Vinopoly

segunda-feira, 7 de março de 2016

Enofobia: as 4 situações que aterrorizam os iniciantes (e os entendidos)!

Utilizando como gancho este post sobre as tendências de consumo vamos aqui analisar expressamente o ponto 5, ou seja: os medos relacionados ao vinho.

Isto porque vinho pode intimidar sim, assustar e em casos extremos aterrorizar. Exagero? Nem tanto: agora você banca o expertão, mas tente rebobinar a fita até o momento em que se aproximou ao vinho. Viu? Aquele cara com as bochechas vermelhas de vergonha e as mãos suadas é exatamente você depois de pagar mais um mico em público. Quanto tempo demorou (e quanto vinho derramou) para aprender a girar a taça corretamente e quantas bobagens você falou achando que fossem sagradas verdades? Muitas né? Eu sei, todos nós passamos por isso, mas depois de pesadelos, tratamento psiquiátrico e fígado estragado, finalmente conseguiu o status social de ‘’entendido’’ de vinho, que satisfação hein! Mas mesmo assim situações embaraçosas continuam ás espreitas. 

Então vamos anunciar aos novatos e até aos mais entendidos o que devem esperar, numa forma de terapia de grupo.

1.  Medo de errar o nome do vinho
Errar o nome do vinho em muitos casos é motivo de zoação e deboche. Acha que não? Gewürztraminer é até fácil demais de pronunciar, agora prove a dizer algo tipo ‘’Egon Müller Scharzhofberger Riesling Trockenbeerenauslese’’ ou “Alsace Grand Cru Rangen Riesling Clos Saint Urbain Rangen De Thann” e depois conversamos. Isto faz até tornar abstêmio! E as uvas autóctones certamente não vão ajudar: castas como Xinomavro, Blauer Zweigelt e Kékfrankos estão prontas para o golpe mortal.

2.  Medo de falar de vinho
Existem mais estádios e níveis de conhecimento no vinho que em toda Wikipédia, por isso discutir de vinho com um dos tantos ‘’iluminados’’ seria como enfrentar o exercito de Gengis Khan, praticamente um suicídio. Saber que o Nero d’Avola é feito na Sicilia pode ajudar, mas quando o cara vai te perguntar sobre a Petite Arvine o que você vai responder?

3.  Medo de ser o primeiro a provar o vinho ao restaurante
O assassino está ali a um passo de você. Ele te examina em quanto com gestos hábeis abre um Borgonha de 1968. Ele é inteligente e entendeu pelo suor do teu rosto que o elemento mais fraco da mesa é você. E despeja um dedo de vinho na sua taça para que você o prove...E agora? Você tenta fingir indiferença em quanto leva a taça ao nariz e depois á boca, mas está tenso, pois sente algo estranho, diferente, mas não sabe definir se aquilo é oxidação, bouchonné, brett, ou uma nota de acidez volátil...O que fazer? Vai por mim, a única solução é fingir um infarto.

4.  Medo de ser julgado pela escolha do vinho
Num momento de exaltação pediu que a carta de vinhos fosse entregue a você. Para evitar um mico você faz uma escolha ‘’segura’’ e pede despreocupadamente um Barolo. Nem deu o tempo de ficar aliviado que um dos seus amigos mais iluminados te explica que o vinhedo não é biodinâmico, que o cru não é dos melhores e que aquela safra foi a única ruim de 129 colheitas. E, caso não tenha notado, você pediu o Barolo para acompanhar um dourado ao forno.

Como disse, estas situações não acontecem apenas com iniciantes, mas até com experts e profissionais (talvez até mais!), portanto a conclusão é: vamos manter a humildade e admitir os próprios limites, pois pagar mico é muito mais fácil do que achamos. 




2 comentários:

  1. Quando você é o único "entendido", todos olham para ti como se fossem o tal assassino, esperando o momento para te dar uma facada na sua análise. E eu também estou contigo, pegaria o Barolo, afinal, melhor escolher o vinho primeiro do que o prato! ;-)

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