segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

5 dicas para o sommelier moderno

Educado, elegante, preparado, diplomático, etc: quem não conhece as qualidades do sommelier – figura mitológica meio homem e meio pingüim com o qual partilhamos a escolha da garrafa certa no restaurante?
Pena que em 80% dos casos essa figura nem existe, em 10% existe mas é inútil e 10% dos casos, contribui ativamente para tornar a noite memorável. Eu que não so sommelier de profissão, mas estudei a nobre arte “sommelieristica” posso entanto ousar sugerir 5 pessoalíssimas dicas para os cavalheiros da armada de Baco da era moderna.

1 ) Atualização: saber de cor, das sub-áreas e micro-climas da Cotes de Nuits ou os graus Kelvin da luz de uma vela de decantação não é tão fundamental para harmonizar um bom branco com o meu prato de rigatoni ao pesto genovese (já o amigo Fabio Baptista fez isso muito bem no seu blog Vinhão). O sommelier moderno deve rodar, se informar, descobrir algo para que se apaixone e propor-lo com personalidade, não porque o vinho é famoso, mas porque ele gosta. Escolher rótulos fora do comum e não sugerir um Sauvignon Blanc do Loire porque tem aroma de xixi de gato. Eu já tive um gato e nunca fez um sauvignon blanc na sua leteira.
2) Originalidade: colocar na carta vinhos famosos e conhecidos todo mundo sabe fazer. O mundo está cheio de bons vinhateiros que esperam um sommelier competente para serem valorizados. Agora uns nomes confortantes têm que estar presentes, mas é bom tentar encontrar um bom equilíbrio entre a funcionalidade e a pesquisa. O novo lema é beba menos, mas beba melhor.
3) Quantidade: pelas mesmas razões do item 2 exagerar no número não leva a nada: o cliente vai demorar 1 hora e vinte minutos para escolher entre os 5873 rótulos disponíveis na casa. Isso não é bom para ninguém, menos ainda pelo restaurante, que precisa movimentar as mesas.
4) Espontaneidade: ser cordial, lembrando de não ter uma vassoura amarrada nas costas. É bom não falar como um livro e sorrir. Ser si mesmo. Não falar de jeito destacado, como se tivesse servindo os líderes do G8, mas também não usar a confiança que daria ao seu irmão.
5) Transparência: não contar mentiras. O cliente uma vez chegado em casa vai pedir a ajuda de São Google e o engano será logo desmascarado. Mesma coisa com os preços: hoje, como vimos aqui, o consumidor está ligado nas novas mídias e com o seu smart-phone diretamente do restaurante ele vai verificar o preço da garrafa em várias lojas on-line.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O vinho típico da Toscana? O Primitivo. Palavra de yankee.

E agora, hein? Quem vai explicar para os americanos que a Primitivo não é uma uva toscana?
A coisa grave é que o vídeo abaixo não vem de um improvisado enófilo qualquer, mas é o vídeo oficial do próximo Zinfadel Festival de Paso Robles, na Califórnia.
Para um vídeo cheio de estereótipos e lugares comuns (note bem que ninguém toca mais a tarantella nem em Napoli, imagine na Toscana que não tem nada a ver!) o único estereótipo aqui confirmado é que os americanos são ignorantes em geografia.



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Um Sur Lie barato

Uma interessante novidade da importadora Zona Sul é este branco francês do Vale do Loire. O nome...pare aí, preciso respirar fundo... é : Muscadet Cotes De Grandlieu Sur Lie Le Pavillon Domain du Haut Bourg
E depois os franceses estranham que um vinho como o Trio faça sucesso: somente pela facilidade do nome ele já sai ganhando. Isto também é marketing, mon ami.

Mas vamos ao vinho.
A vinícola Domain du Haut Bourg foi fundada em 1945 e fica no coração da denominação Muscadet Côtes de Grandlieu (não longe da cidade de Nantes), por isso, mesmo tendo vinho tinto na linha de produção o seu forte são os brancos.
O vinho Le Pavillon é um monovarietal de Melon de Bourgogne, uva típica desta área mais perto do Atlântico localmente chamada de Muscadet: vinho notoriamente leve, simples e imediato. Por este motivo nos anos 1970 uns produtores começaram a introduzir para este tipo de vinho a técnica do Sur Lie (originária da Borgonha), para dar maior complexidade, estrutura e persistência.

A técnica é hoje bastante utilizada nesta região e consiste basicamente em deixar o vinho por um tempo (no caso deste vinho por 8 meses) em contato com as próprias leveduras e borras, o que realmente o torna mais interessante.

Neste caso o resultado foi bastante aromático (fruta cítrica e mineral) e meio cremoso, com um leve toque terroso e apimentado e com ótima acidez.
Ganhou Medalha de Ouro no Concours Général Agricole de Paris, o que não quer dizer muita coisa...mas é isso ai.

