Recentemente participei de uma bela degustação de vinhos da
siciliana Tasca d’Almerita, a
convite do amigo Nicola Massa, representante da vinícola. A prova aconteceu na ABS Flamengo e contou com a participação
do renomeado jornalista/crítico de vinho (e amigo) Alexandre Lalas.
A Tasca é uma das empresas de vinhos mais comentadas dos
últimos tempos, tendo conseguido grande visibilidade e fama internacional,
sobretudo ganhando o cobiçado título de Vinícola do Ano em 2011 pelo prestigiado
guia do Gambero Rosso. A união de
tradição (200 anos de experiência) e modernidade, junto com um território único,
faz da casa realmente um must para o
apreciador de bons vinhos.
A vinícola possui vinhedos em várias sub-regiões da ilha da
Sicília, cada um com tipicidade própria; na ocasião provamos 6 rótulos, sendo 2 brancos, 3
tintos e um de sobremesa.
Começamos com o best-seller da casa: o Regaleali Bianco 2010, Corte de Inzolia, Grecanico, Sauvignon
Blanc e Catarratto. Considerado uma das melhores compras do mundo, é um
clássico italiano para brancos despretensiosos, mas gostosos. É leve, frutado,
equilibrado e muito agradável. Impossível não gostar (R$ 80,00).
O segundo branco foi o Nozze
d’Oro 2009. O nome significa “bodas de ouro”, e foi lançado justamente em
ocasião dos 50 anos de casamento dos donos da vinícola. Corte de 2 uvas, Inzolia
e Sauvignon Blanc, é um branco já mais importante e complexo (com uma evidente
lichia se destacando sobre os outros aromas frutados e florais), capaz de
evoluir alguns anos a mais, mas que não perde em frescor e leveza (R$109,00).
A seguir, o tinto Sallier
de la Tour Syrah
2009. A uva
syrah se expressa na Sicília de maneira única, diferenciando-se dos syrahs
franceses e do novo mundo que costumamos encontrar por aqui. O solo vulcânico
realça ainda mais as especiarias típicas da casta e agrega uma natural acidez
que privilegia um produto menos concentrado. Este exemplar, com parcial
passagem em madeira de 2° e 3° uso não foge do estilo, confirmando um conjunto
bem equilibrado (R$59,00).
O Regalelali Rosso
2009 foi um show. Nero d’Avola em pureza com estágio 50% em inox e 50% em
grandes barris de Eslavônia . Aromas
de mirtilo, ameixa, sálvia, chá preto, azeitonas e tabaco, boa presença de boca
com uma textura macia, taninos finos, acidez na medida e final médio (R$
80,00).
O Rosso del Conte
2005, corte de Nero d’Avola, Perricone e outras pequenas parcelas de uvas
tintas, é o super-premium da casa. Um
grande vinho, que já levou 93 pontos pelo Robertinho Parker e 3 bicchieri pelo
Gambero Rosso. Matura por 18 meses em barricas francesas de 1° uso e é
certamente um vinho capaz de agüentar bem o passar do tempo. No nariz cereja,
alcaçuz, café, menta, canela e tabaco; na boca grande corpo, uma densa rede de
taninos finos e maduros, boa acidez e madeira perfeitamente integrada
(R$272,00).
Encerrando com um vinho branco de sobremesa, o Capofaro Malvasia 2008. Procedente da linda ilha de Salina do arquipélago das Eolie é
um “passito” (produzido com uvas passificadas) de Malvasia. Em estilo Sauternes
(aliás, uma válida alternativa a eles), sem excesso de doçura e muito
frescor, apresentou notas de laranja, damasco e fruta cristalizada em geral. No palato um raro
equilíbrio entre açúcar e acidez (R$ 175,00).
Importados pela Mistral, são rótulos excelentes,
prejudicados talvez nestes dias de alta do dólar, por preços um pouco acima do
esperado. Tendo que eleger um ganhador eu votaria no Regaleali Rosso, também em
função da mágica junção de palavras “custo/beneficio”, mas de qualquer forma
são todos vinhos que merecem ser provados.
Ótimo post, Mario - como sempre, dá vontade de beber todos eles ... Conheço e concordo amplamente com a avaliação sobre o Regaleali Rosso. Quanto aso demais, vou atrás, claro ...
ResponderExcluirObservação - as barricas são da Eslovênia, não da "Eslavônia" ... risos ....
Abraços !
Obrigado Nivaldo pelas gentis palavras de sempre. Os vinhos são realmente ótimos.
ExcluirQuanto às barricas, são da Eslavônia mesmo (uma região da Croácia), que de fato muitos confundem com Eslovênia (País).
Grande abraço, meu amigo!
Veja só, e eu atribuindo o "Eslavônia" ao seu sotaque gringo ... risos ... Continuo aprendendo muito, aqui no seu blog !
ResponderExcluirAbraços
Ehehe, que isso, meu amigo! Eu também aprendo no seu, então estamos quites! ;-)
ExcluirGrande abraço!