O evento Vini Vinci foi praticamente perfeito. O patrão Ciro
Lilla, auxiliado pela competente assessoria da Sofia Carvalhosa
Comunicação já nos acostumaram a eventos de alto nível, e mais uma vez a organização não fugiu da regra. Atendimento
ágil, taças em profusão, comidinhas e água a vontade, e, o que mais importa, o
número de participantes em justa proporção com o dos produtores e com as
dimensões do espaço (no caso carioca, dois ambientes no 2° andar do belo hotel
Windsor Atlântica).
E os vinhos? Que perguntas! Um show. Em uma única tarde não
da para provar tudo, de qualquer forma seguem os meus destaques entre os que provei.
VIÑA TONDONIA (Lopes de Heredia) e seus vinhos clássicos de
Rioja. Seus brancos de extraordinária longevidade impressionam: o Viña Gravonia
Crianza 2003, o Viña Tondonia Reserva 1993 e o fantástico Viña Tondonia Gran
Reserva Blanco 1991. Os tintos não ficaram atrás: o Bosconia e o Tondonia
Reserva (2003 e 2001) são sensacionais e o Viña Tondonia Gran Reserva 1994 é um
vinho pra ficar na memória.
Outra vinícola tradicional espanhola: a CVNE. De acordo com
o produtor, seu Monopole foi o primeiro branco a ser produzido em Rioja. Todas as
linhas primam em qualidade, a Cune, a Vina Real, até o ícone Imperial Gran
Reserva 2001.
Os vinhos da CVNE |
A badalada BODEGA NOEMÍA, da Patagônia Argentina: criação da
gentil condesa italiana Noemi Marone Cinzano (com a qual tive um agradável papo).
Os vinhos tem uma inegável vocação novomundista, mas possuem um caráter
elegante tudo europeu. Já vimos o A Lisa
aqui, a seguir o J.Alberto 2009 é impressionante e o ícone Bodega Noemía 2009 (malbec)
faz jus ao seu nome, misturando concentração e finesse. O Noemía 2 talvez seja
ainda melhor: um cabernet/merlot produzido somente em safras excepcionais.
Com a Condessa Noemi Marone Cinzano (Bodegas Noemia) |
e seus belíssimos vinhos |
Continuando em vinícolas tops da América latina, a chilena
ERRAZURIZ, do Eduardo Chadwick, premiado produtor de vinhos que ganharam às
cegas dos maiores rótulos franceses e italianos. A linha premium Max Reserva
tem fantástica qualidade e seus super-premium são world-class: The Blend 2008, La Cumbre (1°
Shiraz produzido no Chile) 2006, Kai Carmenère 2008 e o ícone Don Maximiano
Founder’s Reserve 2007 impressionam um mais que o outro por intensidade e potência
aliados à elegância. Fechando com um Late Harvest Sauvignon Blanc 2010, vinho
de sobremesa de muito equilíbrio.
Os extraordinarios vinhos da Errazuriz |
Indo para os meus conterrâneos italianos. Começando por uma
das minhas vinícolas preferidas: ARGIOLAS, da região de Sardenha. Seus vinhos de
castas autóctones são deliciosos, unindo sabor aos taninos sempre vivos, com
toques diferenciados e exóticos. Os brancos S'Elegas 2011 (elaborado com a
casta Nuragus) é leve e refrescante; o Vermentino Costamolino 2011 tem uma
marcha a mais, e o Cerdeña 2007 (o único que ainda não conhecia) é sensacional.
Os tintos são cheios de especiarias e com taninos vivos. Mais saborosos e
frutados os premiums Perdera (produzido com a casta Monica) e o Costera 2009 (Cannonau),
um dos meus favoritos ever. Mais sérios e austeros os super-premium Korem Isola
dei Nuraghi 2006 e o ícone Turriga Isola dei Nuraghi 2005, um dos melhores vinhos da
Itália inteira. E o passito Angialis 2006? Espetacular por equilíbrio e sabor.
Grande Antonio Argiolas |
E seus incríveis vinhos |
A seguir FONTODI, com
seu bom Chianti Classico 2008, o Riserva Vigna del Sorbo 2006 e o badalado
(mais de uma vez no top10 da Wine Spectator) Flaccianello della Pieve 2007.
ARGIANO, famosa propriedade toscana, já pertencente à acima
Condessa Noemi Cinzano, recentemente adquirida por um grupo de brasileiros (!).
Os vinhos continuam ótimos: os clássicos Rosso e Brunello di Montalcino e os
modernos Non Confunditur, Solengo e Suolo, supertoscanos de classe.
A neo-brasileira Argiano |
Sempre da Toscana, um dos best-sellers da região: PICCINI.
Seu Chianti “orange” é um sucesso internacional. Bom também o supertoscano
Sasso al Poggio. A novidade Memoro é um vinho comemorativo dos 150 anos da
unidade da Itália, por isso decidiram usar um corte de uvas procedentes de 4 regiões:
primitivo da Puglia (parcialmente passificado, estilo Amarone), Montepulciano
de Abruzzo, Nero D'Avola da Sicília e Merlot do Veneto. Isto para o Rosso
(tinto), vinhão marcante em estilo moderno (extração/concentração/fruta/maciez),
mas bastante saboroso. O Memoro Bianco tem a mesma proposta e o corte traz
Viognier da Sicília, Chardonnay do Trentino, Vermentino da Toscana e Pecorino
de Marche.
Interessantes os vinhos de CONTE D´ATTIMIS-MANIAGO (que ainda não
conhecia), da região de Friuli. Refosco dal Penducolo Rosso e Schioppettino são
ótimas pedidas, assim como o original Vignaricco (corte de Cabernet, Merlot e Schioppettino).
Mas os brancos deixam a marca ainda mais. O Sauvignon e o Friulano (antigamente
Tokaji Friulano) são frescos e aromáticos. O Ronco Brolio 2007, talvez o melhor
branco do evento, é um corte de Pinot Blanc e Friulano, profundo, complexo e
elegante.
O Ronco Brolio 2007, talvez o melhor branco do evento |
Ainda teve espaço para uns bons franceses: os
Châteauneuf-du-Pape (blanc e rouge) 2010 do CLOS DE L'ORATOIRE e os bons
tintos do Rhone de OGIER, sobretudo o Gigondas Duc de Mayreuil 2010. O Crozes
Hermitage Comte De Raybois 2009 e o Côte Rôtie Cardinal Saint Ange 2009.
Citação de mérito para o Falanghina e o Don Luigi de DI MAJO
NORANTE, da região de Molise e um bom Arneis e um belo Barbaresco do produtor BERA (Piemonte).
Ainda os ótimos brancos da Alemanha da SELBACH-OSTER, na
beira do rio Mosel. Todos rieslings através das típicas denominações: Trocken,
Halbtrocken, Kabinett, Spatlese e Auslese (de secos a doces).
Os r |
Pra terminar, BOUTARI, a maior vinícola da Grécia. Seus
vinhos de castas autóctones, são bastante originais: o Nemea e o Agiorgitiko e
o clássico Naoussa (Xynomavro) e o único que leva uma casta internacional, o Skalani
(50% Syrah e 50% Kotsifali).
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