De qualquer forma vai se juntar aos amigos do Bolso Esperto, para sair da mesmice com um preço módico: paguei pela garrafa R$ 28,00.
Recomendo com aperitivos ou frutos do mar.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ascensão e declínio do Robert Parker (parte 2)

[Continuando do post anterior]

Tão grande foi a influência do Robert Parker no mundo do vinho até hoje, que entre os comerciantes de vinho americanos circula um ditado: se um vinho recebe menos de 80/100 do Parker, você não consegue vendê-lo nem a preços de bagatela, mas se alcança mais de 90 pontos se tornará caro demais para a maioria dos consumidores

Mesmo assim, para conseguir suas notas altas, produtores e enólogos dos quatro cantos do mundo se apressaram a fazer o vinho do jeito que ele gosta: potente, frutado, concentrado, encorpado e amadeirado. Não a caso quando se tem na taça um produto com estas características se fala de vinho parkerizado (neologismo mais que apropriado), cujos limites falei aqui.

Mas é um estilo que não está mais recebendo o mesmo entusiasmo do começo, como já apontei aqui, da mesma forma que o sistema de avaliação em centésimos fica cada vez mais criticado. Pois é, a famosa escala de 50 a 100, por ele introduzida e aceita e imitada por outras publicações como a Wine Spectaor, a Wine Enthusiast e a Wine & Spirits parece estar perdendo credibilidade.
Olhem o que afirma a Master of  Wine Jancis Robinson: “Eu não sou uma grande fã de combinação de números e vinho: uma vez que deixe espaço para os números, torna-se muito fácil reduzir o vinho a um mero bem financeiro, ao invés de considerar a sua originalidade como fonte única de prazer sensual e de estimulante convívio."

Mas a homologação do gosto ditada pela influência do Parker foi durante muito tempo na mira de outros críticos, tais como Alice Feiring, autora do livro "A batalha por vinho e amor, e como salvei o mundo da Parkerização " e Elin McCoy, que escreveu "O Imperador do Vinho (a ascensão de Robert M. Parker Jr. e o Reino do gosto americano)": ela acha o Parker ainda influente, mas certamente não tanto quanto cinco anos atrás, já que a livre informação da internet está ganhando rapidamente muito espaço.
Da mesma opinião o Paul Mabray, chefe-executivo da VinTankempresa especializada em inovação na indústria vitivinícola, que afirma que “as avaliações e comentários sobre vinhos feitas por consumidores na internet são trocadas entre pares, o que representa uma medida de sucesso de um produto muito melhor do que a opinião de uma única pessoa, embora influente”.

Enfim, se é verdade que as notas de degustação da Wine Advocate ou Wine Spectator têm ainda uma discreta importância para fins comerciais, é igualmente verdade que a cada dia que passa aumenta o grupo de consumidores que, para se orientar na compra de uma garrafa não lêem mais as publicações do setor, mas sentam na frente de um computador e mergulham na rede de blogs, fóruns, social network especializados, etc.
Aqui eles encontram sempre alguém disposto a aconselhar, sem nenhum interesse de parte e sem nada a ganhar, partilhando gosto e paixão.
Alguém como o Mondovinho.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ascensão e declínio do Robert Parker (parte 1)

“Parker funciona somente se tiver mais que 45 anos. Se for mais jovem, o que conta são as mídias eletrônicas”. Palavras do Roger Gentile, um dos maiores expert e wine merchant dos Estados Unidos.

Pois é, meus amigos, até pouco antes para um rótulo que superasse os 89 pontos nas avaliações do nosso Advogado do Vinho significava o começo da própria fortuna comercial no mundo inteiro. Mas nos tempos de hoje, nos quais a crise econômica mundial reduziu o tamanho dos sonhos de muitos, o império do gosto Parkeriano começa a mostrar rachaduras evidentes. E as novas mídias são certamente partícipes deste processo.

Mas vamos relembrar um pouco a história e a trajetória do Parker.

Robert M. Parker não é um produtor de vinho, nem um enólogo, tampouco um jornalista. É um advogado que em 1984 deixou a profissão para se dedicar à sua paixão: escrever sobre vinho. Ele tinha começado uns anos atrás com um pequeno boletim chamado The Baltimore-Washington Wine Advocate (Baltimore é a sua cidade natal) que enviou gratuitamente para os maiores comerciantes de vinho. O intuito era escrever livre de interesses, pois naquele tempo quem escrevia sobre vinho eram freqüentemente as mesmas pessoas que o vendiam.

A segunda edição já foi a pagamento e ganhou de cara 600 assinantes. Em 1979 o boletim foi re-batizado simplesmente como The Wine Advocate, nome que mantém ainda hoje e que depois de mais de 3 décadas pode se orgulhar dos mais de 50mil assinantes no mundo todo.

Mas em que se baseou, até agora, o sucesso deste crítico?

