Final de ano é normalmente hora de tirar conclusões, resultados, avaliações definitivas, e sobretudo listas. Vocês sabem que eu não pertenço a estas turmas de amantes de classificações, menos ainda de vinhos. Ficar escavando os melhores vinhos degustados em 2012 nas minhas anotações ou até nestas paginas, além de ser um exercício difícil e demorado, não faz sentido pra mim. Além do mais que não saberia colocar um vinho, por exemplo, no 7° lugar ao invés do 6° (by the way, alguém me explica em que se definiria a diferença com o 8° colocado?). Sem contar que, com as centenas de vinhos degustados ao longo do ano, o risco de deixar de fora rótulos que mereceriam estar dentro seria bem alto.
Este negócio de listas e classificações, como já disse em várias ocasiões, pra mim faz sentido somente como um lance puramente comercial, para fazer vender as marcas. Do contrário, exibir com orgulho os rótulos degustados seria somente uma auto-celebração. Veja bem, não critico quem o faz, simplesmente não é meu tipo de abordagem.
Mas, inevitavelmente, as pessoas me perguntam e querem saber dos meus favoritos do ano, então para não deixar totalmente em branco vou citar somente um vinho: o que mais me marcou em 2012. Talvez se parasse para pensar mudaria de idéia e escolheria um outro e depois mudaria de novo, mas assim, friamente, o primeiro vinho que vem a cabeça, que ficou gravado na memória (e nas papilas gustativas) é um fantástico Champagne. Precisamente o Pol Roger Cuvée Sir Winston Churchill 1999. Uma maravilha.
Produzido somente em grandes safras, este ‘99, com 13 anos de vida está um espetáculo. Basicamente Pinot Noir (de vinhedos grand cru), com pequenas doses de Chardonnay maturado 7 anos nas borras, mais 3 na garrafa, desenvolve grande estrutura com camadas e camadas de aromas e sabores. O passeio pela taça leva de campos floridos a minas passando por umas padarias e delicatessen: floral, mineral, temperado, e com abundantes notas de panificação. Perlage fina e copiosa. Seco, com acidez pronunciada, e uma persistência infinita.
Infelizmente (e previsivelmente) não é nada barato. Para quem quiser investir R$800 em uma garrafa de vinho espumante, fica a minha dica, inclusive para comemorar e brindar em grande estilo a chegada do novo ano.
Já para os comuns mortais - eu incluído - o meu desejo para 2013 é que todos nós possamos dispor de um din-din deste (e mais!) para gastar em super garrafas como esta, mas, primeiramente, que o ano seja repleto de saúde, alegria e satisfações, junto com as pessoas que mais amamos.
Auguri.
Voto gringo: 9 ½
Vinho:
|
Cuvée Sir Winston Churchill
|
Safra:
|
1999
|
Produtor:
|
Pol Roger
|
País:
|
França
|
Região:
|
Champagne
|
Uvas:
|
Pinot Noir e Chardonnay
|
Alcoól (Vol.)
|
12,5
|
Sr. Trano,
ResponderExcluirO Sr. sempre diz que é avesso a notas e classificações, mas tem uma postagem com o título "E o melhor vinho italiano do ano EM ABSOLUTO é.." onde discute e enaltece a classificação do vinho ES feita por diferentes fontes. Cita agora nessa postagem o Champagne Pol Roger Winston Churchill e coloca nos marcadores a nota da Decanter e da Wine Spectator. Além disso, dá a sua própria nota (voto gringo: 9 1/2). Não há incoerência nisso?
Saludos,
Jorge Alexis
Prezado Sr. Aléxis,
ExcluirPrimeiramente agradeço sua visita e seu comentário. A sua pergunta é pertinente, mas eu cito as revistas internacionais por dever de crônica (pois sei que os leitores gostam de ter este tipo de orientação) - inclusive já publiquei as listas inteiras da WS, etc - mas não faço as minhas listas. Quanto à nota o Sr vai achar a explicação neste post, que publiquei logo quando abri o Mondovinho: http://mondovinho.blogspot.com.br/2010/04/criterios-de-avaliacao-gringa.html
Pra mim os vinhos se dividem em: ruim, bom e muito bom, mas nestes tempos as pessoas parecem precisar de números e eu tenho o dever de agradar os meus leitores. Mas de qualquer forma tento fazer isto de uma forma que mais se aproxime ao meu modo de ver, mais simplificado.
Obrigado e feliz ano novo!