Eu sei que, ainda mais em clima de Natal, se eu falar em Peru não estaremos pensando necessariamente na mesma coisa J Pois não é da ave que vai
estar na mesa de fim de ano que estou falando, e sim do país,
nosso vizinho sul-americano. E, porque não, de um vinho que pode também estar
na sua mesa de Natal.
Não se deixe enganar pelo fato de não estar no mapa dos
melhores terroirs internacionais: o Peru produz bons vinhos sim, afinal a gastronomia peruana está em alta no mundo e a enologia não podia ficar pra trás. Pessoalmente já tinha provado alguns rótulos da Intipalka, alguns trazidos de amigos
diretamente de lá, outros proporcionados pela mesma importadora que trouxe o
exemplar deste post, todos bem interessantes.
A Bodega Santiago Queirolo é a vinícola peruana mais
badalada e a Intipalka a sua linha mais premiada e representativa nos
mercados internacionais. A história da casa remete ao ano de 1877, quando a
família Queirolo chegou a Lima vindo da cidade italiana de Genova. Três anos
depois a família começou a produzir pisco (que se tornou rapidamente um dos
melhores do país, inclusive até hoje), mas foi na década de 2000 que a vinícola
foi totalmente reformada, estruturalmente e conceitualmente, com o intuito de
produzir vinhos finos premium de perfil internacional.
Assim nasceu a Intipalka, que no idioma dos incas significa
“vale do sol”, referencia á região de procedência. Situada aos pés dos Andes a
área tem clima desértico com grandes amplitudes térmicas e solo rico em
minerais, ademais a proximidade ao Oceano Pacifico (60 km) torna a temperatura mais amena: algo que pode ser comparado ao microclima de Mendoza, de acordo com o produtor.
Falando em Argentina, nestas páginas já avaliamos um Malbec
da Intipalka (veja aqui) que a importadora Winelands me deu a oportunidade em provar. Este era da linha “Varietales”, a de entrada da vinícola, já
desta vez falamos de um vinho Reserva, um dos premiums da casa.
O corte, bastante comum em países como Austrália e África do
Sul, normalmente providencia vinhos gordos, potentes, estruturados e este
exemplar peruano também não foge a regra. O nariz intenso de cereja e groselha
entrega também certo mentolado e um pimentão. Na boca é rico e suculento,
mantendo intensidade e bom equilíbrio. O estágio em madeira de 6 meses
acrescenta complexidade, mas sem se tornar invasivo e os taninos doces são
balanceados por boa acidez. A casa sugere decantar no mínimo 1 hora, no meu
caso não foi decantando, mas mesmo assim escoltou com sucesso uma bela picanha
grelhada.
Mais um vinho exótico e marcante da Winelands
Importadora e Clube de Vinho (R$ 125,00)
0 comentários:
Postar um comentário