Basicamente em três principais inovações:

1) uma abordagem ao produto focada no consumo
2) uma avaliação dos vinhos em centésimos
3) uma crítica, às vezes até muito pesada aos inatacáveis grandes vinhos franceses.

O grande mérito do Parker é de ter sido o primeiro a escrever sobre vinhos da Califórnia, do Chile, dos espanhóis e italianos, quando até então a imprensa anglo-saxônica se preocupava somente de Bordeaux. E também foi o primeiro a fazê-lo de um ponto de vista do consumidor. Mas, aqui eu o critico, com a presunção de educá-lo a beber de acordo com o critério dele.

Auto-proclamado "observador independente para a defesa do consumidor", o Robert Parker levou a fama também pequenos vinhateiros desconhecidos, os famosos vin de garage que fizeram a fortuna da sua revista.

Ainda hoje ele se declara totalmente independente, afirmando que nunca pegou sequer 1 dólar de produtor nenhum para escrever uma crítica positiva e que nunca aceita de presente vinhos para serem avaliados: os compra pessoalmente com o próprio bolso para não ter influências.

Uhm...será mesmo? Bom, não tendo motivo para duvidar e sobretudo não tendo como provar o contrário, temos que fazer de conta de acreditar.

Mas a dúvida permanece...

[Continua no próximo post.]

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Terrunyo Carmenere: belo vinho, mas de presente é melhor!

Como disse aqui, todas as pessoas que conheço gostam de vinho (podem até não beber por questão de preço/religião/cultura), mas todo mundo gosta.

Todo mundo menos uma. E curiosamente, a única pessoa que conheço que não gosta de vinho é ironicamente chilena. Pois é, a amiga Maria Paz, de Santiago do Chile, adora cerveja, mas não quer saber de vinho. 
Ninguém é perfeito, né?

Mas felizmente, compensa este seu pecado mortal com uma grande generosidade: encomendei este Terrunyo Carménère para ela, que pontualmente trouxe do Chile, mas não quis de jeito nenhum aceitar o meu dinheiro, e insistiu para me dar a garrafa de presente. E vejam que não se trata de um vinhozinho mais ou menos: é um vinhozinho MAIS! E agradeço mais uma vez publicamente a Maria Paz pelo presente.

Agora vamos aos interesting facts:

Não vou falar da vinícola Concha Y Toro, que todo mundo conhece, posso somente adicionar que ocupa o segundo lugar no ranking das marcas de vinho mais poderosas do mundo.

A Terrunyo é uma das linhas top da vinícola com uvas procedentes dos melhores vinhedos da casa e particularmente este Carménère, vem do vinhedo de Peumo (o mesmo que origina o ícone Carmín de Peumo), considerado como talvez o melhor terroir para esta casta.

O da safra 2006 por mim degustado levou 94 pontos pelo Parker, 93 pelo Descorchados e 92 pela Wine Spectator (lugar #63 na lista dos Top100 do mundo em 2009).

Pessoalmente ficaria com a nota da WS, pois é um grande vinho, mas não chegou a empolgar tanto assim.
Com certeza elegante. Aromas florais e minerais. Na boca muito aveludado e macio (decantei por cerca de 1 hora), boa complexidade (18 meses em carvalho), taninos finos e acidez na medida. O que me decepcionou foi o final leve e pouco persistente que não foi à altura do resto.

No rótulo é declarado como não filtrado, mas pessoalmente não diria...não estou dizendo que é mentira, mas não dava para perceber: o corpo muito límpido e nítido, não deixou sequer um sedimento nem na taça nem no decanter...fiquei com a dúvida, mas provavelmente estou enganado...

De qualquer forma um belo exemplar da casta Carménère  (no blend também pequenas parcelas de outras castas, veja a ficha abaixo), que certamente merece ser provado, mas talvez não com o alto preço cobrado aqui no Brasil. Vale a pena comprar no Chile, ou melhor, ser presenteado com ele!

Voto gringo: 7 ½

Vinho: Terrunyo Carménère 
Safra: 2006                            
Produtor: Concha Y Toro
País: Chile
Região: Vale do Rapel
Uvas:  Carménère 85%  / Cabernet Sauvignon 12% / Cabernet Franc 1 % / Petite Syrah 2%,
Teor Alcoólico: 14,5%
Importadora: VCT
Custo médio: R$ 220,00

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Campanha “Rolha por R$15”: MONDOVINHO APÓIA

Para recuperar o tempo perdido vamos logo com o segundo post do dia. E sobre um tema bastante polêmico. A taxa de rolha nos restaurantes, e uma campanha lançada por outros blogueiros. Mas vamos por degraus, explicando primeiro o que é isto.

O sistema de taxa de rolhas vem se difundindo a partir da Austrália e Nova Zelândia, mas é bastante comum em muitos países anglo-saxões, onde se chama de BYO: Bring Your Own (subintendendo Bottle). Ou seja: traga a sua garrafa de vinho para o restaurante.

