Vinopoly

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O vinho gosta de Mozart

É sabido de criadores de animais que fazem escutar música clássica aos bichos, mas já ouviram de viticultores que colocam Mozart para as uvas?

Thomas Koeberl e Markus Bachmann, enogastronomistas vienenses, quiseram demonstrar que Mozart não faz bem somente a alma, mas também ao vinho. E estão acolhendo adeptos da teoria da “Sonor Wines”, a descoberta musical-enológica que acabaram patenteando. De acordo com essa teoria os efeitos da música clássica, e de Mozart em particular, seriam milagrosos. A sinfonia n.41, por exemplo, traria excepcionais benefícios durante a fermentação: “O sabor do vinho muda, se torna melhor e mais refinado” afirmam.

De acordo com o jornal Kurier, já 6 produtores se convenceram com a idéia e colocaram várias serenatas para o mosto em fermentação, não somente de Mozart, mas também ópera lírica, valsa e polka.

Esta bizarra teoria parece ser confirmada por esta experiência feita na escola de enologia de Klosterneuburg: um Gruener Veltliner 2009 “escutando música”. O efeito foi o aumento de glicerina e diminuição de açúcar.

O aumento da glicerina corresponde ao falado mouthfilling: o vinho é mais profundo, maduro, redondo rico e denso. Bachman afirma: “Nada de esoterismo, isto é o efeito das ondas sonoras sobre as leveduras, que melhoram o processo de fermentação”.

Na verdade, a viniviticultura acompanhada por música clássica não é novidade absoluta. Na Itália, o Carlo Cignozzi (advogado milanês que deixou os tribunais para produzir Brunellos na Toscana), desde 2008 produz vinho com o auxilio da música clássica. A diferença é que ele coloca os alto-falantes diretamente nos vinhedos e não para o mosto.
E as parreiras da sua vinícola Paradiso di Frassina que escutaram Mozart e Vivaldi, cresceram 50% a mais do normal, sem nenhum tipo de parasita e as uvas maturaram antecipadamente.

De fato a universidade de Florença estuda há anos a relação entre música e natureza, e nasceu justamente o projeto “Suono&Vigna” (Som&Vinha).

O fundamento cientifico não está ainda verificado, mas para os produtores funciona mesmo assim. Isso sem contar o benéfico trazido pelas estratégias de marketing: já há orquestras pedindo vinhos com as mesmas afinidades musicais.


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