Folhando a edição de agosto da revista americana Wine Spectator fiquei impressionado quando esbarrei em 2 páginas inteiras de propaganda da Vinhos do Brasil, campanha da Ibravin e Apex Brasil divulgando os vinhos brasileiros pelo mundo afora.
Obviamente tudo em inglês, contando um pouco da história da viticultura nacional e fazendo o marketing dos vinhos do País.
Legal. Mas achei muito engraçado o começo do texto, a tradução seria mais o menos assim:
“Sim, o Brasil é terra de praias, samba e caipirinhas. Mas você sabia que o Brasil é o quinto maior produtor de vinho do hemisfério sul?”.
Eles esqueceram que os paises produtores de vinho do hemisfério sul são praticamente seis!
Verdade que o vinho brasileiro não tem ainda condições de competir com os dos maiores produtores, nem em qualidade nem em preços, e que por isso tinham que caprichar no marketing, mas achei cara de pau "singular" colocar o negócio desta forma.
Poderia ter ficado mais bonito (para subir de lugar) dizer que é o terceiro da América Latina. O ainda melhor: o Brasil é o maior produtor da região centro-leste da América do Sul.
E, detalhe, também esqueceram de dizer que quase 80% do vinho produzido no Brasil é o chamado de vinho de garrafão (ou de mesa, elaborado a partir não de uva de Vitis Vinifera, mas sim de Vitis Labrusca) que nada tem a ver com os vinhos finos produzidos pelos outros Paises do hemisfério sul e norte (mas esta é uma outra história...)
Sei que provavelmente alguém vai ficar ofendido, vejam bem, eu não gosto de criticar o País que me hospeda e podem desaprovar bastante, mas aqui não estou falando de gosto, mas de fatos incontestáveis.
Podemos até achar uma jogada esperta aquela de aproveitar a lendária ignorância geográfica atribuída aos americanos para promover um produto que ninguém conhece, mas acredito que seria legal não esconder o jogo pois pode se tornar em um clamoroso gol contra.
Ma independentemente disso, agora o que me faz raiva é que os vinhos brasileiros cobrados a preços bem altos aqui, vão vender lá fora à um par de dólar, que legal né?
O contrario de como teria que ser: em todos os países produtores os vinhos locais custam pouco em casa e muito fora, já o Brasil é o único País do mundo onde vinho nacional é mais caro que o importado.
Mario,
ResponderExcluirVoce sumiu, seus posts fizeram falta. Aliás concordo com voce sobre esse assunto.
Abs
Rosane,
ResponderExcluirObrigado pelas palavras de apoio. O motivo do sumiço está explicado no post anterior.
Grande abraço!
Estou com você nesta, parabéns!
ResponderExcluirUma boa noite.
Perfeito...
ResponderExcluirtanto a questão dos duvidosos vinhos de mesa brasileiros, omitidos na matéria da Wine Spectator, como a questão dos preços dos vinhos nacionais que são mais caros do que os importados vem bem colocadas para tempos ditos globalizados. Tendo em vista que pelo vinho importado é pago um imposto de importação e tarifas alfandegárias além dos impostos comuns ao vinho nacional, como o vinho importado é mais barato do que o nosso nacional? Há algo de ilógico ou muito estranho com o preço alto do vinho nacional!
Questões assim devem ser ventiladas sempre, no requintado, muitas vezes a-crítico, mundo do vinho.
Vida longa ao Mondo Vinho!
Parabéns, Mario!
Mario, obrigado por comentar no NOSSO VINHO.
ResponderExcluirOlha, eu lí seu post sobre a campanha da IBRAVIN e concordo com os fatos que você relata, mas não concordo com a abordagem, porque pela primeira vez o mercado brasileiro trabalha a exportação e devemos incentivar. Com o dinheiro da exportação o mercado interno pode se capitalizar e crescer.
Sei que aqui os preços são altos, sobretudo pelos impostos. Mas também é verdade que o mercado interno de consumo de vinho é uma ridícula fração do mercado internacional. Fica assim difícil de investir em volume e consequente redução de custo.
Abraços
Olá Paulo,
ResponderExcluirObrigado pela leitura e pelo comentário. Eu espero vivamente que você esteja certo (mesmo com as minhas dúvidas): no fundo todos nós torcemos pra que o vinho brasileiro ganhe competitividade. Mas ante de ganhar lá fora terá que ganhar aqui dentro.
Grande abraço!