A idéia é de poder levar o seu rótulo preferido ou aquela garrafa rara que você estava guardando para comemorar uma ocasião especial, para o restaurante que não tem este rótulo na própria carta de vinhos.

Tem uns restaurantes (raros, na verdade) que pelo serviço não cobram nada, mas me parece adequado que os restauradores coloquem um custo (que inclui resfriamento, taças, serviço), chamada de taxa de rolha.

Agora, para ser franco, têm dois lados da medalha, a meu ver ambos errados.

Um lado é que os restaurantes costumam praticar preços absurdos para os vinhos, que chegam a custar até 300% a mais que nas lojas.

Outro lado é que os consumidores, para justamente evitar este abuso, queiram levar um vinho qualquer, ou até um já presente na carta de vinhos, somente para economizar.

O ideal seria que as duas partes tivessem bom senso, se não se chega a uma bola de neve enorme que não vai parar de rolar.
Têm restaurantes aqui no Rio que cobram até R$ 120 para a taxa de rolha (sobre a qual será aplicado também o 10% de serviço!) o que é claramente um explicito incentivo para o cliente não levar a própria garrafa. Pior que muitos restaurantes cobram caro e o serviço não é nada adequado, com taças ridículas e garçons não treinados.

De contra tem restaurantes que valorizam o acompanhamento de um bom vinho, com cartas cuidadosamente preparadas, profissionais competentes e serviço impecável, que não merecem ser “humiliados” por clientes levando um reservado qualquer e que ainda não querem pagar pelo serviço.

Nestes dias o blog Adega para Todos levantou a questão e lançou a campanha "Rolha por R$ 15,00", que me parece um preço justo, que pagaria o serviço e eventuais danos como quebra de taça, etc.
Logo em seguida o blog Vivendo a Vida apoiou a campanha e aumentou mais ainda o volume do protesto.

Eu apóio totalmente a campanha me unindo aos amigos acima e convido os outros blogueiros a fazer a mesma coisa.

Deixe aqui o seu comentário (seja a favor ou contra), contando as próprias experiências e sugestões.

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Dia feliz

Peço desculpa para pela falta de atualizações dos últimos dias, mas lutei com falta de conexão e falta de tempo. Espero nestes dias poder voltar a postar com maior regularidade.

Por enquanto gostaria somente de compartilhar com vocês a alegria de ter recebido esta semana um belíssimo presente: uma garrafa de Sassicaia, safra 2007.

Não para tirar onda, mas não é todo dia que você ganha um vinho que custa o equivalente de 3 salários mínimos.

Agora o desafio é esperar para um maior afinamento, pois começará a ficar bom em 10-15 anos, podendo envelhecer até 40 ou mais.
Algo me diz que o menino será sacrificado no sagrado altar da minha mesa bem antes. 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O vinho perfeito e o mito dos 100/100 pontos

Recentemente falei do James Suckling; entre outras esquisitices, Mr. “I’m here” costuma usar para vinhos por ele pontuados com a nota máxima de 100/100 a expressão de “perfect score”. Isso é bom para vender (a revista e o vinho), mas de fato me parece arriscado dizer que um vinho é perfeito. O termo perfect score poderia ser utilizado no esporte, mas o vinho não é um gesto técnico/atlético para ser executado, nem um produto para ser realizado da mesma forma padrão: a beleza do vinho é justamente a diferença que até o mesmo rótulo tem, se aberto de um dia para o outro.

Como pode um vinho ser absolutamente perfeito?

A impressão é que os cobiçados 100 pontos são utilizados de duas maneiras diferentes: mais generosa em um tipo de imprensa orientada para o mercado, e mais parcimoniosa por uns autores interessados meramente em análise crítica.

Pessoalmente, acho difícil eu dar a nota máxima para um vinho, e, se acontecer, não quer dizer que seja um vinho de perfeição absoluta (o que, para mim não existe), mas que foi o que mais me emocionou.

Tendo que arriscar esta nota, qual seria o vinho que vocês já beberam que merece os 100/100, ou que mais emocionou?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Chardonnay com madeira também é bom (use com moderação)

Neste recente post falei das supostas tendências de vinho que, pelo menos, em países anglo-saxões parecem decretar a morte do Chardonnay. Já aqui no Brasil eu achei que vai continuar como a casta rainha das brancas, mas com maior tendência ao estilo fresco e frutado que encorpado amadeirado. Inspirado por esta minha matéria o colega Peter do blog Alemdovinho publicou este ótimo post com uma lúcida análise dos dois estilos.

Eu prefiro o primeiro estilo, ácido e mineral, mas também não desdenho o segundo (sem exageros), dependendo da ocasião e da comida.

Então me lembrei deste branco com estágio em carvalho que tomei recentemente e me deu um bom prazer: Robert Mondavi Equilibrium Chardonnay.

