segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A rolha refrigerante

Este gadget é basicamente uma rolha com um longo picolé ligado nela. Quando colocado em uma garrafa de vinho pode ajudar a levar o líquido para a temperatura ideal.

Frequentemente os vinhos brancos são servidos gelados demais e os tintos quentes demais. Pois bem, o Corkcicle – feito de um gel não tóxico inserido neste comprido recipiente plástico – guardado no congelador, quando posto na garrafa pode levar o seu vinho tinto à temperatura de adega em 10-15 minutos. Já para os brancos, depois de serem retirados da geladeira ele ajuda a manter o vinho refrigerado por mais de uma hora na mesa.

O Corkcicle custa U$22.95 e pode ser adquirido no site da empresa.

domingo, 30 de outubro de 2011

Outra face da Chardonnay na Borgonha

Com a chegada do calor começa também a minha estação de maior consumo de brancos (e de espumantes e rosés). Outro dia, por exemplo, abri um belo exemplar de Pouilly-Fuissé.
O nome desta Appellation d'Origine Contrôlée procede de duas cidadezinhas (justamente Pouilly e Fuissé) localizadas no sul da Borgonha e a denominação prevê vinhos brancos produzidos exclusivamente com a casta Chardonnay (como a maioria esmagadora dos brancos borgonheses).
A Domaine Jean Pierre Seve é especialista neste item há quatro gerações e é sem dúvida um nome de destaque da região.
Este Pouilly-Fuissé Aux Chailloux é um varietal de 100% Chardonnay maturado por 10 meses sobre a própria borra em barricas de carvalho (a mesma técnica sur lie que já vimos com este outro branco francês).
Flores de campo, mel, manteiga, pêssego, e um toque cítrico no nariz. Na boca corpo leve, mas boa complexidade, bastante refrescante, com pitadas minerais. Final de boa persistência, vagamente cremoso.
4 estrelas na Revue du Vin de France.
Harmonizou grandemente com congro rosa grelhado e batata sauté.

Voto gringo: 8

Vinho: Pouilly-Fuissé Aux Chailloux
Safra: 2008
Produtor: Domaine Jean Pierre Seve
País: França
Região: Borgonha
Uvas: 100% Chardonnay
Teor Alcoólico: 13%
Importadora: Nova Fazendinha
Custo médio: R$ 110,00
Notas: 4* RVF; 3* Decanter

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Horóscopo do vinho: Escorpião

Atração para o mistério e grande capacidade analítica, caráter controvertido, alto astral, um quadro solar, mas pincelado por lados com sombras escuras. Apóia as suas idéias com ardor até chegar ao confronto. 
O vinho para você é paixão e gostaria de conhecer até o fundo a sua alma, e não somente a do vinho, mas também de quem o criou. Na frente de uma grande taça você fica como raptado pelo êxtase e ao mesmo tempo aflito pelo tormento, enquanto se pergunta se poderá mais abrir uma garrafa desta.

O seu vinho - por motivos de causa maior sou obrigado a dizer: Primitivo di Manduria

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

3 motivos para tomar vinho em um encontro romântico

Depois de tantas campanhas anti-álcool e anti-vinho, vou fazer uma campanha em direção oposta: casais (ou futuros tais), se estiverem prestes a passar uma noite romântica, não deixem faltar uma bela ampola de vinho. Já é sabido que uma leve euforia torne mais simples alguns passos particulares. Enfim, desinibe. O instinto, graças ao álcool, ganha sobre a razão. Mas este é apenas  um suplemento do que você está prestes a ler: 3 boas razões para beber vinho em um jantar romântico.

1) O vinho nos ajuda a não enfartar no melhor momento. Nós meninos, sobretudo aqueles de certa idade, sob esforço podemos arriscar um apagão do nosso coração. As cascas da uva contêm o famigerado resveratrol. Ele atua como vasodilatador e afasta as doenças cardiovasculares.

2) O vinho aumenta nas mulheres o desejo sexual. Experiência: 800 mulheres entre 15 e 50 anos, divididas em 3 grupos conforme ao consumo cotidiano de vinho. a) 1-2 taças; b) menos de 1 taça; c) nenhuma taça. Resultado do teste: as mulheres do primeiro grupo têm maior desejo e melhor lubrificação. Estudo realizado pelo Hospital Maria Annunziata de Florença, publicado no Journal of Sexual Medicine.

