sexta-feira, 30 de julho de 2010

As vacas que tomam vinho



Vinho tinto harmoniza com carne de vaca, é notório, mas aqui estamos falando ao pé da letra. Parece incrível, mas podem conferir este artigo do Vancouver Sun: no Canadá tem vacas alimentadas com vinho. O artigo é até cômico: “A indústria do vinho da British Columbia teve um grande impulso graças a um novo segmento de mercado: vacas”.

Como no Japão criam porcos com cerveja, a Janice Ravndahl, gerente da empresa de carne Sezmu Meats (Sezmu é o deus egípcio do vinho) pensou “por que não as vacas? E por que não o vinho?”.

Parece que a carne obtida é deliciosa (eu não tinha dúvida!): muito mais macia e saborosa.
É relatado que as vacas depois da ingestão do vinho mugem mais, como a gente depois de alguns copos, ficam mais tagarelas, talvez trocando impressões e notas de degustação.

Pergunto-me qual vinho tomam, acredito (espero!) não ser vinho super-premium, na verdade deve ser um vinho ruimzinho, não é? Então que as sogras fiquem alegres, pois o pior vinho que tem não é mais o vinho da sogra: agora tem o vinho da vaca, uma nova idéia de presente para seu amigo fazendeiro.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cabernets do Novo Mundo

Recentemente fui convidado a uma degustação da importadora Vinhos do Mundo, que tinha como tema a uva Cabernet Sauvignon no Novo Mundo.

A rainha das uvas foi apresentada através de 5 rótulos com propostas diferentes de 5 diferentes vinícolas e a degustação foi conduzida pela gerente da importadora Ana Lúcia com a participação especial do competente e simpático Lauro P. Carvalho.

O primeiro vinho degustado foi o El Ciprés da Bodegas Luis Segundo Correas (Argentina): um vinho jovem, sem madeira, e sem muita estrutura, mas equilibrado e macio com boa fruta: com certeza interessante e custando R$ 24,00 poderia figurar muito bem nas páginas da coluna Bolso Esperto.



O segundo vinho foi o que mais encontrou a favor do público presente, mas que em minha pessoal classificação figuraria ao último lugar dos 5: Malma Reserva 2007 da Bodega NQN (Argentina, R$ 43,00). Não que não seja um bom vinho: uma parcela dele estagia em carvalho e é certamente mais complexo que o primeiro, mas apesar do terroir diferente (da Patagônia) é um vinho como muitos outros que se encontram por aqui.

Já o australiano Tyrrell’s Moore Creek (R$ 47,00) me deixou mais satisfeito. A Tyrrell’s não é, como justamente o amigo Cláudio brincou, uma ex-equipe de Fórmula 1, mas uma vinícola familiar bastante tradicional que produz vinhos de bom custo/benefício. Este vinho é já mais encorpado, bastante fruta silvestre madura e taninos redondos. Mas se for ficar com este produtor o meu conselho é o Shiraz Old Winery (uma linha superior, mas que vale a pena. Falarei dele em breve).




Seguiu um vinho dos EUA, o californiano Wente Southern Hills  (R$ 64,00), muito muito interessante. Da região da Baía de São Francisco (sul de Napa Valley) o blend insólito além de 85% de Cabernet, leva também Petit Verdot, Merlot e Barbera (!). Gostei muito. Eu já tinha degustado o Zinfandel da mesma linha, que também gostei, mas achei a madeira sobressaindo. Já este CS é muito mais equilibrado, com uma textura sedosa e boa complexidade. 
Encerramos com o Casa Silva Gran Reserva Los Lingues (no final com a nossa pequena turma dos “mau-caráter”, tomamos por nossa conta também o Petit Verdot da mesma linha, muito bom por sinal, mas não tem nada a ver com esta degustação...). De todos os vinhos degustados este foi o que tinha mais cara de velho mundo, com notas vegetais no aroma, e terrosidade/mineralidade no paladar. R$ 80,00.



