Continuando o post anterior sobre a feira de "vinho natural", depois de ter visto os meus destaques brasileiros, vamos agora para os vinhos que mais me impressionaram no lado
francês.
- O Cairanne do Domaine Richaud , um branco com corte
típico do sul do Rhone (Roussane, Marsanne, Viognier, Grenache blanc,
Clairette), gordo e complexo.
- Os brancos da Alsácia de Julian Meyer: o Gewurztraminer Les
Pucelles 2013 bem aromático e sobretudo o Riesling Muenchberg Grand Cru 2012, Espetacular.
- Os Morgon do Domaine Jean Foillard. Até quem não é fã de Beaujolais e da
uva gamay (como eu) vai adorar (como eu) seus "Côte du Py".
Especialmente o Pi, simpático jogo de
palavras com o número grego 3,14, é delicadamente marcante.
- Catherine et Pierre
Breton trouxeram 4 vinhos precisos do Vale do Loire, todos a base de cabernet
franc. Recentemente tinha provado um Chinon
Beaumont 2006 já bastante evoluído, mas os vinhos de safras recente são de
um equilíbrio perfeito. O Bourgueil
Les Perrières 2011 é o mais estruturado e encorpado, mas fiquei encantado com
a elegância do Nuits d'Ivresse 2012.
- Também do Vale do Loire, apreciei bastante os vinhos do Domaine Bobinet. Da AOC Saumur
Champigny, o Amatéus Bobi e o Ruben são também Cabernet Franc, de
vinhedos de 40-50 anos de idade. O estágio em madeira de 18 meses os torna
ainda mais complexos, mas mantendo frescor e finesse.
- Os vinhos do Pierre
Overnoy mereceriam um capítulo a parte, pois estamos falando do “papa” dos
vinhos naturais, uma verdadeira lenda viva. Mas mesmo com um post a parte,
provavelmente não saberia encontrar palavras para descrever estas maravilhas
engarrafadas. Da região de Jura, os vinhos Arbois Pupillin de Pierre Overnoy e Emmanuel
Houillon representam a quintessência não apenas para a vertente natural, mas
no mundo do vinho em geral. São vinhos next
level, a um estado de pureza quase etérea.
Ploussard,
Chardonnay e Savagnin são as uvas de seus vinhedos orgânicos. A
surpresa foi um Savagnin 2004 em garrafa de 500ml cujo nariz estava totalmente oxidado, mas com
paladar delicioso. Nem sei quantas vezes repeti todos eles, especialmente o
Ploussard.
Enfim, este evento foi uma
experiência única e enriquecedora, que todo enófilo e profissional de vinhos
deveria fazer. Claro, visto que foi, digamos, um piloto, a feira pode ser
certamente melhorada em alguns itens, mas Alain e Pedro estão de parabéns, pois conseguiram algo que nunca sequer tinha sido pensado no Brasil e esta 1a feira de qualquer forma é para se
considerar como uma espécie de divisor de águas no nosso mercado, que espero
comece a ser mais receptivo para estes tipos de vinhos.
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Não sou muito de me expor, mas esta não podia deixar passar, pois sou muito fã deste cara, que, além de ser um grande artista, entende de vinho como ninguém |
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