Um produtor que admiro particularmente é Carrau.
Fala-se tanto do Luis Pato que domesticou em Portugal a casta Baga (notoriamente dura e tânica), então porque não falar do Francisco Carrau que consegue tornar a Tannat (igualmente dura e tânica - o próprio nome remete ao tanino) macia e redonda?
Vinícola bastante tradicional traz suas origem da Catalunya, na Espanha em 1752. Cinco gerações depois, o negócio de família foi levado para o Uruguai onde foi fundada a Bodegas Carrau.
Normalmente costumo tomar o Ysern Tannat-Tannat Gran Reserva, mas desta vez quis tentar com o mais simples Roble e acertei na mosca: deu-me bastante prazer e acompanhou belamente o meu jantar.
Não estranhem o nome da casta repetido duas vezes no rótulo: a linha Ysern tem como característica o blend de duas mesmas castas mas de duas diferentes regiões: Cerro Chapéu (com solo arenoso e clima continental) e Lãs Violetas (solo argiloso e clima marítimo).
Como vocês sabem a apreciação (e avaliação) de um vinho depende também do momento e no meu caso, naquele momento era exatamente o que estava procurando: noite quente e úmida, prato de spaghetti com almôndegas ao molho de tomate, este vinho fez muito bonito pela sua ótima acidez e baixa gradação alcoólica (12%). Aromas minerais com notas de ameixa e especiarias, corpo de médio para leve, mas boa complexidade (9 meses em carvalho americano).
Lembra um vinho do Velho Mundo; e por pouco mais de R$30 vale muito a pena.
Mario
ResponderExcluirAcabei de terminar uma garrafa de Sauvignon Blanc da Pizzorno. o Don Proespero, também do Uruguai. Algumas pessoas, sem razão alguma, tem preconceito com o vinho uruguaio. Eu, pelo contrário, gosto e muito. O Tannat do Bouza é muito bom. O Cerro do Chapéu fica a 10 km do Rio Grande do Sul. Gosto dos vinhos da Carrau. Já experimentaste o Ysern Sauvignon Blanc Roble, Não? Então vá logo e compre.
abs Peter
Peter, eu gosto também dos tannats da Pisano, mas acho um pouco mais tânicos se comparados com os da Carrau. Ainda não provei o Ysern Sauvignon Blanc: já anotei na minha lista de próximas compras. Obrigado pela dica!
ResponderExcluirAbs!
Mário e Peter, vocês têm razão - eu mesmo sou influenciado pelo preconceito em relação ao vinho uruguaio.
ResponderExcluirBem, talvez não seja exatamente "preconceito", mas sim o fato de que os vinhos que provei eram realmente muito tânicos, difíceis, pouco apetitosos.
Vou seguir a dica e procurar o Carrau, que não conheço. Depois conto a vocês se venci ou não o preconceito.
Abraços !