A classificação dos 100 melhores vinhos do mundo de 2012 da
famosa revista Wine Spectator vocês vão encontrar em qualquer outro blog de
vinho, pessoalmente já falei muito a respeito destas famigeradas listas e atribuições de notas, e quem acompanha o MondoVinho já conhece minha opinião
(resumidamente: não estou nem aí, basicamente é muita politicagem e
marketing - leia mais aqui).
Tanto é que recentemente tomei o vinho que se classificou em
4° lugar e nem imaginava que poderia ser isto tudo na opinião dos queridos críticos
americanos.
Degustei o Châteauneuf-du-Pape
Clos des Papes 2010 no mês passado em
Paris, na famosa loja Lavinia, verdadeiro mega-store de vinhos. Era um dos vinhos em degustação
em taça nas maquinas Enomatic, no caso, adquiri um crédito de 30,00 euros e
degustei 4 vinhos:
- Vosne-Romanée "Les Champs Perdrix” 2010 Bruno
Clair
- Château Batailley 2000 (Grand Cru Classé
- Pauillac)
- Château Branaire-Ducru 2006 (Grand Cru Classé
- Saint-Julien)
- Châteauneuf-du-Pape Clos des Papes
2010 (mesma safra da lista).
Para falar toda a verdade este Châteauneuf foi o que mais
gostei do painel, mas longe de valer 98 pontos (sim, a WS deu 98!) e classificá-lo
como o 4° melhor vinho do mundo!
De qualquer forma, um ótimo tinto, com toda a tipicidade da denominação:
fruta negra abundante, apimentado, profundo e longo. Basicamente um grenache
(80%) completado por syrah and mourvèdre.
O segundo meu favorito deste painel foi o Vosne-Romané do
Bruno Clair, elegantíssimo. Este vinhedo (Les Champs Perdrix)
fica logo abaixo do cultuado La
Tache do Romanée Conti. Com certeza foi um dos mais
diferentes pinots borgonheses já provados, com notas muito minerais e toque
defumado, com toda a delicadeza da casta.
Já os dois Bordeaux, embora ambos Grand Cru Classe, foram os
mais “decepcionantes”. Notar que coloquei a palavra entre aspas, pois trata-se
de dois excelentes vinhos, mas que não me marcaram particularmente. Com os clássicos
cortes de cabernet sauvignon, merlot e cabernet franc (com pitadas de petit
verdot), o Château Batailley mais profundo e maduro, o Branaire-Ducru mais
elegante e um pouco mais duro, os dois com ótima acidez e taninos finíssimos,
com aquelas notas terrosas e de tabaco típicas da região.
Acabo de descobrir que o Clos des Papes 2005 foi até o 1° da
lista da Wine Spectator em 2007 (oh, my God...), aí vai minha dica de sempre: não
compre vinhos pelas notas, vai pagar mais caro e correr o risco de se decepcionar
bastante.
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