Talvez o Casa Silva tenha sido o melhor da noite, mas pela famosa questão do preço/qualidade eu fico com o Southern Hill, que não fica devendo nada e é um ótimo modo para cancelar o preconceito que o brasileiro médio tem a respeito de vinhos americanos. Tem bons exemplares a preço razoável sim.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vinho e cinema

Falamos por aqui do BBB, mas desta vez vou comentar sobre AAA. Não, não é o Auto Atendimento Americano, do qual também falamos, mas trata-se da classe social em ascensão no Brasil.

“Brasil, País de pobres”. “A crise afeta os consumos”. Quantas vezes já ouviu frases como estas? E de repente me deparo com esta notícia: no Rio de Janeiro será construído um novo mega-shopping de luxo, voltado para classe AAA. Nos moldes do Cidade Jardim de São Paulo, a obra foi orçada em 350 milhões de reais, 100 milhões a mais do que custaria um shopping convencional. O VillageMall com suas lojas de grifes de luxo suprirá a demanda dos rições que andam soltos por ai. Um estudo feito em Boston evidenciou que a quantidade dos milionários no Brasil aumentou de 20% somente no último ano. Infelizmente eu não estou nesta estatística. Por enquanto.

Mas o que tudo isso tem a ver com vinho? O que chamou a minha atenção foi ler que este shopping terá salas de cinema premium, com poltronas reclináveis, de couro, que nem classe executiva de aviões. E as atendentes servirão vinho e pipoca com azeite trufado, pagos a parte obviamente. A parte a duvidosa harmonização (e também não quero nem imaginar quanto custaria assistir um filme deste jeito!) a minha pergunta é: é preciso estar em um cinema de luxo para tomar vinho? Por que essa idéia não é lançada também em cinemas tradicionais? (Flavio, cadê você? Esta é mais uma dica para seu negócio!). Chega de associar sempre vinho com luxo. O vinho tem que fazer parte do quotidiano de todo mundo e talvez a oportunidade de tomar um gole no cinema seria um jeito para democratizar ainda mais a nossa amada bebida.

O que vocês acham? A minha idéia faz qualquer sentido ou estou ainda delirando?

Mas cuidado com a quantidade, pois pode dar sono e de AAA vai até o fundo do alfabeto para se tornar em ZZZ...e boa noite, perdeu o filme! Zzz...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mudanças climáticas: beberemos vinho inglês

Nunca experimentei vinho inglês, não existe nenhum traço nos registros da enógrafia mundial. Mas rumores insistentes falam de vinhos ingleses que superam Champagnes franceses em degustações à cega, ou de tintos delicados lembrando Borgonha, de aquecimento global que está deslocando ao norte o “mundo-vinhedo”.

Inútil olhar a Ilha Britânica com aquele sorrisinho preconceituoso, o futuro do vinho parece estar por ali. O consumo dos ingleses de vinhos nacionais cresceu do 50% somente no último ano, e vale lembrar que a Inglaterra é o primeiro importador de vinho do mundo. Um povo de bebedores entendidos e exigentes. Justo para fazer uns nomes, Jancis Robinson, Oz Clark, Hugh Johnson lhe lembram algo? São entre os mais respeitados críticos e escritores de vinho do planeta. E são britânicos.

Um outro exemplo? O restaurante Calf’s Head de Worston, no noroeste da Inglaterra, se orgulha de ter a carta de vinhos feita somente com vinhos ingleses. Claro que não estamos falando do restaurante de Beaune que vende só vinhos da Borgonha ou de um de Turim que vende só do Piemonte, belo sacrifício! Aqui falamos de uma escolha corajosa feita pelo proprietário Chris Medley depois de ter sido surpreendido pela qualidade encontradas rodando pelos vinhedos na Inglaterra.

Em breve teremos que reescrever o mapa mundial dos produtores de vinho de alto nível com o ingresso de novos Países, como também Canadá, Bélgica, Suécia, e com a perda progressiva da capacidade produtiva das regiões tradicionalmente dedicadas ao cultivo de Vitis Vinifera.

