Na semana passada fui convidado a participar de uma
degustação de uns novos rótulos espanhóis da importadora paulistana Santa Cruz. O evento aconteceu no novo Bistrô Ouvidor Botafogo, foi promovido pela Rio di Vino, que representa a importadora no Rio de Janeiro
e coadjuvado pela querida Monica Alves, que conseguiu juntar uma turma de
profissionais tops da cidade (menos eu) para a degustação.
A importadora trabalha por enquanto apenas com rótulos da
Espanha, de regiões mais e menos badaladas, mas pretende abrir em breve o
caminho para outros Países também.
Primeiramente devo dizer que a nova filial do Bistrô Ouvidor
está bonita e a comida, supervisionada pelo chef e amigo Efraim Moraes, muito
boa (foram servidos uns canapés e bruschettas com pastas variadas, um arroz de
pato e um doce de chocolate).
Indo para os vinhos, degustamos 7 rótulos:
- Mas Bertran “Les
Enfosques Brut Nature” DO Cava: um Cava tradicional, fine e leve, com boa
perlage. Manteiga e nozes no nariz, no palato tem acidez refrescante e leves
notas cítricas.
- Josep Masachs “Ressò
Garnacha Blanca 2013”
DO Catalunya: não me lembro de ter provado uma Garnacha branca antes,
talvez criei muita expectativa pois o vinho me pareceu muito simples para
meu gosto. Sublinhei as últimas 3 palavras pois não quero ser mal
interpretado: o vinho é correto e deve encontrar centenas de adeptos, sobretudo
os que curtem um branco despretensioso, leve e fresco. Afinal é uma pedida
certa para o nosso clima tropical. Leves notas frutadas e florais.
- Emendis “Trio
Varietal 2010”
DO Penedès: corte de Macabeo, Muscat e Cchardonnay é um branco já mais estruturado.
Maça e um mentolado, tem boa acidez e notável persistência. Perfeito para
peixes e frutos do mar.
- Vall de Baldomá
“Baldomà Selecciò 2011”
DO Costers del Segre: denominação não tão conhecida por aqui, mas em
crescimento. (veja alguns exemplares degustados aqui , aqui e aqui ). Gostei bastante deste corte atípico de Merlot, Cabernet Sauvignon,
Tempranillo e Bobal. A vinícola faz uma pequena produção artesanal e este vinho
reflete o bom trabalho da casa: nariz intenso de fruta silvestre, alcaçuz e pimenta; na
boca tem corpo médio/leve e discreta complexidade, ressaltando uns taninos um
tanto rústicos (adoro), com bom equilíbrio geral.
- Gratallops “Finca
Tobella Negre 2009”
DOQ Priorat: vinhas de baixo rendimento produzem este tinto da região
espanhola da moda. Corte com base em Garnacha e Carignan (mais umas pitadas de
outras castas) é um vinho moderno, intenso e potente, refletindo bem o estilo
atual do Priorato. Explosivo no nariz (ameixa, cereja, violeta), na boca é
suculento com notas minerais. Final levemente adocicado.
- DSL “Phincas 2007” DOCa Rioja: um
Rioja diferente, a partir da garrafa tipo borgonha. A Don Sancho de Londoño
pertence ao grupo de modernistas da região, deixando do lado a austeridade
clássica em função de imediatez, corpo, fruta, potência, maciez (não por acaso
esta mesma garrafa ganhou 93 pontos pelo Robert Parker). Este vinho tem todas
estas características. Basicamente Tempranillo, cortado com parcelas de
Graciano, Garnacha e Viura, é bastante extraído e denso. Cereja, geléia de
amora e chocolate no nariz. No palato é carnudo e volumoso, com textura
aveludada e macia e taninos doces, de longa persistência.
Agradeço e parabenizo novamente todos os envolvidos no
projeto.
Esq. para dir.: chef Efraim Moraes (do Bistrô Ouvidor), sommelier Monica Alves, Victor Marecos e esposa (da Rio di Vino) e Felipe Istamati (da importadora Santa Cruz). |
O Bistro |
Arroz de pato |
Você ( o melhor que nós temos) é profissional do vinho sim. O único amador no evento era eu. Um abraço. Tom Meirelles
ResponderExcluirEu quis dizer que não sou top...Já você, enquanto amador é melhor que nós todos juntos!
ExcluirGrande abraço!