O Bolso Esperto de hoje é um pouco particular, pois excede o
preço médio por mim estabelecido para esta categoria. Normalmente priorizo,
para os vinhos B.E., rótulos de boa qualidade com preço até R$40,00. Mas um bom
custo-beneficio não necessariamente
tem que ser barato: um vinho, digamos, de R$500 que tem mesma qualidade de um
de R$1000, pra mim também é um Bolso Esperto. Então desta vez quis premiar com
a “cobiçada” definição um vinho com preço um pouco acima da média da categoria,
mas que, garanto, vale a pena, e, afinal das contas, nem é tão caro assim.
O rótulo em questão é o Max Reserva Cabernet Sauvignon 2009 da vinícola Errazuriz, uma das mais cultuadas do Chile. O proprietário Eduardo Chadwick é autor de uns dos vinhos mais idolatrados do País, como o
Vinhedo Chadwick e Seña, que na famosa degustação às cegas de 2004 - conhecida
como Cata de Berlim - derrotaram lendas da enologia mundial como Lafite,
Margaux, Latour, Sassicaia, Solaia, entre outros. O vinho top da Errazuriz, Don
Maximiano, também fica sempre na briga em degustações do gênero.
Mas vinho top todo mundo sabe fazer não é? Bem, não
necessariamente, mas, you know what I
mean, acredito que uma boa vinícola se defina na base dos vinhos “menores”,
pois certamente é mais difícil fazer um vinho bom e barato que um bom e caro.
O Max Reserva é um rótulo da linha intermediária da casa, não
é exatamente barato – cerca de R$87 – mas tem qualidade de alguns tops de
outras vinícolas e de qualquer forma vale mais do que custa. Particularmente
este 2009 me surpreendeu bastante.
85% Cabernet Sauvignon e 15% Canernet Franc procedentes do
Vale de Aconcagua, o vinho matura por 12 meses em barricas de carvalho francês
e americano (33% novas).
Na primeira fungada pareceu um usual cabernet chileno, mas bastou
uma girada de taça que várias camadas de aromas secundários e terciários
subiram ou nariz: fruta seca, tomilho, pimentão e uma leve hortelã, depois café
e tabaco e especiarias. Na boca é elegante, de corpo médio, textura sedosa, e
muito equilíbrio entre taninos finos, boa acidez e madeira. Final de médio para
longo.
Não chega a lembrar um Bordeaux, embora tenha lido alguns comentários
do gênero, mas certamente é um tinto em estilo europeu, e mostrou muita mais finesse que seus colegas de preço
similar.
Importado pela Vinci.
Eu gosto muito...
ResponderExcluirAbraços
Que bom que estamos em sintonia, Oscar!
ExcluirMuito obrigado pela sua visita.
Grande abraço!
Olá Mario,
ResponderExcluirótimo post. Só uma duvida.. Quando se fala em 33% das barricas serem novas e o mesmo que dizer que elas foram usadas 3 vezes antes? E isso?
grande abraço
Olá, obrigado pela sua visita e pela pergunta. Na verdade significa simplesmente que 33% da barricas utilizadas são novas (sendo que o restante 67% do vinho ficou em barricas usadas). Já para indicar o significado que você mencionou se fala em barricas de “terceiro uso” ou “terceira passagem”.
ExcluirEspero ter ajudado.
Abraço!