E agora: Lesson 1, listen and repeat: “The wine is on the table”.


domingo, 25 de julho de 2010

Tecnologia a serviço da preguiça

Hoje usei o termômetro não para medir a temperatura do vinho, mas para a minha: estou com febre! Esta mudança de clima e todo mundo gripado em lugares públicos fizeram com que eu ficasse também dodói, então se falar bobagens por favor me perdoem e me avisem que estou falando bobagens. Mas tem coisas que me tiram do sério...

Já vimos aqui a candidata à invenção mais boba do ano, mas como previsto vai ter trabalho para levar o prêmio. Pois é, tem inventor (e inventores loucos) para tudo, não é?

Então aqui está para vocês o robô para cervejeiros preguiçosos!
Realmente levantar do sofá para pegar mais uma garrafa/lata de cerveja tem sido uma desgraça, né, então o cara inventou este robozinho, que parece uma mistura entre uma garrafa térmica e uma lata de lixo, que vai até a geladeira, a abre, pega a sua cervejinha e a entrega na sua mão enquanto está assistindo o seu programa preferido. Ele se movimenta graças a uma combinação entrelaçada de sistemas de navegação gps, se ativa via controle remoto e ainda mantém a garrafa geladinha.
Caramba, este desperdício de tecnologia somente para não levantar a bunda do sofá?

sábado, 24 de julho de 2010

O fogo divino

A Fogo de Chão, famosa rede de churrascarias paulistana-global (pois a partir de São Paulo se espalhou pelo mundo afora), anuncia que vai fazer sua segunda safra do vinho próprio que leva no rótulo o nome da churrascaria.

Em dezembro passado foi lançada a primeira safra em edição experimental para comemorar os 30 anos da rede. A operação levou mais de 3 anos de trabalho. Produzido em Mendoza o primeiro vinho era um corte de Malbec, Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot envelhecido por 12 meses em barricas de carvalho.

Foi somente um teste e foi um sucesso. Tanto que a nova safra será produzida em quantidade mais que dobrada (15mil contra as 6mil da primeira) e alem deste corte serão produzidos também Malbec e Cabernet Sauvignon varietais.

Inútil dizer onde o vinho será encontrado, né?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O que as empresas não contam...

Algumas palavras do vinho te causam urticária somente a pronunciá-las. Um exemplo? Acidificação. Vocês sabem, a acidez é o esqueleto do vinho, um dos pilares da sua qualidade: quando ela falta o produto é praticamente chato, sem frescor e mole.

Acontece que Alder Yarrow, um dos wine writes mais famosos do mundo, de volta de uma viagem na Austrália observou que lá praticamente todos os vinhos são acidificados, ou seja, tornados mais ácidos e frescos adicionando ácido tartárico ou outros.

Reparem uns trechos:
“Um enólogo australiano que afirme que não acidifica está mentindo (...). Ninguém ama falar de acidificação na Austrália, assim como ninguém ama falar de irrigação na Califórnia ou de chaptalization (adição de açúcar no mosto, n.e.) na Borgonha.”

Que beleza. A lista destas práticas é infinita. Elas são permitidas por lei, mas estão longes anos-luz da idéia do vinho como expressão autêntica do terroir. Obviamente todos declamando publicamente as próprias virtudes e escondendo os defeitos na penumbra da adega.

Infelizmente isso acontece no mundo inteiro: Brunellos que não são Brunellos, cortes de Shiraz e Merlot baratos vendidos como caros Pinot Noirs da Borgonha, uvas Primitivo que saem da Puglia e vão acabar nos cortes da França, fungicidas para estabilizar vinhos argentinos, Champanhes franceses feitos com brancos da Sicília e por aí vai.

Para um escândalo que estoura dez ficam ocultados. Concentradores, trituradores e sacos de taninos já não são mais notícia. Aromas induzidos artificialmente e osmose inversa são praxe em produtores do Novo Mundo (sobretudo Austrália). Esta é até engraçada: os japoneses inventaram uma maquina capaz de transformar com uma descarga elétrica um vinho recém engarrafado em um vinho perfeitamente envelhecido. Já pensou? O cara acabou de vinificar a safra atual, pega este aparelho e zac! coloca o rotulo com a safra 1996 e a vende como tal...

