Na última reunião da nossa Confraria Gran Reserva o tema foi vinho nacional até R$150 (às
cegas) e foi bem interessante.
A coisa simpática foi que o Rota 324, belíssimo cabernet da vinícola Don Abel foi vetado, principalmente
para evitar vinhos repetidos, pois já tínhamos tomado algumas vezes e como todo
nós gostamos, teria sido com certeza a escolha de muitos confrades (e ainda provavelmente
teria levado a melhor); mesmo assim as chances de ter duplicados eram altas,
mas foi surpreendente constatar no final que não apareceu nenhum vinho
repetido; tivemos só um caso menor: 2 mesmos rótulos, mas de safras diferentes.
A degustação aconteceu às cegas, menos que para o branco de
abertura, que foi o Era dos Ventos
Peverella 2010, talvez o melhor branco brasileiro da atualidade (mais para
orange wine).
A seguir os tintos, degustados nesta seqüência:
- Villa Francioni VF 2006
- Salton Desejo 2008
- Lido Carraro Quorum
2004
- Lido Carraro Quorum
2006
- Casa Perini Quatro
2009
- Era dos Ventos
Merlot 2008
- Miolo Lote 43 2011
- Casa Valduga Storia
2008
- Casa Valduga Raizes Gran Corte 2010
E este último da lista foi o ganhador da noite. Olha que interessante: fala-se muito da
merlot ser a casta que melhor se adapta ao terroir brasileiro, mas curiosamente
o Raizes é o único de todo o
painel que não contem merlot em seu corte, sendo um blend de Cabernet
Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat.
Só pela crônica: de qualquer forma não foi este o vinho que
eu votei: o que mais gostei foi o Era
dos Ventos Merlot, por suas cara mais européia, num estilo mais clássico e
uma leve e agradável rústicidade. E foi o vinho que se colocou em 2° lugar.
O 3° colocado do pódio foi o Casa Perini Quatro, um corte inusitado de Ancellotta, Cabernet
Sauvignon, Merlot e Tannat, resultando num tinto muito interessante
embora de estilo moderno.
De qualquer forma devemos admitir que os vinhos brazukas
melhoram safra após safra e que está na hora de deixar o preconceito do lado.
Aliás, vou até admitir que hoje em dia eu prefiro um bom brasileiro a um equivalente
argentino ou chileno, de modo geral. Pois, enquanto os vinhos dos 2 vizinhos tendem
a parecer um com o outro seguindo os ditames e as prescrições de Parker e Cia,
os vinhos nacionais (não todos, é claro) têm certa identidade própria; podem
até ter umas imperfeições, mas respeitam e trazem o que de melhor a terra tem a
oferecer.
Essa confraria foi realmente muito interessante. E temos outros nacionais mais baratos que podiam estar brigando com esses. Cito o Milantino e o Vallontano com suas variedades de vinhos, especialmente Merlot e Corte que poderiam estar na disputa. Vamos na próxima de Bordeaux na confraria Gran Reserva e com direito à volta do Confrade Martins.
ResponderExcluirOba!!!
ExcluirPrezado, qual foi a ordem de classificação?
ResponderExcluirabraços
Caro Pedro,
ExcluirGeralmente calculamos somente os primeiros 3 mais votados. Neste caso o pódio foi:
1°- Casa Valduga Raizes Gran Corte 2010
2°- Era dos Ventos Merlot 2008
3°- Casa Perini Quatro 2009
Obrigado pela visita!
Abs