
Faltando poucos dias para a colheita os dados são claros: as
condições meteorológicas foram um desastre para os vinhos. Chuvas muito acima da média, temperaturas
muito abaixo, granizo e poucas horas de luz para a planta são motivos
suficientes para entender que para os viticultores este é um ano para esquecer
de pressa.
Alguns já começaram a colher, outros nem vão começar: muitas plantas apresentam podridão (infelizmente não nobre)
e doenças, e até aonde as uvas parecem bonitas de fato são pobres de açúcar,
portanto sem um mínimo potencial de álcool para produzir.
Para quem decidir produzir, o papel do enólogo será
fundamental como nunca: para manter uma qualidade aceitável ele terá que fazer
grandes alquimias, como enriquecer o mosto, e outros trabalhos tecnológicos que
provavelmente levarão a um aumento do preço do pouco vinho disponível.

O Consórcio de proteção dos vinhos de Valpolicella decidiu baixar
de 50% para 35% a cota de uvas destinadas a passificação para a produção de
Amarone e Recioto, mas muitos se perguntam se não seria o caso de tomar uma
decisão mais corajosa, mas talvez mais oportuna, renunciando totalmente a produção de
Amarone para este ano. Por exemplo, a vinícola Bertani, uma das mais tradicionais
da região, já resolveu não produzir seu Amarone Classico 2014, para coerência ao
próprio estilo e em respeito ao consumidor.
Outros produtores vão definir nestes dias. É claro que uma renuncia custa
dinheiro, mas por outro se ganharia em credibilidade, mostrando para o mundo
que o Veneto preza muito a qualidade de seus vinhos.
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