Vou poupar informações sobre o produtor, que é simplesmente o cara que começou a história dos vinhos finos na Califórnia na década de 60 e autor de uns dos mais celebrados caldos do planeta (o Opus One lhe lembra algo?).

Escolhi este rótulo pelo próprio nome, pois conhecendo o estilo de Napa Valley não queria justamente tropeçar em um suco com muita madeira, e o nome Equilibrium me confortou...

E realmente é bastante equilibrado, e com boa complexidade. Aromas de pêra e abacaxi, na boca corpo volumoso e mórbido, algo que remete ao coco, caramelo e compota de damasco. Final cremoso e persistente.

Harmonizou muito bem com um pargo grelhado ao molho de camarão.

Então como estão vendo (isso vale sempre), tudo depende do momento. Mesmo não sendo o estilo que prefiro em absoluto, este chardonnay fez muito bonito e não decepcionou.

E vocês, qual estilo preferem, com ou sem madeira?

Os vinhos da Mondavi são importados no Brasil pela Aurora, mas ainda não vi este rótulo Equilibrium por aqui: comprei no Duty Free Shop do aeroporto JFK de Nova York por U$33,00.

Voto gringo: 7 ½

Valentine: dica para ganhar pontos em amor

Hoje no resto do mundo se comemora o Dia dos Namorados. No Brasil esta data é adiada singularmente para junho, mas como eu sou gringo e moro aqui somente há 4 anos, para mim é difícil me desgrudar do 14 de Fevereiro. Afinal é o Valentine’s day, ou seja o Dia de São Valentim, protetor justamente dos namorados.

Já para você que comemora em junho segue a dica em 5 simples etapas para surpreender e impressionar positivamente a suas mulher.
Não é preciso gastar dinheiro com presentes caros ou jantar em restaurante de luxo. Em casa fica até melhor (mas se tiver filhos, os mande por uma vez na casa dos avos, tios, amigos, campo escoteiro...):

1) Compre umas flores (basta até uma rosa)
2) Prepare um jantarzinho diferente
3) Arrume a mesa de um jeito mais bonito (ou seja, não com um prato descartável apoiado casualmente, mas com a louça das melhores ocasiões) e coloque as flores adquiridas no centro.
4) Abra uma boa garrafa de vinho.
5) Acenda umas velas (mas longe da garrafa!)

Pronto, agora é só curtir sua noite romântica. Afinal não é nada demais, mas se fizer isto no dia 12 de junho não vai ser nada surpreendente, aliás naquela data ela espera até mais que isso! Já hoje a sua parceira vai ficar feliz pela bela surpresa, emocionada pelo seu carinho e empolgada para estar comemorando esta data juntos com o resto do mundo.
A mesma coisa vale para as mulheres que querem fazer esta surpresa para os parceiros.

E porque não, para os solteiros também: afinal qual dia melhor que este para se declarar?

As pessoas amadas vão ficar gratas.

E vocês estão me devendo uma.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

As mulheres entendem de vinho. E muito.

O vinho fala em feminino. Uma pesquisa italiana revelou uma nova tendência nos país da bota: o mercado é influenciado por 13 milhões de mulheres consumidoras de vinho.

O estudo as divide em 5 grupos:

1) Na base 3 milhões de “consumistas” ainda orientadas pela tradição e pela relação quantitade/preço.
2) 4 milhões de “ecléticas” influenciadas na escolha dos vinhos para consumo no tempo livre e fora de casa.
3) No meio 1 milhão de “apaixonadas”, sempre mais competentes, a procura de “experiências” evoluídas.
4) Na faixa alta 4 milhões de “emergentes”, mulheres executivas fortemente influentes em matéria de “trend & brand”.
5) Em cima 1 milhão de “eminentes”, com escolhas de vinho inspiradas pelos comportamento de luxo.

Aqui no Brasil estamos ainda longe destes números, mas, acredite, as mulheres também lideram no consumo de vinhos finos. Elas representam cerca de 65% do consumo total do País e preferem espumantes, brancos e roses, mas não desdenham um bom tinto.

Consequentemente o mercado está de olho nelas, produzindo a cada vez mais vinhos que encontram os gostos das nossas damas, seja no paladar, seja também esteticamente, (com garrafas e rótulos desenhados especificamente para o refinado olhar feminino).

É isso aí garotas! Parabéns e continuem humilhando os homens, supostos entendedores..!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Foto do dia: a hora da mudança

Quando quiser comemorar algo importante, nada melhor que uma garrafa de vinho.

Boa sorte a todos os egípcios.

 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Qual o vinho certo para aperitivos e petiscos?

O que harmonizar com os aperitivos? Aqui no Brasil (excluindo a “praga social” do chopp) parece obrigatório um copo de Caipirinha, já no exterior estão na moda todos os coquetéis a base de Martini (que, lembre-se, também é um vinho), mas é bom notar que em uns bares de qualidade, muitos pedem uma boa taça de vinho tradicional ou uma flute borbulhante.

