Recentemente falei do James Suckling; entre outras esquisitices, Mr. “I’m here” costuma usar para vinhos por ele pontuados com a nota máxima de 100/100 a expressão de “perfect score”. Isso é bom para vender (a revista e o vinho), mas de fato me parece arriscado dizer que um vinho é perfeito. O termo perfect score poderia ser utilizado no esporte, mas o vinho não é um gesto técnico/atlético para ser executado, nem um produto para ser realizado da mesma forma padrão: a beleza do vinho é justamente a diferença que até o mesmo rótulo tem, se aberto de um dia para o outro.
Como pode um vinho ser absolutamente perfeito?
A impressão é que os cobiçados 100 pontos são utilizados de duas maneiras diferentes: mais generosa em um tipo de imprensa orientada para o mercado, e mais parcimoniosa por uns autores interessados meramente em análise crítica.
Pessoalmente, acho difícil eu dar a nota máxima para um vinho, e, se acontecer, não quer dizer que seja um vinho de perfeição absoluta (o que, para mim não existe), mas que foi o que mais me emocionou.
Tendo que arriscar esta nota, qual seria o vinho que vocês já beberam que merece os 100/100, ou que mais emocionou?
Mario, este negocio dos 100 pontos tem muita conversa, da para degustar umas 3 garrafas só falando no tema.
ResponderExcluirEu já dei 100 pontos para 5 vinhos.Um deles foi o Penfolds Grange 1988......http://www.vivendoavida.net/?p=375
Abs e saúde
Silvestre
www.vivendoavida.net
Silvestre,
ResponderExcluirO Grange é um ícone mundial, pessoalmente ainda não tive a sorte de experimentar, mas sinceramente achava que as altas notas recebidas por este vinho tivessem mais a ver com marketing (do primeiro tipo de imprensa que falei no post).
Mas como vc não tem interesse em dar esta nota eu acredito! Como vc disse o gosto é pessoal, mas se você o avalia com 100/100 então viva o Grange!
Obrigado pela sua visita e pelo comentário, meu amigo!
Grande abraço!
Mario, meu caro amigo.
ResponderExcluirSempre digo e aqui repito. Não tem vinho bom nem ruim. Tem vinho estragado ou não. Depois vinho é prazer e ponto final. Claro que o horizonte de prazer pode ser aumentado e para isto nós blogueiros estamos aí, além é claro de muita experiência erro, provas e mais provas, DEFINITIVAMENTE NÃO SE BEBE VINHO PELA BOCA DOS OUTROS, pode parecer arrogância, mas não é, quem me conhece pelo blog sabe que estou longe desta característica, mas dou pouca atenção ao que dizem estes senhores que insistem em estar um degrau acima de nós.
O legal do vinho, além de sua diversidade é sua capacidade de se poder compartilhar um prazer com amigos. Toda a soma passa por uma divisão. Como poderei compartilhar um vinho com amigos se insistir em falar de vinhos que estão longe do conhecimento médio de meus amigos?
Se for pensar assim, ou seja, compartilhar somente os top top ou falar apenas dos top top certamente dividirei este vinhos comigo, um pouco hoje um pouco amanhã.
Além do que vinho é emoção. Tenho duas manias. A primeira é ter sempre no carro copos de plástico e um saca rolhas, assim se vejo um vinho que não conheço por um preço legal num supermercado ou loja que não tenho intimidade, compro-o e abro no carro, se gostei volto, imediatamente. A outra mania é, tendo gostado ou não para ter o vinho como minha preferência bebo-o em duas ocasiões diferentes, se confirmar ou se recuperar este é o vinho.
Quanto a estas pontuações não dou nenhuma atenção, não me interessa se provou e aprovou este ou aquele vinho.
Por último minha pontuação, palavra idiota esta, é feita de uma maneira diferente. Não deixou saudade, vinho na média. Me chamou a atenção para ver detalhes de rótulo, produtor, grau de álcool, vinho interessante. Me faria sair de casa num dia de frio e chuva somente para comprá-lo, este é o vinho.
Preço? Quem pode quantificar um grande prazer e uma alegria imensa em compartilhar um bom vinho com quem nós gostamos e precisamos? NÂO HÁ DINHEIRO QUE PAGUE.
Mario, mais uma vez me alonguei no comentário, mas é que teus posts são provocativos.
Um grande abraço
Peter www.alemdovinho.wordpress.com
Meu amigo Peter,
ResponderExcluirIsso mesmo, os meus posts são provocativos. Mas em bom sentido, no qual tento provocar uma reação do leitor a escrever o que pensa sinceramente.
Gostei muito do seu comentário, inútil dizer que concordo com você, e achei interessantes as sua manias e os seus critérios de pontuação.
Esta é que é verdadeira paixão!
Obrigado, sempre um prazer ter você por aqui.
Um grande abraço.
Não entendo o suficiente sobre vinhos para pontuá-los, mas o melhor vinho da minha vida foi o TONDONIA ROSADO... Pouco a ver com o sabor do vinho... Tomei-o a promeira vez num restaurante incrível, assistindo o por do sol sobre as árvores do Central Park (o vinho tinha a cor e o sabor daquele entardecer)... A segunda, em Barcelona, por si só uma festa cor de rosa... E, recentemente, no meu aniversário, uma carrafa trazida da Europa... O vinho é maravilhoso, mas os momentos o tornaram muito especial! La vie en rose!
ResponderExcluirEliane,
ResponderExcluirÉ isso ai: o que torna um vinho inesquecível é o momento, o lugar, as pessoas que estão ao redor. Eu já tomei vinhos que me encantaram em lugares e momentos particularmente agradáveis, e depois, ao tomar os mesmos vinhos em casa eles tinham outro sabor...
Obrigado pelo seu comentário.
Um abraço!
Recentemente provei um Marques de Riscal Reserva 2005 que me emocionou bastante...
ResponderExcluirWow Fábio, este me emociona também!
ResponderExcluirValeu, amigo.
Mario, mais uma vez concordo com sua crítica, muito bem colocada.
ResponderExcluirComo traduzir em pontos, todo esforço de uma vínicola, de seus fúncionarios, enólogos, todo o cuidado ao longo do ciclo da uva, da colheita e dos procedimentos enológicos.
E como traduzir em pontos um momento, um aroma inesquecivél, ou um gosto marcante...
também fico com o vinho que mais me emocina!
Isso que conquista o verdadeiro amante do vinho!
Parabéns pelo post.
Lidiane Miotto.
Lidiane,
ResponderExcluirMuito obrigado por comentar e pelos seus elogios, fico feliz que concorda com a minha visão.
Abraço!