Enfim, tudo em nome do deus Dinheiro, que parece ter mais adeptos do que o Deus Baco.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A história do vinho está exposta

Se estiver passando pela Itália não pode perder esta exposição, cujos protagonistas são o vinho e o vinhedo. Abriu ontem a mostra intitulada “Vinum nostrum. Arte, ciência e mitos do vinho nas civilidades do Mediterrâneo antigo” que será visível em Florença no Palazzo Pitti até o dia 15 de Maio de 2011.

As obras mais esperadas são o mais antigo vaso para conter vinho já usado pelo homem e a estátua romana “a velha embriagada” inspirada em outra obra do século II a.C.

A exposição conta, por meio de vinho, dois mil anos de história: o consumo de vinho no mundo antigo até as nossas mesas.

Além de admirar objetos e apetrechos originais e obras de arte que contribuíram ao desenvolvimento da amada bebida é possível testar réplicas de instrumentos que funcionam e dispositivos multimídia.

E ainda, para fechar em beleza, cada dia terá encontros com debates e, sobretudo, degustações dos melhores vinhos.

E agora vai me dizer que se interessou por causa da estátua, né?



terça-feira, 20 de julho de 2010

O vinho mais antigo do mundo: uma descoberta “efervescente”

Uma equipe de mergulhadores estava realizando pesquisas no mar Báltico, ao largo da Finlândia, quando por mero acaso descobriu a 55 m de profundidade os restos de um navio desconhecido e dentro dele 30 garrafas de um vinho espumante levando na rolha o desenho de uma âncora. Dois cálculos e o quebra-cabeça está resolvido: antigamente a Veuve Clicquot usava a âncora como símbolo dos seus produtos e era a única marca a usá-la. Chamada uma enóloga para saber se era ainda bebível vejo a surpresa maior: não só era bebível, mas o vinho se encontrava em estado de conservação perfeito: ausência de luz, temperaturas baixas e constantes do fundo do mar permitiram que tivessem preservadas todas as características. “O Champagne é fantástico e com um perlage finíssimo” afirmou a sortuda enóloga que o degustou.

A notícia não deve ter sido recebida com alegria pela Perrier Jouet que tinha o record da mais antiga garrafa de champanhe já bebida: no ano passado foi aberta uma garrafa do ano 1825. Já estas “novas-antigas” garrafas parecem pertencer à época antes Revolução Francesa: 1780, ano mais, ano menos. Talvez tenha sido um presente de Luís XVI à família real russa.

Provavelmente serão leiloadas com um preço base a partir de 50mil Euros por cada garrafa.

Se não tiver este dinheirinho para poder fazer a nossa festa pelo menos descobrimos que podemos esquecer as caras e tecnológicas adegas climatizadas: para preservar corretamente o nosso vinho só basta jogá-lo no fundo do mar.

Na foto abaixo: eu e a minha adega


segunda-feira, 19 de julho de 2010

Desperte o winemaker em você.

Você sonha em se tornar um winemaker rico e famoso? Então antes de arriscar a compra de uns hectares de vinhedos em Mendoza, teste sua habilidade de produtor de vinho com este videogame. Chama-se Wine Tycoon (literalmente Magnata do Vinho), produzido pela Got Game Entertainment e é um divertido e interessante jogo de simulação estratégica para vignerons virtuais.

Estamos na França e você tem que montar o seu Chateau, escolhendo primeiramente a região e relativo terroir, consequentemente as uvas, instalar os equipamentos, acompanhar a evolução dos vinhedos, lidar com o tempo (chuva, sol...) contratar o pessoal para a colheita, vinificar, misturar se for um blend, até chegar ao esperado engarrafamento e venda. Para se tornar um rico Baron du vin.

E você vai querer produzir um Pinot Noir na Borgonha, arriscar um Champagne ou tentar um corte Bordalês? Pessoalmente estou lidando com um árduo Châteauneuf-du-Pape...



domingo, 18 de julho de 2010

Fúria vs. Bolso

Há uma semana exata da vitória da Espanha da Copa do Mundo que tal homenagear as fúrias vermelhas, com um vinhozinho deles?

