Semana passada participei da 2ª edição do Wine Lounge, feira
de vinhos da Wine Brands. Embora já conhecesse vários rótulos da importadora,
não tinha participado da edição passada, então fui ao evento com bastante
curiosidade e expectativa. O lugar escolhido no Rio foi certamente um valor
agregado: o moderno salão do MAM, com vista privilegiada para Baia de Guanabara
e para o Centro da cidade foi um perfeito palco para os participantes. Ainda,
para tornar a estadia e a degustação mais agradáveis, boas comidinhas e música ambiente.
Infelizmente não consegui chegar em tempo para a sessão fechada para imprensa,
perdendo inevitavelmente muitos dos vinhos, mesmo assim a degustação foi bem
interessante.
Vamos para os meus destaques.
Quase inútil destacar os rótulos de Antinori, que foi o grande protagonista do evento. Falar de grandes
vinhos como Tignanello, Badia a Passignano, Guado al Tasso, Pian delle Vigne,
entre outros, seria um puro exercício de retórica. Mas também os mais “simples”
como o Pèppoli, il Bruciato ou os pugliesi da Tomaresca mantém o mesmo perfil,
sendo sempre perfeitamente executados.
Monstro sagrado a parte, o meu destaque vai sem dúvida para
a Falesco. Vinícola da pouco
badalada região italiana de Lazio, fundada e dirigida pelos celebrados irmãos Renzo
e Riccardo Cotarella, entre os melhores enólogos do mundo (criadores de vinhos
icônicos around the world, inclusive do próprio Antinori). Seus vinhos são puro
veludo, o Montiano é um sensacional e elegantíssimo merlot em pureza, o Tellus
é um insólito e sedoso syrah e seu branco Ferentano, varietal da antiga casta
autóctone Roscetto, é um vinho complexo e diferente, pra mim o melhor branco do
evento.
Muito interessante também a ilha de vinhos americanos. Basicamente
todas de propriedade do mesmo grupo capitaneado pelo Chateau St. Michelle, de Washington State, autora de ótimos
rieslings (também em colaboração com a alemã Dr. Loosen) e elegantes merlots e
cabernet. Do mesmo estado e grupo é a Columbia
Crest, já considerada entre as melhores dos EUA (seu Cabernet Sauvignon
Reserve é referência e já foi o n.1 da célebre top100 list da Wine Spectator).
A Califórnia foi representada por uma outra famosa vinícola do grupo, a Stag’s Leap (seu Cabernet foi ganhador
da histórica degustação de 1976 conhecida como Julgamento de Paris); e ainda tinha
Pinot Noir do Oregon com a vinícola Erath.
Destaque para o Col Solare, parceria da Chateau St. Michelle com a
Antinori: seu fantástico blend bordales é mais uma obra do mestre Cotarella
acima citado.
A França também foi bem representada, no caso especifico a
elegância da Borgonha, com os vinhos de Albert
Bichot. Entre eles destaque para os brancos, especialmente o Chablis Grand
Cru Moutonne, muito mineral, e o macio e redondo Puligny-Montrachet.
Outro produtor que mostrou bons vinhos é o Prunotto, da região de Piemonte, com
seus Barbera, Barolo e Barbaresco de alto nível.
Da Espanha uma impressionante seqüência entre Toledo e
Ribera del Duero da Marques de Griñon:
Balbàs, Caliza, El Rincon e uma linha de varietais. Os vinhos são todos macios,
encorpados, muito extraídos e potentes, em estilo bem moderno. Muito agradáveis,
o único limite seja talvez a evidente semelhança entre eles. Tendo que destacar
um, escolho o Petit Verdot.
Ainda tive tempo de provar pela primeira vez os vinhos da argentina
Finca Perdriel, projeto do gigante
Norton: os vinhos são no clássico estilo mendoncino, mas muito bem acabados,
especialmente os blends Centenário e o Single Vineyard (malbec, merlot e
cabernet sauvignon).
Nas fotos abaixo, alguns dos destaques:
Marques de Grinon |
Albert Bichot |
Falesco |
Columbia Crest |
Stag's Leap |
Oregon é um caso interessante, tem mais de 400 vinícolas (ok, a maioria mais que absoluta são de pequenas propriedades)e quase nada chega aqui no Brasil.
ResponderExcluirPraticamente todas elas tem pelo menos um Pinot Noir.
Acredito que é uma parte do mundo ainda pouco explorada por nós aqui.
Valeu pela menção, Mário.
Abs
Grande Marcelo,
ResponderExcluirPois é, os Pinots do Oregon são um sucesso, mas aqui no Brasil temos ainda poucas opções e todas caras. De qualquer forma são vinhos interessantes, diferentes dos pinots que conhecemos.
Obrigado pela visita e pelo comentário,
Forte abraço!