Já sei e admito: sou suspeito quando afirmo que em eventos
com vinhos do mundo inteiro o destaque vai para os italianos. Mas se o brasileiríssimo
amigo e ilustre jornalista/crítico Alexandre Lalas me fala que os melhores
vinhos do Wine Tour da Interfoods foram 3 italianos, quem sou eu para discordar?
Ehehe.
Então, semana passada participei do acima citado evento no
Rio de Janeiro a convite da própria importadora. Duas palavras a respeito da
organização antes de falar dos vinhos. O lugar muito bonito (um clube naval
numa ilhota da Lagoa Rodrigo de Freitas) e o salão bem espaçoso com vista
panorâmica não aliviaram os problemas de superlotação. Em muitos casos nem
consegui chegar perto das mesas dos expositores e quando consegui fui logo
empurrado para fora pela multidão. Se era difícil conseguir um gole, imagine
conversar com os produtores. Muitos vinhos acabaram horas antes do término do
evento e nem provei tudo que eu queria. Mas como se tratava da primeira edição
do evento, vamos dar um desconto para os organizadores, esperando que nas
próximas tenham mais cuidado com o número de participantes.
Falando em vinhos, o catalogo é bastante variado e com umas pérolas. Logo que cheguei fiz a minha devida
visita para o estande do Elio Grasso, importante produtor do
Piemonte. Todos vinhos show de bola: o Dolcetto
d’Alba, o Langhe Nebbiolo, um belíssimo
Barbera d’Alba Vigna Martina e dois
superlativos barolos: o Ginestra 2005
e o Gavarini 2006 (preços de R$90 a
R$485).
Continuando no Piemonte passei por uma vertical de Barbaresco do Giuseppe Cortese: 3 crus de Rabajà, 2007, 2005 e 2003. Apesar da
2003 ter sido uma safra fraca, foi esta a melhor das três em minha opinião, já
pronta, super-elegante e com os taninos amaciados; seguida pela 2007 que estava
melhor que a de 2005 (R$225).
O Rocche dei Manzoni também mostrou consistência,
especialmente com um belíssimo Barolo Big d’Big 2000 (R$485)
Em seguida foi para a região do Friuli. Os brancos de
Schiopetto são muito intrigantes e complexos, especialmente o Tocai Friulano
(R$170); já do Fantinel além do clássico Refosco, gostei do Prosecco (R$75) e
de um Cabernet Sauvignon simples e um pouco rústico, mas muito agradável (R$67).
Para a Toscana, não poderia deixar de falar da tradicional Fattoria dei Barbi. Também vinhos todos
excelentes, especialmente os brunellos: o “básico” 2006 muito bom, o reserva
2005 ainda fechadinho, mas o meu destaque vai para o Vigna del Fiore 2005, brunello de vinhedo único, uma delicia
(R$285).
Da mesma região, o Rocca di Montegrossi, com um notável rosé
com base em Sangiovese/Merlot/Canaiolo e um belo Chianti Classico.
Entre os brancos os chablis de La Chablisienne não me
empolgaram, nem mesmo os Premier Crus (senti falta de mineralidade), já
apreciei bastante os rieslings alemães de Eltviller (R$70).
Entre os mais exóticos, os libaneses do Chateau Ksara (que
já comentamos aqui), entre eles destaque para o Cuveé de Printemps, interessante versão/variação
de beaujolais, sendo um diferente corte de tempranillo e gamay com maceração
carbônica e o estruturado Chateau Ksara 2004 (cabernet sauvignon), que
estava soberbo (R$150)
Ainda teve tempo para os bons champagnes premier cru da Cattier, muito
agradáveis, com notas de pão tostado, manteiga e amêndoas (R$220)
E para terminar, um discreto Sauternes do Château Liot (R$185) e um Porto Calem 20 anos, de muita
complexidade, com nuances de especiarias, mel e geléia de ameixas (R$205),
perfeitos para encerrar a noite.
Fui no evento aqui em São Paulo...Também adorei o Rocche dei Manzoni Barolo Big d’Big. Adorei todos do Giuseppe Cortese, em especial o 2005. Não apreciei os Riesling... E os Tokaj estavam incríveis. Você conseguiu prova-los?
ResponderExcluirGrande beijo
Evelyn
Cara Evelyn!
ExcluirO tokaji é um daqueles que acabou cedo: quando cheguei já não tinha mais...fiquei muito decepcionado (para não dizer p#to, rsrsr). Mas para compensar tomei um Sauternezinho, que tinha até esquecido de citar (já adicionei no fim da matéria), vc provou?
Obrigado pela visita, um beijão!
Não tomei o Sauternes! Beijo
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