Hoje em dia o Chile está repleto de investimentos
estrangeiros: renomeados produtores franceses, americanos, italianos já se
instalaram aos pés da Crodilheira, mas foi a vinícola espanhola Miguel Torres a
primeira a apostar no terroir chileno, em 1979, quando comprou uns vinhedos no
vale de Curicò.
O Manso de Velasco é uma de suas máximas expressões e um dos
mais comentados e pontuados vinhos chilenos (o guia Descorchados o elegeu melhor tinto chileno em 2010): um cabernet sauvignon em pureza,
de vinhas centenárias, que sempre tive curiosidade em provar. A curiosidade
aumentou mais ainda com os relatos do amigo Daniel Perches (Vinhos de Corte)
que o achou de cor clara e sem os aromas típicos dos cabernet chilenos, ao
contrário dos comentários do outro amigo Silvestre Tavares (Vivendo a Vida) que
o achou quase preto e com os clássicos aromas de fruta em compota
e chocolate.
Então, como um exemplar de safra 2007 tinha recentemente
aterrisado na minha adega diretamente de Santiago logo ha alguns dias, acelerei o processo de abertura da
mesma, chamei uns amigos e levei o Manso para um dos meus restaurantes
favoritos do Rio, o Galeria 1.618*.
De maneira geral a minha garrafa estava mais próxima à
descrição do Silvestre que a do Daniel: cor rubi granada, quase impenetrável. Mas os aromas de fruta madura, café e chocolate estavam um pouco tímidos, mesmo
depois de decantação. Na boca estava esperando aquela clássica pancada chilena,
mas me surpreendeu pelo equilíbrio. É claro que as característica novomundistas
estavam todas ali: corpo, volume, madeira (18 meses), textura sedosa,
tanino redondo e final levemente adocicado. Mas todas numa boa medida e
equilibradas por uma boa acidez.
Enfim, gostei bastante mesmo; embora não seja tão badalado
como outros colegas ícones, pra mim fica no top5 dos chilenos que já degustei.
Ainda harmonizou perfeitamente com a minha picanha de cordeiro acompanhada por batata
dauphinoise.
Voto gringo: 9
*Propaganda espontânea e gratuita: o Galeria 1.618, no Leme, é
o talvez o único exemplo de bistrot na sua categoria que não cobra rolha. A
cozinha de inspiração francesa e mediterranea é ótima, o local é muito
charmoso, e nos fins de semana tem musica ao vivo sem couvert artístico. O que
querer mais?
Vinho:
|
Manso de Velasco
|
Safra:
|
2007
|
Produtor:
|
Miguel Torres
|
País:
|
Chile
|
Região:
|
Vale do Curicò
|
Uvas:
|
Cabernet Sauvignon (100%)
|
Alcoól
(Vol.)
|
14%
|
Importadora:
|
Devinum
|
Custo
médio:
|
R$ 230,00
|
Notas:
|
Wine Advocate (Robert Parker) 88; Wine Spectator 91; Descorchados
95; Wine Enthusiast 92
|
Caro Mario,
ResponderExcluirNão bebi o 2007, mas o 2006 que apreciei tempos atrás me impressionou pela ótima qualidade. E pude apreciar mais de uma vez, pois na época compramos algumas garrafas entre amigos e todas estavam excelentes!
Abraços,
Flavio
Flavio,
ExcluirObrigado pela sua contribuição.
Grande abraço!
e qual o preço?
ResponderExcluirMediamente na faixa dos R$230-250.
ExcluirObrigado pela visita!
Que bom que estamos afinados meu amigo, saúde!
ResponderExcluirSilvestre
www.vivendoavida.net
Realmente, caro Silvestre!
ExcluirAcho que a garrafa do Daniel (e Alexandre) estava com defeito...
Grande abraço, meu amigo!