Amplamente considerado o melhor produtor de Pinot Noir da
Argentina e talvez de toda a América do Sul, a Bodega Chacra tem um cartão de apresentação de todo respeito: o
proprietário é o mesmo que produz um vinhozinho italiano quase desconhecido,
chamado Sassicaia. Pois é, o melhor
do know-how da Itália em terroir patagônio.
O Piero Incisa della Rocchetta, herdeiro de 3ª geração da
badalada Tenuta San Guido comprou em 2004 um
vinhedo de pinot noir plantado em 1932, porém abandonado, no Vale do Rio Negro,
norte da Patagônia Argentina. Com um time de trabalhadores de experiência
conseguiu em poucos anos colocar aquele vinhedo esquecido no topo do mundo, sendo hoje seus pinots aclamados pela crítica internacional.
A produção é feita maneira artesanal e com um rigoroso
cuidado. Tudo com condução orgânica e biodinâmica certificadas. Até no momento
da colheita, obviamente manual, são usadas pequenas caixas para o transporte da
uva para que a fruta que fica embaixo não seja esmagada pelo peso dos cachos de cima,
pois isto é deixado acontecer naturalmente em fase de vinificação, com uma maceração de tipo carbônica (como para Beaujolais), onde nada é mecanizado.
A vinícola produz um merlot (Mainqué) e três pinots
noir: provamos recentemente o Barda, vinho de entrada da casa: pinot noir
produzido a partir de um blend das melhores uvas que compõem os 2 pinot top de
vinhedo único (o Trienta y Dos , e o Cincuenta y Cinco), maturado por 12
meses em carvalho francês.
Mesmo sendo o vinho mais simples da casa, tem complexidade
de sobra. Levei um Barda 2012
para uns amigos provarem e todo mundo ficou encantado. Tem coloração clara
típica da casta e corpo leve, mas o bouquet aromático e a presença de boca
mostraram que é realmente um belíssimo vinho. Cereja madura, nozes, canela e leve notas tostadas com um fundo floral; no palato é um veludo, o corpo se
mostrou mais denso e complexo do que aparentava no exame visual. A alta acidez
e os taninos finos e maduros o tornam muito fácil de beber. Grande equilíbrio, com o álcool entorno dos 13%. Muito saboroso mesmo. Não é barato, mas vale a prova. Obviamente não se
compara com os Borgonha (seria até covardia), mas até agora é o pinot noir das
Américas que mais me remeteu ao estilo daquela região.
Vinho:
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Barda
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Safra:
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2012
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Produtor:
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Bodega Chacra
(Tenuta San Guido)
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País:
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Argentina
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Região:
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Patagônia – Vale do Rio Negro
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Uvas:
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Pinot Noir 100%
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Alcoól (Vol.)
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13.3%
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Importadora:
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Ravin
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Custo médio:
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R$ 180,00
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Piero Incisa della Rocchetta con le sue "bambine" |
Vale do Rio Negro |
Grande Mario!
ResponderExcluirFaz tempo que não comento por aqui! rs. Concordo plenamente com suas impressões sobre o Barda 2012. É um vinho muito bom! Para te falar a verdade, ele me agrada mais que seus irmãos "maiores" (e bem mais caros). Para mim é o que mais lembra Borgonha. Mas uma coisa que senti em safras passadas é o seu baixo potencial de guarda. É vinho para se beber logo. Quando tiver a oportunidade, experimente o Montesco Punta Negra, de Matias Michelini. Também é bem interessante.
Abração!
Flavio
Grande Flavio, sempre um prazer e uma honra te-lo por aqui.
ExcluirNão provei ainda seus irmãos maiores, mas você não é o primeiro que faz este comentário.
Também não conheço o Punta Negra, vou procurar, obrigado pela dica!
Forte abraço!
Já coloquei na lista de pedido para trazerem dos EUA. Encontrei por 29.99 dólares na internet.
ResponderExcluirE olha que Argentina e Brasil são parceiros do Mercosul. Caso fosse um vinho europeu eu até entenderia o preço, mas sendo um vinho "de los hermanos" esse preço aplicado pela Ravin é abusivo.
Pois é, Guilherme. Eu já cansei de reclamar e nem fico mais chateado com o preço Brasil: isto não tem nada a ver com os impostos (embora altos) e sim com a ganancia. Recentemente vi numa loja aqui no Rio um vinho custando R$250, sendo que eles compraram do importador (amigo meu) por R$60...! E estou falando de loja, não de restaurante! Como é que pode?
ExcluirObrigado por visitar e comentar.