3) Pensamento Di-vino: “O vinho para o homem é como a água para as plantas, que na dose certa as deixa eretas” (Platão). O resultado obtido por pesquisadores da University of Western Australia é ainda mais apetitoso. E fechando com chave de ouro: os “vinheiros” (termo que acabo de inventar para contrastar os cervejeiros) sofrem de impotência em 30% a menos em comparação com abstêmios.

Enfim, de argumentos para consumir uma boa taça de vinho em boa companhia já há o suficiente. Mas, please, sem abusos. Se o sintoma persistir, consulte o seu vendedor de vinho de confiança.


domingo, 23 de outubro de 2011

Carménère Bolso Esperto? Acredite, isso é possível!

A Carménère, vocês sabem, é uma casta difícil. Quando não bem trabalhada é capaz de dar vida a vinhos bem ruinzinhos, vice-versa tem grande potencial para criar caldos excelentes e longevos (lembram deste aqui?).
Mas geralmente, sobretudo na faixa de preço médio/baixa, é difícil encontrar bom exemplares da casta; tarefa mais árdua ainda achar um bom rótulo para a nossa coluna do Bolso Esperto.
Mas pelo visto achei um! Recentemente participei de uma degustação da vinícola chilena El Huique: localizada no Vale do Colchagua, a bodega boutique produz ótimos vinhos, complexos e com bom potencial de envelhecimento (entre outros provamos um Cabernet Sauvignon Reserva da safra de 1999 que estava perfeito e saboroso - preço aproximado: R$ 150,00).
Mas dentro das linhas e varietais da casa o que mais me impressionou no quesito preço/qualidade é este Carménère Línea Clásica 2008.
É um vinho simples, sem passagem em madeira, mas com boa complexidade, aromática e gustativa. 
Nariz intenso com a típica nota vegetal/herbácea da Carménère: na verdade mais que uma nota, o aroma animal/campo/fazenda era bem presente (leve Brett?), mas não chegou a incomodar, junto com as notas de frutas silvestre, especiarias e pimentão.
Na boca bastante presença de fruta com camadas de tabaco. Álcool de 14%, mas imperceptível, frescor pronunciado e taninos bastante finos.
Uma bela compra, por cerca de R$ 30,00.
Importado pela Terramatter.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vendo amaciante concentrado. Ótimas condições


O simpático objeto imortalizado na foto acima é um micro-oxigenador (portátil!).
É usado pelos produtores de vinho em várias situações durante a vinificação e pode ter varias funções:

-         ativar as leveduras
-         estabilizar cor
-         estruturar os vinhos
-         amaciar os taninos
-         reduzir cheiros e gostos herbaceos
-         outras e eventuais

Enfim, neste produto está concentrada a famigerada microxigenation do Michel Rolland, que questionado no film Mondovinho sobre a técnica, responde, com o seu impecável sorriso “Você não gostaria de saber...!”; e a produtora do vinho fecha com um conceito tipo “não sei o que é, tampouco me interessa, o que importa é que o vinho fique bom”.

Enfim, nada de ilegal, este produto se encontra facilmente na internet (assim como as outras componentes que deveriam ser naturais, mas que ficam adicionadas artificialmente como aromas, taninos, leveduras, enzimas, chips de madeira, etc - veja aqui e também na categoria "Trapaceadas" ao lado), e é de uso comum em muitas vinícolas ao redor do mundo.

Os resultados são sem dúvidas eficazes e o vinho realmente melhora. Só seria digno por parte dos produtores parar de encher a nossa cabeça com bobagens tipo produção artesanal, respeito da natureza, expressão da tipicidade do terroir, mínima intervenção humana, e outras lindas história do gênero.
E sobretudo, se eles fazem tudo isto com o vinho, eu não posso maltratá-lo no liquidificador?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A hora da verdade: bati o vinho no liquidificador e...

Como prometido me fiz de cobaia pelo "bem da ciencia" (ehehe) e dos meus leitores, para verificar a eficácia da decantação de vinho batido no liquidificador (quem perdeu o capitulo anterior, please clique aqui).

