Pere aí, não entendi...aqui estamos revertendo o conceito
fundamental do trabalho: a idéia é de trabalhar para ser remunerado e não pagar
para trabalhar. Mas se você se chamar Gordon Matthew Thomas Sumner, Sting para
os demais, pode se dar ao luxo de ser pago para outros trabalharem para você.
Não basta ter fundado uma banda legendária como The Police e escrito centenas de músicas
memoráveis; não basta ter ganho 16 prêmios Grammy;
não basta se vangloriar para horas de sexo tântrico, ter uma esposa bonita e
propriedades de todo respeito. Nem basta ter a idade do meu pai, mas menos
rugas que o meu sobrinho.
Não, Sting quer mais. Somente seu último tour rendeu 358
milhões de dólares, mesmo assim não se contenta com os frutos da sua carreira,
mas quer cobrar mesmo pelos frutos de verdade. E agora está determinado mais do
que nunca em transformar Il Palagio, sua propriedade na Toscana do século 16 (comprada em estado de abandono) em negócio. No ano passado começou a alugar uns
cottages dentro da propriedade por U$ 10mil por semana e agora vai cobrar os trabalhadores da colheita. Já você que é um Zé Ninguém deve
agradecer a oportunidade de desembolsar 260 euros por dia pelo privilégio de colher
uvas e azeitonas nos terrenos do astro.
No momento no Il Palagio a rockstrar produz vinhos orgânicos e biodinâmicos
(com inspiradores nomes de umas das musicas do cantor: Message in a bottle, Sister Moon, When we dance), azeites e mel.
Mas quem pensa que o célebre cantor seja um capitalista
egocêntrico está enganado: depois de um dia de colheita os trabalhadores serão
convidados a degustar os vinhos da propriedade, incluindo o citado Message in a bottle, um Sangiovese de 15
euros que oferece “um complexo aroma de cerejas, amoras e especiarias”. Que
generosidade.
Ridículo...
ResponderExcluirPois é. Luiz Henrique, pior que, mesmo com este sentimento de revolta que me deu, não consigo não gostar das músicas dele...
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