Mas como não somos espanhóis vamos deixar Vega Sicília, Marques de Riscal e Contador para eles, nós vamos comemorar de bolso esperto!


Vinho: Synera Criança

Safra: 2005

Produtor: Bodegas Roqueta

País: Espanha

Região: Catalunya

Importadora: Zona Sul

Custo médio: R$ 23,00


Mesmo sendo a vinícola bastante tradicional (fundada em 1898) esta linha é elaborada de maneira moderna, como um pouco toda a Espanha está fazendo ultimamente.

É um vinho da Catalunya, feito com uvas Tempranillo, Cabernet Sauvingon e Merlot (um SuperCatalão?) e estagia por 6 meses em barricas de carvalho americano e francês

Com bastante fruta tipo cereja e morango é equilibrado e fácil de beber, mas mesmo sendo um vinho “parkerizado” tem um toque de tipicidade e um retrogosto meio vegetal. Enfim um vinho simples, mas muito bem acabado e com certa elegância.

Relação preço/qualidade fantástica.

 






sábado, 17 de julho de 2010

Se beber não dirija..é preciso Schumacher para entender?


No seguinte vídeo Schumacher e um barman em Maserati demonstram que álcool e direção não combinam.
Mensagem recebida. Mas que pena para os interiores do carro...!



Só para esclarecer



"O vinho é inocente, só o bêbado é culpado"


>Provérbio russo



quinta-feira, 15 de julho de 2010

O sol que resfria o vinho

Resfriar uma adega enólogica desfrutando o calor do sol. Parece um paradoxo, mas a tecnologia já consegue fazer isso também. A ABA-Invest na Áustria, uma sociedade de propriedade do ministério da economia austríaco que visa incentivar os investimentos produtivos e empresariais do País, indicou este sistema promovendo a sua divulgação.

A técnica se chama de solar-cooling (resfriamento solar). Graças à cooperação entre a empresa austríaca S.O.L.I.D. e os cientistas do Instituto de Pesquisa Joanneum, a primeira adega que utiliza a energia solar termodinâmica para resfriar os próprios produtos foi instalada na empresa vinícola Peitler, na região de Estíria, perto cidade de Graz. O resfriamento é produzido a partir do calor acumulado através de coletores solares térmicos.

Não vejo a hora que este sistema se difunda aqui também, já pensou a barraca de praia com solar-cooling? Lá fora 40° graus e você sentadinho na praia ao fresquinho, tomando seu vinho perfeitamente climatizado.

terça-feira, 13 de julho de 2010

O carro para enófilos

Mais uma partnership entre motores e vinho. Já vimos o vinho com o nome de uma moto, agora temos o carro com o nome de um vinho. Este é o Fiat 500 Sassicaia, edição especial fruto da colaboração comercial entre duas marcas que fizeram respectivamente a historia do automobilismo e do vinho italiano. E que contribuíram de qualquer forma a fazer a história econômica da Itália.

Este Cinquecento com corte bordales, é uma versão conversível em edição limitada: tem lataria bicolor, o painel totalmente revestido em carvalho com a marca Sassicaia gravada à fogo (lembrando barricas de afinamento) e vários outros detalhes em madeira, como os espelhos retrovisores. Os assentos em couro têm desenho especial com o logo de família dos Marchesi Incisi della Rocchetta, donos e fundadores da Tenuta San Guido que originou o primeiro Supertoscano da história. Ainda vem com duas maletas para viagem com desenho igual ao dos assentos e para fechar uma placa em metal precioso com a gravura dos Marchesi e o numero progressivo do exemplar da série.

E você, vai querer?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O caixa eletrônico para vinho self-service




Nos Estados Unidos foram instaladas já centenas destes distribuidores automáticos de vinho. Mas a modernidade tem que dar conta das rígidas leis americanas, então antes que o aparelho libere a compra tem que colocar no ATM do vinho o seu documento de identidade, olhar dentro da câmera e soprar no sensor/bafômetro (a venda de álcool é proibida se estiver já bêbado!). Aí uma vez detectado que você esta apto, pode inserir o seu cartão ou dinheiro e voilà, a sua garrafa está em suas mãos.

