Vinopoly

domingo, 14 de dezembro de 2014

O primeiro guia de harmonização vinho-inseto

Eu sei, você deve estar pensando: "Pô, depois de falar sobre Grand Cru Classé e Champagne, agora o MondoVinho vem me falar de insetos!?!? Só pode estar de s@c@n@gem... ". Pois é, mas quem não ficou antenado (é o caso de dizer!), não sabe que inseto é a comida do futuro. E estamos falando de um futuro nem tão remoto: com a crise dos recursos sustentáveis do nosso planeta, os insetos representam uma segura, abundante e econômica alternativa para nossa necessidade de proteínas, que antes ou depois teremos que nos acostumar a consumir. De acordo com a ONU entre o ano de 2020, inseto será nosso pão cotidiano. A tendência já pegou lá fora, onde em mercados e feiras é muito comum encontrar estantes com potes de insetos a venda. E também estas  “iguarias” já fazem parte de cardápios de restaurantes mundialmente badalados e chefes estrelados, como os do René Redzepi do Noma (Copenhague), Heston Blumenthal do Fat Duck (Londres), e até aqui com os nossos Alex Atala do D.O.M. (São Paulo) e Felipe Bronze do ORO (Rio de Janeiro), só para citar alguns. Inclusive muitas espécies são facilmente adquirível no Amazon portanto, mesmo sentindo nojo (é exatamente o meu caso), temos que aceitar que a realidade é mais próxima do que pensamos. Portanto vamos adiantar os trabalhos e começar a pensar ao vinho, e com a ajuda desta matéria do Daily Mail,  vamos ao primeiro guia de harmonização vinho-inseto do mundo!

- Escorpião das florestas asiáticas: os escorpiões têm um forte sabor amargo e normalmente são consumidos com molho de chilli. Para combinar os sabores, um rosé ou um pinot noir de bom corpo da Romênia.

- Minhocas: elas são crocantes e com sabor de avelã, portanto harmonizam com a riqueza e a fruta de um Viogner australiano

- Tarântula-zebrada: as tarântulas são normalmente consumidas fritas, portanto pensamos em algo similar a peixe com batata frita. Um Chardonnay vivo e encorpado vai harmonizar perfeitamente.

- Larvas do Escaravelho-vermelho: estes vermes tem um sabor distinto, parecido com o do bacon, portanto é indicado um tinto musculoso e complexo, como um Shiraz australiano, cheio de fruta e especiarias. 

- Gafanhotos: lembram o sabor de churrasco e de alguns aperitivos temperados. Um moscatel, melhor se levemente borbulhante, é uma boa sugestão.

- Gafanhotos com cobertura de chocolate: o sabor lembra sementes de girassol, mas não podemos esquecer a doçura do chocolate. Portanto seria indicado um vinho robusto com muita fruta doce (tipo um Malbeccão argentino ou um Primitivo di Manduria)

- Barata-de-água: a carne dentro da barata tem um sabor que remete a vieiras, enquanto a cabeça tem notas de anis, então é preciso de um vinho que harmonize bem ao mesmo tempo com frutos do mar e com sabores fortes. A melhor escolha é um Xerez seco fino, com seus aromas cítricos e palato amendoado.

- Formiga tecedeira: tem um sabor ácido e crocante, como um limão. Com um branco aromático, como um Gewürztraminer com boa fruta e notas florais não vai ter erro.

- Grilo: os sabores são mais difíceis em grilos, por isto eles são quase sempre preparados com alho e sal. O leve sabor de avelã pede um branco rico e encorpado, como um Albariño.

- Chapulin (gafanhotos ao alho): tem um sabor terroso e herbáceo e uma textura muito crocante, portanto é recomendado um Champagne seco e cremoso.


Pronto, em quanto você processar e mentalizar as harmonizações para sua rica mesa, me desculpe só um momento: vou vomitar rapidinho e volto em breve.

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