Vinopoly

terça-feira, 15 de março de 2011

Ícone chileno Carmín de Peumo: excelente, mas...

Na passada semana de Carnaval, não viajei nem cai na folia. O programa foi: casa, família e amigos. Em compensação me concedi uns grandes vinhos. Entre eles, um dos mais importantes rótulos da América Latina e, provavelmente o melhor carménère do mundo: Carmín de Peumo 2007.

O ícone da Concha Y Toro foi trazido diretamente da vinícola pelo casal de amigos Marcus e Raquel, com os quais compartilhamos a garrafa.
Da safra de 2007 considerada a melhor de sempre nos vinhedos da Concha Y Toro e procedente do melhor vinhedo para carménère (o de Peumo, no Vale de Cachapoal) leva no blend também pequenas parcelas de Cabernet Sauvignon (6,5%) e de Cabernet Franc (2,5%). Estagia por 18 meses em barricas de carvalho novo.

Achava que ainda não estivesse pronto, pois é relativamente “novinho” para um vinho de tamanha estrutura, mas evidentemente o limite dos vinhos latino-americanos de não serem idôneos a envelhecer muito, se tornou uma vantagem neste caso, pois depois de cerca de 2 horas de decantação achei o vinho “no ponto”.

Realmente um vinho espetacular. Os aromas iam mudando a cada gole: ameixa e flores no começo, depois apareceram um couro e um herbáceo, seguido por aromas animais e fechando com especiarias tipo cravo.
Na boca uma textura muito sedosa, e apesar do corpo grosso, é um vinho que me surpreendeu para se destacar mais em profundidade que em largura. Taninos muito maduros e finos, acidez levemente abaixo do conjunto (mas era de se esperar) e madeira bem integrada. Mesmo sendo um vinho potente (14% de álcool) mostrou boa elegância e um final prolongado.

Um grande vinho, mas em minha opinião não vale os R$ 700 cobrados aqui no Brasil (nem os U$200 na vinícola!), pois já tomei vinhos do mesmo nível custando metade que isso, mas, em si é certamente um belíssimo tinto que sabe agradar também os paladares mais exigentes.
Harmonizamos com Rigatoni com lingüiça toscana e molho de tomate (receita da minha mãe).

P.S. este vinho já levou 97 pontos pelo Parker, 95 pela Wine & Spirits, 94 pelo Descorchados e 92 pela Wine Spectator. Eu fico com a nota do Descorchados.

Voto gringo: 8 ½

Vinho: Carmín de Peumo
Safra: 2007
Produtor: Concha Y Toro
País: Chile
Região: Vale de Cachapoal
Uvas: Carménère (91%), Cabernet Sauvignon (6,5%) e Cabernet Franc (2,5%).
Teor Alcoólico: 14,7%
Importadora: VCT
Custo médio: R$ 700,00

10 comentários:

  1. Mário, já vi que o nosso carnaval foi muito bom!
    Eu já provei uma safra mais antiga do Carmín de Peumo,não tinha o blog para gravar....mais a memória me diz que gostei bastante!

    Abs e saúde
    Silvestre
    www.vivendoavida.net

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  2. Pois é meu amigo! Vc no Carnaval degustou o Seña (entre outros) não é? Maravilha.
    Um brinde a nós!
    Grande abraço!

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  3. Desculpa Mario eu pedir a foto e não me apresentar, meu nome é Edson (melhor me chamar de Neto). Admiro muito o seu trabalho o qual já venho acompanhando desde o ano passado. Abraço, Neto.

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  4. Neto,
    Muito obrigado por acompanhar o meu blog.
    A questão da foto é que (além de ser um pouco tímido) prefiro deixar o blog com um visual um pouco mais “profissional”, sem entupi-lo de fotos pessoais que nem orkut...
    Ademais assim posso criticar tudo e todos sem medo de apanhar na rua... rsrss :-)
    De qualquer forma, se mesmo estiver disposto a assistir a um espetáculo horroroso, tem umas fotos minhas no facebook.
    Valeu pelo apoio.
    Um abraço!

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  5. http://www.vivendoavida.net/?p=12080
    o que acha desse vinho Mario, tenho uma garrafa em casa.

    Abraço, Neto.

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  6. Mario Il mio amico

    Mandou bem no carnaval em termos de vinho. Sabe tenho a mesma sensação com este top top top chilenos parece que tem ove price. Penso que duas maneira rápidas de nos frustrarmos com um vinho são: Comparar grandezas diferentes, isto é estilos de vinhos diferentes. Por exemplo um grande chileno, dentro de seu estilo, com um grande italiano, nunca vai dar certo. A chave da igualdade é tratar desigualmente os desiguais.

    Outra maneira é comprando um vinho caro, sempre imaginamos que a sua qualidade é diretamente proporcional ao eu preço. O que nem sempre é verdade.

    Por isto fico feliz quando encontro um bom vinho por um preço acessível. Mas fico mais feliz ainda quando divulgo aos amigos o achado.

    Um abraço Peter

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  7. Neto,
    Não tenho o que te dizer, pois não provei ainda o Manso de Velasco, mas acredito ser um ótimo vinho, por ter provado outros rótulos do mesmo produtor que nunca decepcionaram. Afinal o Miguel Torres foi o divisor de águas da vitivinicultura no Chile (nos anos de 1970), um dos pioneiros em matéria de vinhos chilenos modernos com ambição internacional.
    De qualquer forma, pelo que o ótimo Silvestre comentou, se tiver de uma safra antiga, está na hora de tomar!
    Aliás, por favor, quando o tomar me diga o que você achou.
    Obrigado pelo comentário.
    Um abraço!

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  8. Meu amigo Peter,
    Realmente não sei por que, mas ao contrário de que acontece com vinhos entry level e intermediários chilenos (e também argentinos), que possuem sem dúvida um ótimo custo/beneficio, quando for mudar para os top de linha os preços são exageradamente caros. Será compensação?

    Você disse tudo: “A chave da igualdade é tratar desigualmente os desiguais.”: o nosso Aristóteles nos ensina o caminho.

    Obrigado por estar sempre agregando valores ao blog.

    Um grande abraço!

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  9. Meu querido amigo e compadre,
    Igualmente para mim e para a minha querida esposa foi um dia extremamente prazeroso, neste Carnaval de 2011. Conversamos bastante, rimos bastante, pudemos degustar aquele vinho branco com os petiscos enquanto o nosso Peumo de Carmenére estava oxigenando e nossas esposas preparavam o nosso belo almoço. Para o nosso deleite, este vinho atendeu em muito as nossas expectativas, e é claro que eu não poderia deixar de elogiar mais uma vez a receita da sua querida Mamma.
    A todos, o que eu posso dizer na minha humilde opinião de apreciador de vinhos, é que quem quiser se aventurar a explorar o néctar que tem dentro desta garrafa, certamente não se decepcionará.
    Neste fim de semana, podemos nos encontrar, e por quê não, abrir mais uma rolha, jogar umas cartas, rir mais um pouco, enfim... Nos divertir!
    Um forte abraço e um beijo na Jeane.

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  10. Maravilha, meu caro Marcus!
    Obrigado por deixar seu comentário aqui.
    Grande abraço e até já, meu amigo!

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