Nesta semana participei do Cavist Tasting and Sale (a
convite da assessoria de imprensa do evento), dedicado unicamente á Concha Y
Toro. A vinícola dispensa qualquer apresentação: é a chilena mais conhecida e
amada pelos brasileiros (e também mundo afora, sendo já avaliada como a 2° marca
vinícola mais influente do planeta!). A degustação aconteceu no Cavist Bistrô
de Ipanema e contou apenas com os vinhos tops da empresa: 10 rótulos para
mostrar a força da Concha Y Toro*.
- Amélia Chardonnay
2012: talvez por ser um dos poucos rótulos que ainda não conhecia, mas devo
dizer que este foi o vinho de todo o painel que mais me marcou. Um chardonnay
do Vale de Casablanca, muito aromático e fresco. Apesar dos 12 meses em barrica
francês o vinho é elegante, misturando notas de pêra, maça, fruta tropical e
cítrica. Na boca é mineral, com bela acidez e um final que chama para mais um
gole (R$ 212,00)
- Terrunyo Sauvignon
Blanc 2012: de vinhedo único (Los Boldos), também de Casablanca, sobre este
branco alguns comentaram que parecia estar tomando grama líquida. De fato as
aromas herbáceos são bem fortes, juntos com abacaxi e maracujá. Na boca também
a sensação vegetal é a que mais se destaca, com limão a seguir, e uma acidez
muito alta, o que realmente torna o vinho não tão fácil de beber. Talvez
acompanhando umas ostras frescas, a história seria diferente (R$ 138,00)
- Sanctuary Pinot
Noir 2009: projeto da vinícola nos EUA, este pinot noir vem do Santa Maria
Valley, Califórnia. É certamente um pinot atípico, bastante extraído na cor e
concentrado no corpo, com estagio de 12 meses em carvalho. Apresentou notas
terrosas e especiarias, sensação repetida no nariz e na boca. Um tanto rústico,
precisa de um bom tempo de areação para amaciar (R$ 275,00)
- Terrunyo Carmenere
2010: este vinho seja talvez a melhor compra de todo o catalogue da Concha
Y Toro pela relação preço/qualidade. As uvas vêm do mesmo vinhedo que produz o
top da casa Carmin de Peumo, no vale de Cachapoal. Mesmo quem não curte muito
carmenere (é o meu caso também) vai gostar. No nariz logo chama atenção um
chocolate, seguido de baunilha, charutos e couro. O típico pimentão que chega a
incomodar os demais é apenas um sopro. Na boca é macio e aveludado, com taninos
doces e sensações defumadas (17 meses em barricas). Gostaria que tivesse um
pouco mais de acidez, mas não pode se ter tudo, né? (R$ 219,00)
- Terrunyo Cabernet
Sauvignon 2010: no mesmo patamar do anterior, talvez um pouco mais
elegante. As uvas vem de um vinhedo velho (Pirque) no Valle del Maipo e o mosto
matura por 18 meses em carvalho prevalentemente novo. Fruta silvestre abundante
com notas ferrosas. Potente e estruturado, um pouco durinho, também se
beneficiaria de uma boa decantada (R$ 219,00)
- Terrunyo Syrah 2007:
procedente do Vale de Casablanca, leva uma pitada de Cabernet Sauvignon no
corte. 20 meses em barrica. Igualmente potente e concentrado, com aromas de
cacau, café, ameixas, anis, e pimenta. No nariz é volumoso, com boa estrutura e
taninos finos e macios. Final amadeirado (R$ 219,00)
- Trivento Eolo 2010:
marcando presença também na Argentina este malbec mendoncino (Luján de Cuyo) é
certamente mais elegante que muitos dos seus colegas, mas todos achamos um
pouco caro. De qualquer forma muito bom. Justa concentração, com belo bouquet floral
e frutado. Na boca é sedoso, com notas de baunilha e caramelo. Taninos maduros
e boa acidez. Um vinho equilibrado, apesar de seus 15,5% de álcool ( R$ 399,00)
- Gravas del Maipo
2009: Syrah do vinhedo Pirque, com 9% de Cabernet Sauvignon, maturado por
17 meses em barrica francês. Bastante concentrado e extraído, tem um nariz
intenso de cassis, com tabaco e especiarias. No palato é denso, carnudo e
macio, com taninos redondos e doces. Para os amantes do syrahzão. Porém caríssimo
(R$ 698,00)
- Dom Melchor 2009:
embora exista um outro vinho top acima, este é considerado o ícone da vinícola
e o mais internacional. Varietal de Cabernet Sauvignon com uma borrifada de
Cabernet Franc de uvas de Puente Alto. Ao meu ver foi o mais elegante e
equilibrado de todo o painel. Amoras, café, anis e terra molhada, não é tão
encorpado, embora o volume preencha a boca com uma textura aveludada. Acidez
muito boa, taninos finíssimos e madeira bem integrada (15 meses em carvalho
francês) completam um quadro que deixa uma excelente persistência (R$ 449,00).
Vinho de guarda.
- Carmin de Peumo
2009: vinho top da casa e por muitos considerado como o melhor carmenere do
mundo. Tem pequenas quantidades de Cabernet Sauvignon e Franc, sendo todas as
uvas procedentes dos melhores vinhedos da vinícola. (Peumo, Pirque Vejo e
Puente Alto). Concentrado e com aromas de violeta e amarena é um vinho que
preza a doçura da fruta mais que acidez e tanino, tanto no ataque quanto no
final de boca. Mastigável, tem grande estrutura e maciez (R$ 698,00).
* Preços de tabela
Acredito que o grande problema da CYT hoje é justamente o preço dos seus vinhos. Talvez esteja imperando um conceito de grife na hora de precificar a coisa. Um exenplo disso é voce fazer uma visita a vinicola e pagar o mesmo preço do freeshop. Considero atualmente a linha Marques de Casa Concha a melhor opção em qualidade e principalmente $$$. Att. Fábio
ResponderExcluirFábio concordo plenamente com sua avaliação. O problema é que, sobretudo no Brasil, tem muita gente disposta a pagar e o resultado é o aumento do preço...
ExcluirAbraço e obrigado pela visita!
Miguel muito obrigado pelo seu testemunho!
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