Vinopoly

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Bye bye Amarone. Pior safra de sempre poe em risco a produção!

Este de 2014 será lembrado como o ano mais chuvoso dos últimos cem anos no norte da Itália, e, consequentemente, uma das piores safras de sempre. Piemonte e Lombardia foram atingidos em medida menor, mas é particularmente nas regiões do nordeste da península que o tempo foi demasiadamente cruel: Trentino, Friuli, e sobretudo, Veneto.

Faltando poucos dias para a colheita os dados são claros: as condições meteorológicas foram um desastre para os vinhos. Chuvas muito acima da média, temperaturas muito abaixo, granizo e poucas horas de luz para a planta são motivos suficientes para entender que para os viticultores este é um ano para esquecer de pressa.

Alguns já começaram a colher, outros nem vão começar: muitas plantas apresentam podridão (infelizmente não nobre) e doenças, e até aonde as uvas parecem bonitas de fato são pobres de açúcar, portanto sem um mínimo potencial de álcool para produzir.

Para quem decidir produzir, o papel do enólogo será fundamental como nunca: para manter uma qualidade aceitável ele terá que fazer grandes alquimias, como enriquecer o mosto, e outros trabalhos tecnológicos que provavelmente levarão a um aumento do preço do pouco vinho disponível.

A produção de Prosecco e de toda a Valpolicella terá notáveis prejuíços, mas os o mais afetado será o Amarone, ícone da região (cuja vinificação depende exclusivamente da perfeita maturação das uvas, que passam depois por um processo de passificação).

O Consórcio de proteção dos vinhos de Valpolicella decidiu baixar de 50% para 35% a cota de uvas destinadas a passificação para a produção de Amarone e Recioto, mas muitos se perguntam se não seria o caso de tomar uma decisão mais corajosa, mas talvez mais oportuna, renunciando totalmente a produção de Amarone para este ano. Por exemplo, a vinícola Bertani, uma das mais tradicionais da região, já resolveu não produzir seu Amarone Classico 2014, para coerência ao próprio estilo e em respeito ao consumidor.

Outros produtores vão definir nestes dias. É claro que uma renuncia custa dinheiro, mas por outro se ganharia em credibilidade, mostrando para o mundo que o Veneto preza muito a qualidade de seus vinhos.





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