Se escreve Сапера́ви, se pronuncia Saperavi. Esta
uva tem origem na Geórgia (praticamente lá, onde tudo começou), mas é cultivada
também em: Bulgária, Moldávia, Crimeia, Armênia, Turquemenistão, Tagikistão, Azerbaijão,
Uzbequistão e outros países que uma vez formavam a União Soviética. Em
pequenas quantidades se encontra também nos EUA e Austrália, e está sendo
cultivada até no Brasil, mas por enquanto ainda em forma experimental.
De maturação tardia, é uma uva tintureira, daquelas que dão cor ao vinho. A palavra “saperavi” em
dialeto georgiano significa justamente “tinta”, “corante” e tem a
particularidade de ser uma das raras castas que apresenta cor vermelha até na
polpa.
Uma curiosidade em mérito é que, enquanto hoje é usada para acrescentar cor aos vinhos mais claros, no passado (quando a tendência era de tintos mais
“pálidos”) a casta era cortada com uvas brancas para que os tintos resultantes pudessem
ficar menos escuro.
O Saperavi em prova aqui (na verdade já tinha degustado uma
vez anteriormente, numa prova de dezenas de vinhos exóticos, mas desta vez pude
avaliar este com mais atenção) vem da Ucrânia é o Shabo Classic Saperavi 2014.
A vinícola Shabo (que já conhecemos aqui), talvez a mais importante do país, fica
localizada na região de Odessa, o melhor terroir para vinhos finos da Ucrânia.
É um vinho encorpado, quase carnudo, macio e complexo. As
sensações em destaques são de chocolate, alcaçuz, cereja, mas também tabaco, couro,
amêndoa tostada, derivantes do estágio em madeira. Os taninos abundantes e
saborosos são acompanhados por uma brilhante acidez, num conjunto muito
prazeroso que leva para um final balsâmico.
Mais um ótimo vinho trazido pela importadora Winelands (a venda no site por R$ 127), que em matéria de rótulos exóticos
é simplesmente imbatível.
Vinhedos da Ucrânia |
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