A Eurovin é uma nova importadora carioca, com foco em vinhos
de Bordeaux. Como os vinhos estão no mercado há poucos meses, o proprietário da
empresa, Fabio Cury, chamou um grupo de amigos do vinho para escutar opiniões e
dar um aval sobre os rótulos que ele trouxe então partimos para mais uma
missão.
Os vinhos apresentados foram 7, sendo um Prosecco (único
vinho da importadora não francês, por enquanto) e 7 tintos bordalêses, todos
muito interessantes.
Começamos com o espumante, vinícola SENSI: PROSECCO 18K PURE GOLD 2012. Para começar a garrafa é um
show de beleza, toda dourada, que a torna perfeita para um momento especial ou
para um lindo presente. Mas não é só invólucro não, o liquido dentro da garrafa
também é bom. Sensi é uma grande vinícola toscana, mas produz vinhos também no
Abruzzo e Veneto, que é o caso do espumante em questão: denominação Prosecco
Treviso D.O.C. Brut, obviamente é um Glera 100%., agradavelmente frutado, com
refrescante acidez e um final cremoso que chama para mais um gole.
A seguir vieram os tintos de Bordeaux, muitos da badalada
safra de 2009, considerada uma das melhores de sempre:
-CHÂTEAU
ROUSSET-CAILLAU 2009. Produzido pela Maison Bouey, vem da região de
“Entre-Deux-Mers”. Não é um vinho de denominação de origem, mesmo assim levou
medalha de bronze no Concours de Bourdeaux 2010. Corte clássico, mas com
prevalência de Merlot (50%), o restante é Cabernet Sauvignon (35%) e Cabernet
Franc (15%). Não passa por madeira. Aromas frutados e de alcaçuz, corpo de leve
para médio, taninos firmes e um retrogosto levemente amargo. Um bom Bordeaux
para o dia a dia
-CHÂTEAU PONTET
SALANON 2009. Da mesma vinícola, e mais o menos com o mesmo corte (mas com
uma pitada de Petit Verdot) vem da denominação Haut-Medoc e estagia por 16
meses em barricas de carvalho. Bem mais macio e profundo que o anterior, traz
ao nariz perfumes de bosque e notas tostadas. Final frutado agradável.
- CHÂTEAU MAISON
BLANCHE 2009. Este foi o favorito de muitos por sua textura aveludada,
taninos redondos e boa fruta madura. Cru Bourgeois de Médoc, de propriedade de
Patrick Bouey, é um Merlot (80%) com Cabernet Sauvignon. Talvez o mais moderno
do painel.
- CHÂTEAU TOUR SAINT-
FORT 2009. Já este foi o meu favorito. Um Cru Bourgeois da appellation de Saint-Estèphe mostrou
toda a tipicidade do caso: fruta negra, notas terrosas, grama molhada,
especiarias, boca um pouco rústica, com taninos firmes (mas finos), alta acidez
e final muito persistente. Um vinho que vai melhorar ainda para os próximos 15
anos.
- CHÂTEAU D’ARSAC
2010. Mais um Cru Bourgeois da mais elegante denominação de Médoc: Margaux.
Com predominância de Cabernet Sauvignon (60%), sendo o restante Merlot, o blend
passa 1/3 em barricas novas, 1/3 em barricas de um ano e 1/3 em barricas de dois
anos. O resultado faz jus à denominação: elegância pura no copo, passando de
aromas de violeta, fruta silvestre e alcaçuz para uma boca limpa e delicada, apesar
da grande estrutura e concentração. Taninos finíssimos e final longo.
- VIEUX CHÂTEAU BOURGNEUF
2006. Este é um fora de série, que nem se compara com os outros provados
até aqui. Um hors concours, como
diriam justamente os franceses, pois estamos noutro patamar. Pomerol, para que
não sabe, é o terroir de onde vem o mítico Petrus e este vinho é feito pouco
distante. Obviamente é um merlot varietal (cortado com um pouco de cabernet
franc) de vinhedos de 50 anos de idade.
Tem tudo que se pode esperar de um Bordeaux de alto nível:
boa fruta, acidez, taninos, madeira, maciez e persistência, mas tudo em
perfeito equilíbrio e envolvidos numa textura super-sedosa. Com seus 8 anos de
vida está perfeito agora, mas ainda pode ser guardado para uns mais 10 anos. Vinhaço.
Enfim, o Fabio está de parabéns, desejamos a ele e sua
importadora grande sucesso, que com estes vinhos não vai ser difícil de
alcançar.
Mais informações no site www.eurovin.com.br
Fotos gentilmente cedidas por Francisco Carneiro
Grandes vinhos!
ResponderExcluirSensi 18k, simplesmente magnífico!
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