Vinopoly

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O enólogo é um maníaco sexual!

WARNING: esta matéria pode ferir a sensibilidade de alguns (contém violência e sexo). Então coloque as crianças na cama e prepare-se para o pior...

No post anterior introduzimos a figura do enólogo. Hoje vamos mais fundo. A verdade é que o enólogo pode ser uma figura bem controversa. Um depravado? Um pervertido? Um desviado? Tudo isso e ainda mais. Mas para questões de comodidade, a psiquiatria internacional divide os enólogos em 3 grandes grupos de maníacos sexuais. Então se você tem um vinhedo e está pensando em contratar um profissional do ramo é melhor conhecer antes as categorias de perversão que lhe esperam.

1) O Voyeur (ou do amor platônico): dependendo dele, a uva, uma vez percebida a maturação deveria sozinha chegar com seus ramos até a mais próxima trituradora. Para ele as leveduras são obrigatoriamente indígenas e se deixaria cortar um braço ao invés de forçar a fermentação com artifícios químicos. Esquecem filtração e sulfitos: qualquer intervenção humana é passível de condenação à morte. O máximo permitido é passear nos vinhedos (mas somente em datas e horários preestabelecidos).
Depois de uns anos de inatividade total e vida contemplativa, a pergunta é só uma: “mas eu estou pagando este cara aí pra que?”. É a ultima questão antes de pegar o fuzil a napalm e dar fogo a ele e aos insetos que povoam os seus vinhedos.

2) O Performático (ou do sexo sem amor): não vai ser difícil compará-lo a um pornô-ator, e se o seu vinho é destinado para a Grande Distribuição, chame-o com confiança: ele é do gênero “satisfeito ou reembolsado”. Trata as uvas com menosprezo e tá nem aí com as fases lunares: quando der vontade de colheita ele corre nos campos e começa a cópula. É graduado em “Enxofrologia Adicionada” com pós em “Tartárica” e é Grande Mestre dos Cavaleiros da fermentação.
Temos que admitir que o pequeno químico sabe o que faz, mas os seu vinhos são todos iguais, frígidos e sem paixão. Com um assim não vai ganhar sequer um prêmio, mas vai acabar de direito nas liquidações dos mercados de periferia.

3) O estuprador em série (ou do sexo sem limites): é a figura mais notória no mundo dos astros da enologia, melhor conhecido como a "A Força das Trevas". Muito semelhante ao flaing uainmeiquer já citado, vai reconhecê-lo pelo número de vinícolas (não menos de cem) que fazem uso de sua maldade. O Mal, como vamos chamá-lo de agora em diante, não dispensa nem um olhar para a videira, nem se for posicionada nos melhores Crus da Borgonha ou nas colinas de Montalcino. Pinot Noir e Sangiovese são para ele palavras vazias sem sentido, mas coloque debaixo de seu nariz um cacho de cabernet e vai ver logo aparecer uma isca de maldade nos olhos. O Mal se alimenta de uvas bordolesas e molesta as vítimas com todos os expedientes que a tecnologia moderna dispõe. Antes de cada estupro, cheira taninos e se injeta doses de sulfatos. Um dos seus instrumentos de torturas prediletos é a barrica americana, melhor se de primeiro uso, onde deixa macerar por anos suas vítimas inocentes. Uma vez livre de torturas, o coitado do vinho é irreconhecível, mas muito reconhecível para a imprensa especializada que não vê a hora de premiar tamanha crueldade.
O Mal, inútil dizer, cobra contas astronômicas, nas quais são incluídos todos os taninos, as barricas, as leveduras selecionadissimas que ele mesmo manda produzir por misteriosos servidores. Escolher um assim para guiar a própria vinícola significa passar para o lado obscuro da força, e uma vez dentro, não haverá nenhum Skywalker para te salvar. 

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