Quem acompanha o MondoVinho sabe que não sou fã de malbecs de Mendoza, com
as típicas características de “tudo em cima” (potência, opulência, corpo, álcool,
madeira, açucares, etc). Mas como disse
em mais de uma ocasião, este mesmo discurso não vale para os malbecs de outras regiões;
particularmente aprecio muito os vinhos da Patagônia.
Hoje vou falar de um tinto que me agrada bastante: o A Lisa, da Bodega Noemìa.
A nobre família italiana Cinzano produz o famoso e homônimo Vermouth, espumantes e Brunellos
na Itália, além de um dos mais elegantes vinhos do Chile (veja aqui).
A condessa Noemi Marone Cinzano, escolheu a Patagônia argentina
para dar vida ao seu novo projeto e junto com o enólogo danes Hans
Vinding-Diers fundou a Bodega Noemìa no vale do Rio Negro. Embora possa
ser considerada como “boutique”, de pequena produção artesanal, em poucos anos
a vinícola se tornou a mais badalada da região e uma das mais importantes de
toda a Argentina. Seus vinhos trazem toda a influença européia e o clima (seco
com amplas variações térmicas entre dia e noite e estações bem precisas) também
contribui para que os vinhos mostrem uma elegância incomum em terroirs mendoncinos.
O A Lisa é o vinho de “entrada” (entre aspas, pois de
entrada tem bem pouco) da vinícola e mostra bem estas caraterísticas.
Varietal Malbec (90%), com pitadas de Merlot e Petit-Verdot, de vinhedos de 60 anos, é maturado por cerca de 8 meses em carvalho de terceiro
e quarto uso.
Nariz floral com notas mentoladas e levemente tostadas, além
de boa fruta silvestre. Boca elegante, embora com corpo consistente e volumoso: a sensação frutada se repete, a boa acidez convida para mais um gole
e os taninos suculentos fecham com chave de ouro. O álcool civilizado (13%) é
mais um ponto a favor.
Vinho:
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A Lisa
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Safra:
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2008
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Produtor:
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Bodega Noemìa
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País:
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Argentina
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Região:
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Patagônia – Rio Negro
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Uvas:
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Malbec (90%), Merlot (9%), Petit-Verdot (1%)
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Alcoól
(Vol.)
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13%
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Importadora:
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Vinci
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Custo
médio:
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R$ 98,00
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Notas:
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RP 91; WS 90; DEC 4*
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