Vinopoly

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Os vinhos do Rio Negro (Patagônia argentina)

Argentina não é só Mendoza: outras regiões vinícolas interessantes estão situadas ao norte, como San Juan, Rioja e Salta (melhor terroir para torrontés), mas hoje gostaria de falar de uma região ao sul do país: a do Rio Negro (Patagônia), capaz de produzir vinhos surpreendentes.

Ali os vinhos são um pouco diferentes dos clássicos argentinos que costumamos beber.

Primeiro, o clima com excursões térmicas de mais de 20° entre dia e noite permite uma maturação mais harmoniosa e acidez equilibrada.

Segundo, a Patagônia não teve até agora (mas as coisas estão já mudando) a ambição de ser grande exportador, sendo que a maioria das vinícolas é de tipo boutique (pequenas, familiares e artesanais) e a produção é destinada principalmente ao consumo local.

Isto se traduz em vinhos mais típicos, o que não significa rústicos: mesmo com as características de Novo Mundo, são vinhos que conseguem expressar mais livremente o próprio terroir, fugindo um pouco da opulência e valorizando mais a elegância. Isso sem perder a riqueza da fruta.

Nesta região de clima desértico as chuvas são bastante escassas e o solo se beneficia das águas dos rios Neuquén e Limay, que formam o Rio Negro e dos vários canais artificiais. Já o vento é forte e constante, o que é um alívio para as videiras que de tal forma são livres naturalmente de infestações, tornando a maioria dos vinhos orgânicos, pois o uso de pesticidas é desnecessário.

A região se destaca para lindos pinot noirs, merlot e sauvignon blanc, mas também tem boa produção de malbec e cabernet. Grandes estrelas são a Bodega Noemia, Humberto Canale e Chacra, que graças a modernização fazem a fama da região lá fora. Mas existem outras excelentes vinícolas que produzem vinhos honestos e para todos os bolsos como a Bodega Del Fin Del Mundo, a NQN, Família Schroeder, Valle Perdido e Universo Austral.

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