Em geral, as escolhas privilegiam os brancos, frescos e imediatos, nos quais a acidez predomina sobre a maciez.

Mas se a entradinha for um pouco mais elaborada é possível também arriscar um branco envelhecido em madeira (mas sem exageros!) ou um aromático, como um belo Gewuztraminer ou um Torrontés (não disse Falanghina para não parecer partidário).

As borbulhas caem sempre bem, pessoalmente adoro Franciacorta, mas se quiser poupar din-din vai de espumante brasileiro (ou por que não, de Lambrusco, mas não o genérico de supermercado!).

Vinho rosé também vai fazer bonito, com ou sem borbulhas.

Mas os tintos? Será que vão bem com um petisco? Realmente parece forçado beber um tinto antes do jantar, mas isso nem sempre é verdade.
Tem vinhozinos tintos que caem bem na hora do aperitivo: a partir de Beaujolais Nouveau que na boca são frescos e levemente ácidos, ou um Montepulciano d’Abruzzo, perfeito com uma tábua de frios. De qualquer forma, recomendo tintos leves e jovens do velho mundo: por favor, esquece pelo menos aqui malbecs-geléias argentinos ou cabernets chilenos para se cortar com a faca.

Pronto, agora é só escolher seguindo estas linhas de base, mas pode se aventurar mais conforme a situação e/ou ao seu paladar. Afinal o celebrado enólogo/chef/escritor italiano Luigi Veronelli dizia que “as qualidades de um vinho complementam o prazer de uma comida e o espiritualizam”, mas ao mesmo tempo, a respeito das harmonizações, aconselhava de se deixar guiar pelo próprio gosto pessoal.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

And the winner is... (palpite: do New York Times para a Maremma Toscana)

Encerrada a enquête sobre as vinícolas mais bonitas do planeta, os leitores do Mondovinho escolheram. Entre as 20 indicadas, a Rocca di Frassinella  ganhou com 36% das preferências.

Parece-me justo então escrever duas linhas sobre a vinícola e o arquiteto que a projetou.

Localizada no coração do Chianti Clássico, na Toscana, é fruto da primeira parceria entre as inimigas históricas (enologicamente falando) Itália e França: a Domini del Castellare di Castellina e a Domaines Baron de Rothschild-Lafite. É preciso adicionar algo mais? A primeira produtora de grandes Chiantis e Supertoscanos, colecionadora de 3 bicchieri do Gambero Rosso e várias vezes aparecendo no TOP100 da Wine Spectator; a segunda é autora dos melhores e mais celebrados vinhos do planeta.

Então a parceria tinha que ser selada com uma obra e um projeto à altura. Quem melhor do Renzo Piano? O italiano é um dos mais premiados (ganhador inclusive do prémio Pritzker, o Nobel da arquiteturae cultuados arquitetos do mundo, autor de obras ousadas e espetaculares no planeta todo (chamadas de arquitetura high-tech) como o Centro Georges Pompidou em Paris, o arranha-céu sede do New York Times, o aeroporto internacional de Osaka (Japão) ou o Auditorium Parco della Musica em Roma, entre outros.

A escolha não foi casual, pois além da fama e grande experiência de arquiteto, o Piano já foi produtor de vinho, que adora como as linhas da arquitetura. Ele concebeu para Rocca di Frassinello uma adega de uma absoluta simplicidade, com linhas retas e essenciais e uma revolucionária divisão dos espaços com uma grande atenção ao processo de vinificação, que acontece com a queda das uvas pelo alto. E sobretudo uma integração “light” no panorama e ambiente circunstante.

Confira as fotos:








terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Por que vinho no Brasil é tão caro? Descubra aqui

A fiel e sempre atenta leitora Rosane, em seguida às minhas polêmicas sobre os exorbitantes preços do vinho no Brasil, me enviou um link da revista Exame que explica um pouco mais sobre a questão.

Como falei para ela, infelizmente para mim isso não é novidade nenhuma, pois venho estudando o assunto faz tempo, mas acho interessante para quem não acompanha a matéria de perto, dar uma conferida neste link : um artigo claro e objetivo.

Normalmente fala-se que o brasileiro não gosta de vinho, que o calor não ajuda a difusão desta bebida, mas como falei na entrevista dada ao Enodeco do R7, a verdade é que o mercado não é maduro principalmente por causa dos altos custos de importação. 
Isso sem falar da alta margem de lucro das importadoras, que em uns casos mereceria queixa na delegacia... 

Afinal eu não conheço ninguém que não goste de vinho: nem todo mundo toma vinho simplesmente porque não cabe no bolso de todos.

Quanto ao calor, somente para dar um exemplo, a Austrália tem o mesmo clima nosso e é um dos maiores consumidores do planeta.

