Pois é, o nome no rótulo é Xisto - Roquette e Cazes. A
primeira palavra para indicar o tipo de solo rochoso, e a seguir os sobrenomes das duas famílias que dão vida ao projeto. Mas nem todo mundo sabe que a família
Roquette é dona da famosa vinícola português Quinta do Crasto; e nem todo mundo
sabe que os Cazes são proprietários de um dos mais emblemáticos Chateaux de
Bordeaux, o Lynch-Bages. As duas famílias se juntaram em 2002 para criar no Douro
uma linha de vinhos que leva os próprios nomes. Eu que sou “marketeiro” teria
aproveitado, para o rótulo, a pompa das duas grandes marcas, mas evidentemente eles não estão
preocupados com marketing.
Este vinho é produzido para ser um top e se tornar um ícone de
todo Portugal, e pelo visto não esta longe disso. Corte de Touriga Nacional,
Tinta Roriz e Touriga Franca, procedente de vinhas cuja idade vai de 25 aos 90
anos. Estagia cerca de 20 meses em carvalho francês (40% novo).
Degustei o vinho ao longo de 3 dias (com a ajuda do vacu-vin) e a coisa interessante é que no terceiro dia estava melhor que nos
primeiros dois. De fato é um vinho que precisa longa decantação. Eu não botei
muita fé nisso, pois sendo de safra 2005 achei que estivesse já no ponto, mas
estava, evidentemente, enganado. Quando o abri, o caldo estava inteirinho, sem a
mínima nota oxidativa; os taninos estavam macios (embora vivos), mas o álcool
sobressaia muito. E olha que nesta safra o volume alcoólico está até moderado,
com 14% (na safra de 2007 chega em 15,5%!). Mesmo assim, só sentia álcool. No
segundo dia estava já melhor, mas ainda com certo desequilíbrio e a fruta
escondida. Já no terceiro dia ficou perfeito. A fruta finalmente apareceu, suculenta
e saborosa, com algumas especiarias e notas tostadas; o álcool parou de
incomodar e se integrou com o resto do conjunto de madeira, acidez e taninos muito
finos. Muito bom mesmo. Realmente um Douro com cara de Bordeaux.
Então seguem duas dicas se quiser tomar este vinho: primeiro, esvazie
a garrafa no decanter e esqueça o liquido ali por não menos de 2 horas; segundo,
prepare a carteira, pois não é nada barato (cerca de R$ 500,00).
Vinho:
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Xisto – Roquette & Cazes
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Safra:
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2005
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Produtor:
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Quinta do Crasto / Chateau Lynch-Bages
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País:
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Portugal
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Região:
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Douro
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Uvas:
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Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca,
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Alcoól
(Vol.)
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14%
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Importadora:
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Qualimpor
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Custo
médio:
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R$ 500,00
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Caro Mario,
ResponderExcluirConcordo plenamente. É um grande vinho. Eu já tive a oportunidade de apreciar esse 2005 algumas vezes, e ele sempre se destaca frente a outros bons vinhos (um exemplo: http://vinhobao.blogspot.com.br/2012/01/e-na-primeira-reuniao-da-confraria-do.html). E como você disse, melhora muito se for previamente decantado.
Abraços,
Flavio
Grande Flavio,
ExcluirQue bom que concordou com a minha avaliação. Li a sua matéria, realmente o Xisto não tinha como perder. Pena o preço meio proibitivo.
Obrigado pela visita,
Grande abraço!