Apesar de parecer um sacrilégio para a maioria dos
consumidores brasileiros, já estão à venda latinhas de vinho nacional nas
nossas prateleiras. E lá fora então já não é mais uma moda do verão, e sim um
negócio de 45 milhões de dólares.
Só nos EUA o mercado de vinho enlatado cresceu 43% no último
ano. Apesar de representar uma porção ainda minúsculas da indústria (cerca de
0.2% das vendas totais de vinho), cresce rapidamente, especialmente nas novas
gerações (millennials). Eles não querem
e não podem gastar 70 USD numa garrafa de vinho, portanto procuram produtos mais
acessíveis, o que torna o vinho enlatado mais atraente.
Normalmente gastam entre 4-7 dólares para uma latinha que
equivale a cerca de 2 taças de vinho (existem também outros formatos), e que
pode ser levada mais facilmente para lugares como praias, parques,
acampamentos. E ainda são mais fáceis de reciclar, e aparecem menos pretensiosas
para consumidores ocasionais. Ademais isso é bom também para os produtores, pois,
segundo pesquisas, os consumidores estão mais dispostos a provar novos vinhos
se não forem obrigados a comprar uma garrafa inteira.
Grandes produtores americanos estão investindo fortemente na
categoria e se até 3 anos atrás tinha apenas uma dúzia de marcas produzindo
vinho em lata, hoje são mais de 100. Só a E. & J. Gallo Winery produziu em
2017 mais de 12 milhões de latinhas de vinho, mas outros players de peso como Francis
Ford Coppola, Precept Wine e até pequenas vinícolas independentes como Union
Wine Company e Infinite Monkey Theorem apostam neste molde.
Os vinhos elegidos para esta embalagem são pela maioria
espumantes, brancos e rosés, principalmente a base de Moscatel, Sauvignon
Blanc, Pinot Grigio, Chardonnay. Já para os tintos os prediletos são Pinot Noir, Merlot, Cabernet Sauvignon e blends.
Apesar da crescente popularidade
alguns podem argumentar que vinho enlatado não tem o mesmo charme e romantismo
de uma garrafa tradicional. Outros alegam que a lata reduz os aromas e os
sabores do vinho. Mas a categoria garante diversão a baixo custo, uma acessível
porta de entrada ao mundo de Baco, e, de acordo com os especialistas, mediamente
se trata de bons vinhos.
Vamos provar?
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