A realidade é que o vinho ainda não se tornou parte do cotidiano dos brasileiros somente porque é caríssimo. Mas imagine vinho fino importado custando menos de R$ 10,00: não ia fazer mudar de hábitos até o mais inveterado cervejeiro?

Deixe abaixo o seu comentário de desabafo/reclamação.

Valeu Rosane, estamos juntos na luta!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Produza seu vinho em casa!


Você sonha em produzir o seu próprio vinho? Então está na hora de passar à ação. E pedir logo o kit do pequeno enólogo. Pense só: com somente U$149,90 vai receber na sua casa todo o que é preciso para produzir 12 saborosas garrafas de vinho em somente 28 dias. 

O kit inclui garrafas, rolhas, vários pós, um liquidificador e um CD-Rom com todas as explicações para descobrir o enólogo em você.

Hoje é fácil se sentir Michel Rolland com este kit do pequeno enólogo e finalmente poderá dizer para os seus amigos: “Foi eu quem fez este vinagre!”.







domingo, 6 de fevereiro de 2011

Bolso Esperto uruguaio

Pessoalmente acho os vinhos do Uruguai os mais gastronômicos da América do Sul.

Um produtor que admiro particularmente é Carrau.

Fala-se tanto do Luis Pato que domesticou em Portugal a casta Baga (notoriamente dura e tânica), então porque não falar do Francisco Carrau que consegue tornar a Tannat (igualmente dura e tânica - o próprio nome remete ao tanino) macia e redonda?

Vinícola bastante tradicional traz suas origem da Catalunya, na Espanha em 1752. Cinco gerações depois, o negócio de família foi levado para o Uruguai onde foi fundada a Bodegas Carrau.

Normalmente costumo tomar o Ysern Tannat-Tannat Gran Reserva, mas desta vez quis tentar com o mais simples Roble e acertei na mosca: deu-me bastante prazer e acompanhou belamente o meu jantar.

Não estranhem o nome da casta repetido duas vezes no rótulo: a linha Ysern tem como característica o blend de duas mesmas castas mas de duas diferentes regiões: Cerro Chapéu (com solo arenoso e clima continental) e Lãs Violetas (solo argiloso e clima marítimo).

Como vocês sabem a apreciação (e avaliação) de um vinho depende também do momento e no meu caso, naquele momento era exatamente o que estava procurando: noite quente e úmida, prato de spaghetti com almôndegas ao molho de tomate, este vinho fez muito bonito pela sua ótima acidez e baixa gradação alcoólica (12%). Aromas minerais com notas de ameixa e especiarias, corpo de médio para leve, mas boa complexidade (9 meses em carvalho americano).

Lembra um vinho do Velho Mundo; e por pouco mais de R$30 vale muito a pena.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Brasil, povo de cervejeiros

Desabafo do dia: eu tento trazer todo dia notícias interessantes sobre o mundo do vinho, avaliações descomplicadas, despretensiosas lições para iniciantes, etc...

Agora conferem na coluna ao lado direito da página qual foi o post mais lido do mês. Trata-se da única postagem sobre chopp, que por sinal, fez empinar a audiência do blog, dobrando de fato o número médio de acessos...

Falar o que? Eu mereci esta punição...

Horóscopo do vinho: Aquário

Rebelde, talentoso, moderno, tem sempre uma nova idéia para seguir e implementar.  Se preocupa com os outros e vive suspenso na beira dos excessos.
O Aquário deixa aos outros a tarefa da analise do vinho, confia na garrafa assim como ela é. Deve somente tomar cuidado a não exagerar com as taças.

O seu vinho: Pinot Grigio

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A aborrecedora questão de sempre: o Brasil e o nosso din-din

Para falar do Brasil vamos dar um pulo no planeta Manhattan. Semana passada aconteceu ali  a terceira edição da Italian Wine Week, um evento que celebra e promove os vinhos italianos nos Estados Unidos. Durante o evento, teve um debate/coletiva de imprensa, com uns nomes importantes da indústria vitivinícola. Quem quiser pode ler na íntegra (em inglês) aqui.

Mas queria chamar a sua atenção sobre a seguinte declaração do Leonardo LoCascio, fundador da Winebow, maior importadora de vinhos italianos na terra do Tio Sam:

“A Itália continua gozando de uma posição única no mundo. Graças a sua incrível diversidade e variedades de castas, não há país no mundo que se aproxime à oferta que a Itália representa para o consumidor abaixo dos 25U$.”

Tudo verídico, mas infelizmente isto não vale no Brasil, onde o citado valor de U$25 se transforma em mínimo de U$100 (cerca de R$200).

Falamos sempre das mesmas coisas né? Pois é, cada vez prometo a mim mesmo de não tocar mais no assunto “preços explorados no Brasil”, pois é inútil, mas não dá raiva?

