Convidado pelo CNIEL - Centro Interprofissional da Economia Leiteira da França, semana passada tive o privilégio de participar do almoço de imprensa “Queijos da França” evento de lançamento da campanha “Queijos saborosos – Momentos prazerosos”, voltada a popularizar ainda mais o consumo destas iguarias francesas, já de fato presentes nas mesas dos brasileiros.
O evento exclusivo para imprensa e para um seleto grupo de profissionais do setor, aconteceu no templo da gastronomia francesa no Rio (e
talvez no Brasil inteiro), o restaurante Le
Pré Catelan, e constou de 3 etapas: uma degustação de queijos, uma
palestra / apresentação e um almoço especialmente elaborado pelas habilidosas
mãos do chef Rolland Villard,
verdadeira autoridade quando o assunto é alta gastronomia internacional.
A mesa de queijos, lindamente preparada e decorada, ofereceu
verdadeiras delicias, umas já facilmente disponíveis em lojas e supermercados,
outras que ainda vão chegar.
Velhos conhecidos como Brie,
Camembert, Emmental se opuseram a Brillat
Savarin, Grand Mogol (este dois os meus favoritos do dia), Comté, Cantal, Coulomiers, Gratte-Paille,
Bleu d’Auvergne, entre outros. Acompanhados por paezinhos de vária natureza
e pelo sempre impecável espumante nacional Cave
Geisse Brut.
A seguir, fomos convidados a sentar ao longo da mesa do
lindo salão, onde a Caroline Putnoki,
da Sopexa, e Laurent Damiens, diretor da CNIEL
nos apresentaram oficialmente a Entidade e os queijos. Descobrimos que na
França existem mais de 300 diferentes tipos de queijos, ma que oficialmente são
44 de Denominação de Origem Protegida e 4 de Indicação Geográfica Protegida;
mas tem muitos outros não classificados. Ao longo da conversa os contrastes das
duas culturas foram evidentes: por exemplo, o Comté, pouco conhecido por aqui,
é o queijo mais popular na França; também é interessante relevar que enquanto os brasileiros gostam das cascas frescas e branquinhas dos queijos moles, os franceses acham que quanto mais escura e mofada, tanto melhor; ou também lembrar que eles costumam comer queijo no final das refeições antes
da sobremesa, já por aqui é servido frequentemente como entrada ou às vezes é a
própria refeição. Mesmo assim foi demonstrado que os diferentes hábitos e
gostos podem tranquilamente coexistir, adaptando alimentos e paladar de acordo
com a ocasião.
Os vinhos servidos também não ficaram atrás, aliás,
agregaram muito valor. Especialmente, fiquei encantado com o branco Château Coquillas 2011, um
Bordeaux da comuna de Pessac-Leognan. Um festival de aromas e sabores: corte de
Sauvignon Blanc predominando (70%) e Semillion (30%) proporcionou perfumes de
abacaxi, melão, notas defumadas, mel, damasco; com muita presença de boca, seco
e com grande acidez e longo final amanteigado. Produzido pelo Bernard Thomassin,
é certamente um dos brancos mais interessantes provados ultimamente.
O tinto que acompanhou o prato principal também foi um
Bordeaux, o Château Gachon Les
Petits Rangas 2008, de Saint-Emilion. Predominância de Merlot (70%),
cortado com Cabernet Franc (20%) e Cabernet Sauvignon (10%) procedentes de um
vinhedo único de 35 anos de idade. Nariz e palato típicos da região, com muita
fruta negra, alcaçuz, notas terrosas, grama molada, taninos firmes e finos. Acidez
obviamente alta e final de média persistência. Também foi uma boa descoberta
pra mim.
Os dois vinhos são
importados pela Tastevin.
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