Vinopoly

sábado, 5 de janeiro de 2013

Bolso Esperto de 90 pratas? Yes, we can


O Bolso Esperto de hoje é um pouco particular, pois excede o preço médio por mim estabelecido para esta categoria. Normalmente priorizo, para os vinhos B.E., rótulos de boa qualidade com preço até R$40,00. Mas um bom custo-beneficio não necessariamente tem que ser barato: um vinho, digamos, de R$500 que tem mesma qualidade de um de R$1000, pra mim também é um Bolso Esperto. Então desta vez quis premiar com a “cobiçada” definição um vinho com preço um pouco acima da média da categoria, mas que, garanto, vale a pena, e, afinal das contas, nem é tão caro assim.

O rótulo em questão é o Max Reserva Cabernet Sauvignon 2009 da vinícola Errazuriz, uma das mais cultuadas do Chile. O proprietário Eduardo Chadwick é autor de uns dos vinhos mais idolatrados do País, como o Vinhedo Chadwick e Seña, que na famosa degustação às cegas de 2004 - conhecida como Cata de Berlim - derrotaram lendas da enologia mundial como Lafite, Margaux, Latour, Sassicaia, Solaia, entre outros. O vinho top da Errazuriz, Don Maximiano, também fica sempre na briga em degustações do gênero.

Mas vinho top todo mundo sabe fazer não é? Bem, não necessariamente, mas, you know what I mean, acredito que uma boa vinícola se defina na base dos vinhos “menores”, pois certamente é mais difícil fazer um vinho bom e barato que um bom e caro.

O Max Reserva é um rótulo da linha intermediária da casa, não é exatamente barato – cerca de R$87 – mas tem qualidade de alguns tops de outras vinícolas e de qualquer forma vale mais do que custa. Particularmente este 2009 me surpreendeu bastante.

85% Cabernet Sauvignon e 15% Canernet Franc procedentes do Vale de Aconcagua, o vinho matura por 12 meses em barricas de carvalho francês e americano (33% novas).

Na primeira fungada pareceu um usual cabernet chileno, mas bastou uma girada de taça que várias camadas de aromas secundários e terciários subiram ou nariz: fruta seca, tomilho, pimentão e uma leve hortelã, depois café e tabaco e especiarias. Na boca é elegante, de corpo médio, textura sedosa, e muito equilíbrio entre taninos finos, boa acidez e madeira. Final de médio para longo.

Não chega a lembrar um Bordeaux, embora tenha lido alguns comentários do gênero, mas certamente é um tinto em estilo europeu, e mostrou muita mais finesse que seus colegas de preço similar.

Importado pela Vinci. 

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Que bom que estamos em sintonia, Oscar!
      Muito obrigado pela sua visita.
      Grande abraço!

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  2. Olá Mario,

    ótimo post. Só uma duvida.. Quando se fala em 33% das barricas serem novas e o mesmo que dizer que elas foram usadas 3 vezes antes? E isso?

    grande abraço

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    Respostas
    1. Olá, obrigado pela sua visita e pela pergunta. Na verdade significa simplesmente que 33% da barricas utilizadas são novas (sendo que o restante 67% do vinho ficou em barricas usadas). Já para indicar o significado que você mencionou se fala em barricas de “terceiro uso” ou “terceira passagem”.
      Espero ter ajudado.
      Abraço!

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