Antes de provar este vinho eu só tinha provado a uva Arinarnoa em corte (especificamente com
cabernet sauvignon, no Vinhetica Terroir de Rouge, vinho que o meu amigo francês
Gaspar Desurmont produz com maestria no Brasil) e quando fui presenteado com
esta garrafa de Casa Valduga Identidade
Arinarnoa 2014 fiquei bastante curioso e intrigado com o resultado.
A casta, de origem francesa, é pouco usada até por lá. Aliás,
sua paternidade de fato seria basca, pois a uva foi criada em laboratório pelo
basco Pierre Marcel Durquéty, mas é considerada francesa por ter sido realizada
no Institut National de la Recherche Agronomique
de Bordeaux em 1956. A uva foi obtida cruzando Merlot com Petit Verdot, mas há
outros estudos que afirmam que na verdade se tratava de Tannat com Cabernet
Sauvignon. Na dúvida digamos que eu ficaria com a primeira opção (mas fiquem à
vontade em me desmentir), por 2 motivos:
1) é o que exatamente
declama o contra-rótulo do vinho (se não sabem eles que o produzem, eu é que
vou saber?)
2) Siga este simples
raciocínio:
Em idioma basco a palavra “arin” significa “leveza”, algo
agradável e versátil, já a palavra “arnoa” significa “vinho”, ou seja, o seu
autor, juntando as duas palavras quis justamente indicar uma casta que
originaria vinhos leves, versáteis e agradáveis. Pois bem, se eu pensar num
cruzamento entre Tannat e Cabernet Sauvignon a primeira coisa que vem a minha
cabeça não seria certamente um vinho leve, já seria mais provável um resultante
de Merlot com Petit Verdot. Mas não sou técnico e fiquem à vontade em me
desmentir novamente.
De qualquer forma este exemplar se encaixa perfeitamente na
definição do cruzamento de arin com arnoa. O vinho mostra leveza aliada a uma discreta complexidade, fruta
silvestre no nariz (com notas de tabaco), acidez muito boa, taninos aveludados
e um final que entrega algumas especiarias. Justamente versátil tanto para
acompanhar pratos leves, quanto para alguns mais estruturados. E bem agradável.
O Arinarnoa Identidade vem da Encruzilhada do Sul, Serra do Sudeste Gaúcho, matura por 8 meses
em barricas de carvalho francês e mais um ano em garrafa na cave. Não me
perguntem o preço, porque foi um grato presente do meu amigo Tom Meirelles, que
agradeço aqui publicamente.
Prezados, compartilho com alegria que há um excepcional Arinarnoa de uma pequena vinícola gaúcha! Conheça em https://www.vinicolasantabarbara.com.br/romano-cadetto?pgid=jnq0qjj4-ac4381ac-d22f-4dfe-95a7-c8ec65ce9dd5
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