Obviamente não tive coragem de provar um vinho particularmente bom ou caro, mas pra fazer um pouco mais bonito quis envolver nessa o meu País também e  escolhi um DOCG (denominação de origem controlada e garantida), pela precisão um Morellino di Scansano, Le Mandorlae Baroncini 2010.
Vinho toscano, o Morellino mostra a outra face da casta Sangiovese (que na denominação pode levar também 15% de outras uvas locais como Ciliegiolo e Canaiolo, entre outras), é geralmente é um vinho “sério”, um pouco austero, bastante seco e com taninos um tanto rústicos. Este exemplar jovem, da safra 2010, me pareceu perfeito para a experiência.

Então vamos ao teste (fotos no final do post).
Servi e provei uma taça logo depois de aberto e derramei metade da garrafa no liquidificador. Bati por cerca de 30 segundos em velocidade máxima. Uma vez terminado, o liquido tinha mais cara de shake, pela grande quantidade de espuma, que por sinal, desapareceu em poucos segundos. Servi uma segunda taça e analisei o resultado.
Primeiramente, como esperava, a cor ficou inalterada. Mas a coisa mais interessante é que o vinho realmente melhorou! Com um porém. Os aromas ficaram definitivamente mais abertos e agradável e o paladar mais redondo e macio. Isto no começo. Mas ao longo do consumo (acompanhando o jantar), não sei se e como isto é possível, o álcool andou se manifestando mais. Não chegou a estragar o vinho, nem a incomodar, mas a diferença com o primeiro gole ficou notável e mais ainda acentuada se comparado com a taça de vinho não batido, que, mesmo menos exuberante e perfumado, continuava equilibrado.
Pelo que posso deduzir, mas peço a ajuda de vocês, pequenos winemakers, consequentemente à super-decantação o vinho melhorou muito rapidamente, mas pelo mesmo principio deve ter rapidamente decaído.

Enfim, na base da minha experiência daria um empate técnico. Talvez com outros vinhos e/ou tempos de batimento diferente os resultados poderiam ser diferentes (pra melhor ou pra pior).
E ai quem vai ser o próximo a provar? Aguardo seus reports e serei feliz de compartilhar a experiência de vocês com os outros, publicando no blog os novos relatórios.


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Vinho feito no banco

Não é novidade que bancos possuam empresas do mundo agroalimentar. Mas um vinho com o nome do banco no rótulo isto sim é novidade!
O italiano Monte dei Paschi di Siena é um dos mais antigos banco do mundo. Fundado em 1472, o grupo sempre investiu no setor agrícola, mas esta nova iniciativa está sendo sensação na Itália.
Foram lançados três rótulos: um Toscana IGT, um Chianti DOCG e o top de linha Rosso 1472, vinho de autor, obra do celebérrimo Carlo Ferrini, um dos maiores enologos de Itália (Barone Ricasoli, Brancaia, Casanova dei Neri, Fattoria La Massa, Castello di Brolio, Fonterutoli, Terriccio, entre outros). Trata-se de um un Chianti Classico DOCG Riserva.
As vendas estão indo otimamente e ao vinho foi adicionado também o azeite 1472. Uma iniciativa certamente singular, afinal com a crise que afetou o setor bancário, o MPS resolveu investir em um campo mais rentável. Afinal o vinho está radicado na tradição italiana há séculos e continua sendo um ramo sólido e confiável.
Detalhe: clientes do banco ganham desconto de 30% nas compras das garrafas.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Às vezes Malbec pode ser bom também!

Não é mistério que não sou muito fã de malbec argentino, mais ainda de Mendoza. Acho uma boa maioria deles, todos iguais e enjoativos: muita madeira, adocicados e com falta de acidez. E tenho certeza que boa parte de vocês, enófilos entendidos e exigentes devem concordar comigo.
Mas desafio o mais exigente de vocês a não gostar deste malbec aqui.

Embora Mendoncina, a Achaval Ferrer se destaca pela elegância e pelo estilo diferente dos demais da região. A vinícola é uma das mais celebradas do País dos “hermanos”, ganhando constantemente altas notas pela crítica internacional.
Joint ítalo/argentina é uma vinícola boutique, com pequena produção e vinhedos antigos, junta conhecimento do terroir argentino e know-how italiano (os sócios Tiziano Siviero e Roberto Cipresso são especialistas em vinho de pequena produção – produzem Brunellos em Montalcino). Produz exclusivamente malbec, e os tops da casa, de vinhedos únicos (Altamira e Mirador) são cultuados mundialmente por ter recebido notas de 96 a 98 pontos pelo Robert Parker, fato que os tornou obviamente caríssimos (aqui no Brasil na faixa de 400-500 reais).

