Vinopoly

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

AVISO: este é um post chato. Não leia


Bom, eu avisei. Se realmente está a fim de se entediar, então fique a vontade.
O assunto é chato (mas não eno-chato), pois é um pouco técnico, mas trata-se de um tema diferente, que achei interessante compartilhar.
Argumentar de cristalização sensível sem que ninguém de vocês durma vai ser o meu teste de hoje, estamos no campo da especulação biodinâmica, e tudo que eu falar pode ser usado contra mim.

Era uma vez Rudolf Steiner, pensador de inspiração goethiana (se isso significa alguma coisa), procure no capítulo  “Antroposofia”.

Como vimos aqui, a biodinâmica é uma abordagem agrícola muito discutida e controversa: panacéia de todos os males para uns e bruxaria para outros.

Enfim, os primeiros pesquisadores que colaboraram com o tal do Steiner perguntaram se ele tivesse um instrumento para demonstrar a diversidade entre um produto biodinâmico e um convencional, vista a ineficácia das tradicionais análises cientificas.
Foi neste ponto que o Steiner falou de Cristalização Sensível (CS).

Se vocês estão ainda respirando, eu diria: o que diabo é a cristalização sensível?
É a imagem obtida adicionando partes de qualquer substância orgânica a uma solução de cloreto de cobre. O composto é depois colocado em uma cápsula e deixado evaporar em uma caixa especial a temperatura controlada. O sal de cobre, sozinho, iria dar vida a uma cristalização com uma imagem desorganizada; pelo contrário, na presença de uma substância orgânica, a cristalização ocorre de acordo com uma ordem específica característica da substância adicionada. 


Agora não me perguntem se realmente é assim, mas sem entrar muito na questão técnica, a imagem obtida forneceria várias informações.
Falando na substância que nos interessa, o vinho, ela pode revelar:

- Potencial de guarda
- Reação a uma eventual operação (filtração, adição, decantação, etc...)
- Problemas como oxidação, presença de bactérias, e defeitos vários em geral.

Obviamente, tirar conclusões a partir de uma imagem é para poucos e é preciso de anos de experiência. Um dos maiores experts de cristalização sensível é o francês Christian Marcel. Pessoalmente não tenho a menor idéia das bases cientificas desta prática (talvez nem existam), nem como interpretar uma imagem destas. Mais fácil a literatura chinesa em mandarim antigo.
De qualquer forma as imagens falariam de vitalidade do vinho, e não de qualidade. Ou seja, uma bela imagem não vai te dizer se o vinho vai ganhar 96 pontos do Robert Parker, mas somente quanto o produto seja “genuíno”.

Enfim, tudo ainda a ser demonstrado, mas é também verdade que a magia de uma geração é a ciência da geração seguinte.

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