Todo mundo gosta de um Malbec, não é?
Ele é basicamente rico em fruta e bastante acessível, tanto que sua popularidade parece óbvia. Predestinado, mesmo. Em apenas duas décadas, desde que produção da Argentina tornou-se mais orientada para a exportação, o Malbec argentino entrou na dieta do bebedor de vinho mundial. Baste notar que por exemplo nos E.U.A. o consumo da uva Malbec subiu de 60% somente no último ano.
Mas como vocês sabem a Malbec não é uma uva argentina, mesmo sendo a casta mais emblemática dos hermanos. Tem uma longa história que começa no sudoeste da França, ao longo do Rio Lot: Cahors - o berço da Malbec - é eqüidistante do Oceano Atlântico, do Mar Mediterrâneo, e dos Pireneus.
As 5 coisas que não podem deixar de saber:
1) A Malbec tem uma grande variedade de nomes lá fora. Em seu lugar de origem é frequentemente chamada de Cot, mas dependendo da região pode ser chamada de Auxerrois, Quercy, Cahors, Pressac, Medoc Noir, Pied Noir, Costa Rosa, Luckens, Magret e Noir de Pressac.
2) A uva Cahors foi originalmente plantada pelos Romanos no vale do rio Lot, há cerca de 2000 anos. A lenda conta que o Império quis (sem sucesso) esmagar a produção da região depois que o vinho local mostrou-se mais amado do que os vinhos italianos.
3) A região de Cahors foi quase totalmente exterminada pela filoxera no final do século 19. Nas décadas seguintes, os viticultores replantaram as vinhas só para perder tudo novamente em uma geada devastadora em 1956. Em 1971 a região ganhou o status de AOC e hoje em dia a produção de Malbec na França não chega nem a 1/5 daquela argentina.
4) O Malbec de Cahors é historicamente conhecido como o vinho negro, devido à sua cor escura e opaca. Diferentemente dos malbecs argentinos ricos em fruta e macios, a variedade francesa tem aroma de violetas e taninos muito resistentes e ásperos do sabor amargo. A produção de vinho varietal desta uva na França é muito reduzida, ela vem usada mais em cortes (frequentemente em Bordeaux em safras particularmente quentes).
5) Embora a Malbec tenha sido introduzida na Argentina no final do século 19, o foco na criação de vinhos de alta qualidade para exportação começou há apenas duas décadas. Anteriormente os vinhedos eram de alto rendimento e o suco era usado para vinho de garrafão. Só recentemente com a redução de rendimento se conseguiu boa qualidade.
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