Voltamos rapidamente às salvaguardas. Entre inúmeros
protagonistas desta “guerra” que atingiu nosso querido Brasil (e ainda se
espalhou lá fora) gostaria de destacar dois paladinos do consumidor de vinho. É
obvio que personagem como o Ciro Lilla (e outros importadores) ou Adriano Miolo
(e outros produtores) tenham interesses particulares em jogo e o juízo crítico
deles acabe inevitavelmente condicionado.
Muitos guerreiros já participaram da batalha
desinteressadamente, mas a luta contra as salvaguardas tem principalmente dois intrépidos
cavaleiros: um é o cineasta/sommelier Jonathan Nossiter, estrênuo defensor do terroir e de vinhos artesanais. O outro
é o jornalista/ crítico Alexandre Lalas, um dos mais lúcidos escritores de
vinho deste País.
Nenhum dos dois tem nada a ganhar se a mal-falada medida for
aprovada ou não, mas os dois assumiram a luta com grande garra, quase fosse uma
questão pessoal, pelo bem maior de todos os consumidores e para uma sana
difusão da cultura do vinho no Brasil.
Os dois se encontrarão “virtualmente” no badalado
restaurante carioca Aprazível, cuja carta de vinhos foi elaborada pelo Nossiter
e cujo espaço será teatro de uma degustação promovida pelo Lalas. Uma
mini-feira de vinhos de pequenos produtores nacionais que não aprovam o projeto
das salvaguardas, que vão mostrar toda a força e a tipicidade de um trabalho
feito com grande coragem.
O evento acontece na próxima terça feira, dia 15 de Maio no
citado restaurante em
Santa Teresa das 15h às 19h e conta com a participação das
vinícolas Adolfo Lona, Angheben, Antônio Dias, Cave Geisse, Chandon, Dezem, Don
Abel, Don Guerino, Era dos Ventos, Maximo Boschi, Millantino, Quinta da Neve,
Vallontano e Villagio Grando e mais algumas a confirmar. A entrada é franca.
Enquanto isso no Iate Clube da cidade acontece o Circuito
Brasileiro de Degustação, evento dos órgãos oficiais do vinho no Brasil.
Mesmo dia, mesmo horário. Veja você qual evento escolher, eu
não quero influenciar ninguém. Mas no dia 15 já sabem aonde me encontrar, né?
Ontem mesmo, estando em um restaurante da Orla Bardot em Búzios, tive o intenso prazer de exercer o boicote! A carta de vinhos era material impresso e fornecido pela Miolo, só com vinhos da Miolo, de produção nacional ou de países da América do Sul mas de propriedade da Miolo. Chamei o maitre e disse que se era só aquilo que a casa tinha eu não iria querer nada, e expliquei o porque. Imediatamente me disponibilizaram outras marcas que não constavam da carta, e fiz minha escolha. O maitre me afirmou que estava sabendo do boicote e que estavam reformulando a carta de vinhos da casa. No que depender de mim a Miolo e seus asseclas estão liquidados.
ResponderExcluiré isso ai Affonso! Infelizmente é só desta forma que vamos conseguir algum resultado...! Estamos na luta.
Excluir