Nestas últimas semanas tive o privilegio de ser convidado a
vários eventos e degustações: o calendário aqui no Rio está bem corrido, e ainda não tive tempo de postar algo a respeito (em alguns casos participei de
mais de um evento por dia - e infelizmente tive que abrir mão de outros). Mas vamos
tentar recuperar o atraso.
No dia 24/05 a convite da competente e simpática Andréa Fantoni da agência
de comunicação Rede Interação participei de um almoço harmonizado com o renomeado enólogo Luis Duarte, um dos mais premiados
winemakers de Portugal (várias vezes eleito melhor enólogo do Pais, por 18 anos
comandando os trabalhos da Herdade do Esporão e outras grandes vinícolas). Ele
veio apresentar uns vinhos de produção própria, mais alguns elaborados por ele para
a vinícola Herdade dos Grous. Todos
procedentes do Alentejo, de vinhedos orgânicos e produção sustentável.
O evento aconteceu no requintado restaurante Vieira Souto de Ipanema exclusivamente para
um seleto grupo de profissionais do mundo da eno-gastronomia carioca; e com
muito orgulho compartilhei a mesa com esta elite e com o próprio Luis Duarte.
O cardápio foi um show (veja foto abaixo) e os vinhos idem.
Vou aqui focar a atenção somente no “aspecto líquido”, mas vale ressaltar que a
comida estava sensacional.
Degustamos 7 vinhos, todos de safra 2009.
Começamos com o Rapariga
da Quinta Branco: elaborado com as uvas Antão
Vaz e Arinto, é um branco jovem e
despretensioso, mas muito interessante, com notas de pão e amêndoas, na boca
muito fresco e gostoso.
O branco seguinte, o Rubrica
Branco é um corte de Viognier, Antão
Vaz e Verdelho, com parcial
estágio em madeira: aromas de fruta tropical, manteiga e queijo derretido, com
muito equilíbrio e boa persistência na boca.
O primeiro tinto, o Rapariga
da Quinta Tinto é um corte de Aragonês,
Trincadeira e Touriga Nacional
com 6 meses de passagem em madeira: vinho exuberante e bastante frutado, mas
sem perder o equilíbrio.
O Rapariga da Quinta
Reserva é elaborado com mesmo corte, mas com uma maceração mais longa e o
dobro de estágios em madeira (12 meses): mais complexo que o precedente, além
da fruta madura mostrou notas de torrefação e alcaçuz, muita elegância na boca,
com taninos domados e boa acidez.
Seguimos com o Herdade
dos Grous Tinto, feito a partir de Aragonês,
Alicante, Touriga Nacional e Syrah
com breve passagem em
madeira. Notas florais e apimentadas e boa presença de boca.
Continuamos com o Rubrica
Tinto: Alicante, Touriga Nacional,
Syrah, Aragonês e Petit Verdot maturado por 9 meses em carvalho. Este
assemblage dá ao vinho uma interessante complexidade de fruta silvestre, hortelã
e toques de especiarias.
O astro do dia foi o Moon
Harvest: a palavra “astro” nunca foi mais apropriada, pois o nome do rótulo
remete ao cultivo biodinâmico pelo qual a colheita é feita no ciclo de maior influência da Lua, fato que supostamente daria às plantas o máximo de substâncias nutritivas. Verdade ou não (não entro aqui nas
questões biodinâmicas, quem quiser aprofundar clique aqui) o vinho é espetacular: Alicante Bouschet
em pureza, mostrou várias camadas de aromas (cassis, ameixa, alcaçuz, tabaco,
café); na boca uma textura aveludada e grande volume, taninos macios, perfeita
acidez e longo final.
Enfim, todos vinhos excelentes (todos com notas acima de 91
pela revista Wine Enthusiast), com características próprias e tipicidade alentejana.
Obviamente, como sempre, cada um tem o seu momento (e o seu prato), de qualquer
forma eu destacaria o Moon Harvest, pela complexidade e os dois Rapariga da
Quinta “básicos” (o branco e o tinto) para mostrar uma diferenciada
personalidade própria.
Os vinhos são importados pela Epice
Na minha mesa só feras (menos eu, é claro!): os jornalistas Marcelo Copello, Alexandre Lalas, Bruno Agostini e Reinaldo Paes Barreto, mais o
enólogo Luis Duarte e o presidente da ABS-Rio Ricardo Farias
De outra perspectiva
A organizadora do evento Andréa Fantoni e o maitre-sommelier da casa João Souza
O menu especial do dia
A vista da varanda do restaurante
0 comentários:
Postar um comentário