O Malbec aqui em questão é o vinho de entrada da vinícola, mas mesmo assim impressiona bastante. E o preço é bem mais acessível.
Procedente de 3 vinhedos de idade média de 60 anos é muito elegante nos aromas florais delicados e de fruta seca. No palato é muito sedoso e de belo volume. Ótima fruta, madeira presente (9 meses em barricas) mas não invasiva, acidez refrescante e taninos finíssimos. Álcool alto (14.5%), mas impercebível.

Enfim, sem perder totalmente a cara de malbec argentino é um vinho que prima pela elegância e equilíbrio, coisa nem tão comum naquele lugar.

Voto gringo: 8 ½

Vinho: Malbec Mendoza
Safra: 2009
Produtor: Achaval Ferrer
País: Argentina
Região: Mendoza
Uvas: 100% Malbec
Teor Alcoólico: 14.5%
Importadora: Expand / Inovini
Custo médio: R$ 79,00
Notas: Wine Spectator 91, Robert Parker 92

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Vinho com maconha!

Cuidado com os aromas herbáceos no vinho: a erva em questão poderia ser maconha.
A revista Time relata que na Califórnia “onde mais?”, o futuro de consumo de maconha pode ser encontrado em bares: extrato líquido da planta de cannabis pode ser infuso em qualquer bebida, e produtores de vinho e cerveja já começaram a trabalhar esta infusão.
Embora o uso de maconha seja permitido por lei para propósitos médicos, na Califórnia foi “extenso” também para finalidades de lazer. O vinho em questão é chamado de “special wine” ou “vinho de árvore” ou “vinho verde” (não confundir com o de Portugal). Não ficou claro o assunto paladar, mas algo indica que não é exatamente o sabor o item mais atrativo destes rótulos.
Dizer o que? Se alguém estava à procura de expressão de tipicidade e terroir, com certeza vai achar algo bem “típico” na Califórnia.
Boa sorte aos importadores: as filas para as degustações vão ser bem compridas.

sábado, 8 de outubro de 2011

Festival Sul da Franca

Começa hoje, o V Festival Sud de France. O evento enogastronômico traz para a cidade do Rio de Janeiro degustações, palestras, cursos, jantares e promoções.
Vai durar um mês e acontece em vários pontos da cidade: lojas, restaurantes, delicatessen, supermercados.
Preços especiais e prêmios para os participantes.
Confira os detalhes aqui.

Abstinência...?


"O vinho é prejudicial à castidade"
JACOPONE DA TODI

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Como decantar com um...LIQUIDIFICADOR?!

Decanter? Uma “ferramenta patética”, nas palavras de Nathan Myhrvold. O ex-chefe da Microsoft neste artigo publicado na Bloomberg Business Week, explica porque teríamos que aposentar o tradicional decanter, já que para enaltecer aromas e sabores de um vinho é melhor um...liquidificador!

Antes de torcer o nariz, é preciso dizer que o cara é autor de várias publicações (livros, revistas, sites) sobre a Modernist Cuisine “a arte e a ciência de cozinhar” então talvez mereça pelo menos um pouco de crédito.
Ele explica que obtém resultados surpreendentes batendo vinho tinto no liquidificador por 30-60 segundos na potência máxima. Terminado o processo, basta esperar que a espuma baixe (o que demora poucos segundos) e servir o vinho em seguida.

Os efeitos benéficos seriam garantidos para a grande maioria dos vinhos, em particular para tintos jovens, mas até para um Château Margaux 1982, assegura o Myhrvold.
E aí, quem está a fim de provar?

domingo, 2 de outubro de 2011

Horóscopo do vinho: Libra

Você adora tudo que é bonito e ama estar em harmonia. Você é doce e carinhoso com quem estiver do seu lado e mostra segurança, embora muitas vezes esteja à procura de apoio. Você se anima como ninguém na frente de uma grande garrafa. Examina a aparência do lquido atrás da curva da taça e ainda acha que o charme deste vinho é apenas uma extensão natural do seu próprio. 
O seu vinho: Châteauneuf-du-Pape