Fala-se que não dá para comparar preços no país de origem, com os mesmos em um país importador, sobretudo em outro continente.
Concordo.
Mas aqui estamos falando também de um país importador de um outro continente (e mais o menos à mesma distância).

Aonde vão acabar os 300% cobrados a mais?

Deixo vocês chegarem a fácil conclusão

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Novo vinho italiano com corte de 20 uvas!

Um especial vinho está sendo engarrafado comemorando o 150° aniversário da unificação da Itália.

A Assoenologi (Associaçao de enólogos e técnicos em enologia italianos) anuncia que já selecionou em cada região do País os 20 vinhos brancos e 20 tintos de várias castas autóctones, que vão formar o corte destas garrafas comemorativas.

Os vinhos indicados por cada região foram avaliados por uma especial comissão de enólogos qualificados, que os selecionaram e estabeleceram as percentagens de cada vinho que entrariam no corte.
O caldo assim obtido será engarrafado nestes dias, deixado afinar por um breve período e entregue ao Presidente da República Giorgio Napolitano, que o presenteará aos líderes mundiais.

O branco “Vino Bianco d’Italia” é uma seleção de castas autóctones da safra 2009, que não passaram em madeira. Já o tinto “Vino Rosso d’Italia” é um corte de uvas entre as safras de 2005 e 2009, sendo uns mostos estagiados em carvalho.

E o resultado?
Eu seria bem curioso de experimentar este corte de 20 uvas típicas italianas, mas evidentemente devo esperar me tornar um líder mundial.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sorria, você esta na Record!

Recentemente tive o grande privilégio de ser entrevistado pelo André “Deco” Rossi, editor do Enodeco, blog de vinho oficial do portal R7 da Rede Record, um dos mais acessados do Brasil: a matéria foi publicada ontem.

Confira aqui na íntegra.

Agradeço mais uma vez publicamente o Deco pela grande honra!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Descubra as garrafas do vinho

Desde sempre, a necessidade de conservar o vinho em um recipiente capaz de mantê-lo em boas condições e de consentir também o transporto é ligada à produção de vinho em si.

A escolha mais moderna, que teria origem nos meados do século XVII, é a garrafa de vidro, mas foi somente um século depois que as garrafas começaram a pegar a aparência atual.

Hoje em dia é o recipiente ideal para armazenamento e afinamento do vinho, mesmo tendo quem aponta que em breve será substituída por garrafas PET (rezamos que não aconteça!).

O formato das garrafas é modelado para dar características físicas apropriadas para armazenagem e ao serviço do vinho. Cada garrafa é formada pelas seguintes partes: gargalo, pescoço, ombro, bojo e base.

base é muitas vezes modelada com uma forma um tanto côncava. Esta concavidade (maior ou menor ou até ausente, dependendo dos casos) tem uma útil função especialmente para vinhos envelhecidos que contêm sedimentos (borra): em posição vertical os sedimentos vão se depositar ao longo do anel criado pela concavidade. Desta forma a decantação será facilitada, pois os sedimentos terão bastante dificuldade a voltar em suspençao.

Os ombros também são importantes para o serviço e decantação do vinho. Ombros acentuados são uma eficaz barreira para os citados sedimentos. Durante o serviço os depósitos serão retidos pelos ombros, permitindo um melhor controle das operações de despejamento da garrafa para a taça ou decanter.

pescoço é a parte mais estreita da garrafa, acima da qual o gargalo tem a função, além de evitar que a garrafa escorregue da mão, de dar maior força e estrutura no local onde é colocada a rolha. Ademais, no caso dos espumantes, a forma ajuda a manter firme a gaiola metálica que segura a rolha. 

As formas derivam basicamente da tradição dos lugares onde as garrafas eram produzidas.

Seguem os tipos mais comuns (confira a imagem abaixo):

-Bordalesa: Como o próprio nome sugere é originária de Bordeaux. Bojo cilíndrico, ombros bastante acentuados e pescoço não muito comprido. É a mais comum e versátil, usadas para tintos e brancos.

-Borgonhesa: Originária da Borgonha tem bojo mais largo em um formato quase cônico, com ombros muito delgados é usada largamente para brancos e tintos. Uma variação é a Albeisa usada no Piemonte para os tintos, é muito similar, muda apenas a inclinação dos ombros.

-Renana: o nome vem da região do Reno, na Alemanha. Com bojo delgado e alongado, mais alta que as outras é usada exclusivamente para brancos. A Alsaciana é muito parecida, somente um pouco menor.

-Champagne: da homonímia região francesa usada para vinhos espumantes, é muito semelhante a Borgonhesa, mas de vidro mais espesso, para suportar melhor a pressão interna.



-Do Porto: da homônima região é mais baixa e com ombros bem acentuados. Usada para vinho do Porto e outros fortificados, como Xerez ou Marsala, onde porém é um pouco mais alta.