, o Les Granges
des Domaines Rothschild (Haut Médoc) e o clássico espanhol
Viña Alberdi Reserva de La
Rioja Alta.
Passando para os primos portugueses, destaque inevitável
para os velhos e bons conhecidos, como Herdade
do Esporão, Quinta da Bacalhoa, João Portugal Ramos, Paulo Laureano, Duorum, Fundação
Eugénio Almeida (Cartuxa). Entre as novidades
fiquei bem impressionado com os vinhos da Júlia Kemper (Quinta do Cruzeiro),
nova vinícola orgânica do Dão, sobretudo os brancos, muito prazerosos (ainda
sem importador no Brasil).
A Casa de Sarmento (importadora
Adrimar) que prima pela relação qualidade/preço de seus vinhos (como vimos aqui com o talvez melhor Bolso Esperto branco de sempre), soube me surpreender mais
uma vez com um ótimo espumante “Brut de
Baga” elaborado com método clássico com 100% Baga vinificada em branco. Bom e barato
(e ainda safrado!).
Mas os mais marcantes da feira pra mim foram os vinhos do
Douro da Domingos Alves de Souza (importados pela Decanter). A produção inteira é um show, a
partir dos mais simples da linha Caldas,
passando pelos Reservas, continuando
pelos da Quinta do Vale da Raposa, e
da Quinta da Gaivosa até o ícone Abandonado, impressionante corte de
Tempranillo (Tinta Roriz ou Aragonez), Touriga Nacional, Tinto Cão, um “vinhão”
de longa guarda. Mas embora o top seja excelente eu preferi o segundo vinho da
casa, o Quinta da Gaivosa Vinha de
Lordelo: o achei mais pronto e mais elegante: mesmo assemblage, mais uma adição de Touriga Franca,
com madeira menos presente a favor de boa fruta. Pena o preço, meio proibitivo (mais
de R$ 400,00).
Fui convidado também a participar da degustação especial da
vinícola José Maria da Fonseca. Em breve falarei à respeito em um post
dedicado.
De qualquer forma, em sua primeira realização no Brasil, o
evento foi um sucesso e certamente um bom teste para o mercado verde-amarelo,
ao ponto que já foi confirmada presença também para o próximo ano.
Não posso deixar de comentar sobre essa sensacional degustação em que o Blog já citou a maior parte dos grandes vinhos citados,destaques para Petit Verdot e Trincadeira da Cortes de Cima e, o inesquecível Dalva 63,um porto cuja memória olfativa foi descrita pelo A. Lalas como ouro líquido e pelo Aníbal(Espírito do Vinho) como obra de arte,
ResponderExcluirum abraço. Antônio Meirelles