Já conhecia os vinhos da Viña Casablanca, mas convidado pela importadora Casa Flora participei com prazer a uma degustação das novas safras da vinícola.
Localizada no vale homônimo, a empresa é relativamente recente (fundada em 1992), já considerada como vinícola boutique, pela alta qualidade e pequena produção. Com trabalhos comandados pela Ximena Pacheco, uma das poucas mulheres enólogas do País e com currículo invejável (trabalhou com Hobbs e Montes), aproveitando do clima diferenciado do Vale (frio e ventoso) a vinícola aposta no termo terroir, até comercialmente, pois faz questão de colocar nos rótulos a denominação de origem. Isso também para rótulos das outras regiões onde a vinícola trabalha. Inclusive os nomes dos rótulos remetem a ventos e nuvens típicos do clima local.
Degustamos 5 vinhos, começando com uma comparação de castas de rótulos de duas linhas diferentes: a básica Cefiro e a premium Nimbus e terminando com o ícone da casa, o Neblus.
Iniciamos as danças com o Cefiro Sauvignon Blanc 2009, de D.O. Valle de Casablanca: bastante aromático, maracujá de sobra, limão, acidez pronunciada e um toque mineral (R$30,00).
Comparado com o Neblus Sauvignon Blanc 2009, o primeiro fica devendo em termos de complexidade. Os dois não passam por madeira, mas este segundo procede de um vinhedo único o que garante maior equilíbrio. As notas cítricas ficaram menos evidentes, passando por aromas florais, fruta tropical e mel. Também menos ácido, certamente mais agradável de maneira geral (R$65,00).
A mesma comparação de linhas foi feita com o tinto da casta Merlot.
O Cefiro Merlot 2009 procede de vinhedos do Vale do Maipo e estagia 9 meses em barricas de carvalho de segundo uso. Aromas e paladar inicialmente tímidos, precisou de um tempinho na taça para se abrir e mostrar a verdadeira cara: elegante, fruta madura, taninos bem trabalhados e notas de avelã e café. Faltou consistência no meio da boca, o que os entendidos chamam de mid-palate (R$40,00).
Já o Nimbus Merlot 2007, do Vale De Colchagua é claramente mais complexo (vinhedo único e 18 meses em barricas novas). Com uma cara mais francesa, entregou notas terrosas, tabaco e amoras. Textura consistente, bom volume e belo final (R$80,00).
Encerramos a noite com o vinho top da vinícola, o ícone Neblus, da safra 2007. De rara elegância, procede de um pequeno vinhedo de Syrah do Vale de Casablanca e é cortado com 10% de Merlot. Profusão de especiarias, pimentas, café, canela, tostado (18 meses de carvalho). De grande volume, muito sedoso, macio e longo final. Tem ainda uma dezena de anos de vida pela frente. A nota negativa é o preço (R$210,00).
Enfim, mais uma vez a Viña Casablanca mostrou consistência, oferecendo vinhos de qualidade para todos os bolsos (inclusive existe uma linha intermediária entre a Cefiro e a Nimbus, chamada El Bosque) se destacando pela elegância e tipicidade dos próprios produtos.
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