Os consumidores americanos parecem ter apreciado a introdução destas modernas maquinas, mas os mais tradicionalistas gritam ao escândalo (“onde vamos parar!?”) porque segundo eles a adorada bebida não pode ser vendida em quiosques automáticos feito refrigerante...

E você gostou? Qual a sua opinião?



domingo, 11 de julho de 2010

Tal pai tal filhas

Um belo vinho procedente do Vale de Uco, aos pés da Cordilheira dos Andes, na parte central da região de Mendoza.

A Bonarda sempre foi a uva mais plantada em Argentina, superada só recentemente pela Malbec. A uva é originaria do Piemonte, na Itália, aonde hoje é uma raridade, mas encontrou terreno fértil e total adaptação nos terroirs Argentinos, que tem em comum com o Piemonte verões quentes e invernos rígidos.

A vinícola fundada e comandada pelo Raul Jofré, é graças ao trabalho comercial das filhas dele que conheceu fama internacional: ganhou vários prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais e este Gran Bonarda, levou a medalha de prata no International Wine Challenge Competition em Londres.



Vinho: Joffré e Hijas Gran Bonarda

Safra: 2006

Produtor: RJ Viñedos

País: Argentina

Região: Vale do Uco - Mendoza

Importadora: Enoteca Fasano

Custo médio: R$ 62,00



Matura por 10 meses em carvalho francês e logo aberto estava ainda um pouco durinho, então recomendo decantar uma meia hora. Tem um belo bouquet de aromas de frutas silvestres e um mentolado. Na boca é robusto e ai mesmo tempo elegante. Taninos finos.

Voto gringo: 6 ½

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O espetáculo das sommeliers voadoras



As mulheres que estão vendo em fotos são as wine angels, os anjos do vinho. E voam!

O slogan é: “Nós não escolhemos os melhores vinhos do mundo para fechá-los no porão”. Faz sentido. Assim o restaurante do Radisson Blu Hotel de Zurich, na Suíça, realizou uma adega bem diferente: uma futurísticas torre de cristal e aço de 16 metros de altura que contém 4.000 garrafas de vinho.

Você pede uma garrafa e as wine angels as retiram da torre. Penduradas por cabos de aço estas sommeliers voadoras ainda fazem acrobacias ousadas e coreografias no ar.

E você que tirou o diplominha de sommelier achando que estava à frente, hein! A profissão se evolui, está avisado...

Para recuperar o atraso com a Europa melhor correr. Aliás, voar!






quinta-feira, 8 de julho de 2010

Château Coca-Cola safra 1850

Vocês sabiam que a Coca-Cola no começo era um vinho?
Nada de milagres ao contrário, seja claro, mas uma simples conversão devida ao Sr. Pemberton, fundador da empresa.
Em 1850 o Sr. Pemberton vai para Paris, onde descobre um vinho fortificado com as folhas da planta da coca que os franceses usavam para acalmar a dor de cabeça. O americano gosta muito do produto e decide de importá-lo nos Estados Unidos com o nome de French Wine Coca. Mas o produto não emplaca até quando as leis americanas mudam, forçando Mr. Pemberton a substituir o vinho com uma água açucarada e gaseificada. É um sucesso involuntário: sem o álcool a bebida é adapta para adultos e criança e vende que é uma beleza. Mesmo assim o fenômeno não consegue sair da dimensão local, até quando em 1891 um empresário de Atlanta, Asa Candler, compra a empresa e a batiza com o atual nome The Coca-Cola Company. Daí o resto é notório: hoje é a marca mais valiosa do mundo, cerca de 70 bilhões de dólares, um valor dificílimo de alcançar para qualquer vinho.
Uma história assim é repetível? Não sei, mas vou dar uma dica: estão estudando uma lei sobre o vinho sem álcool e, quem sabe, talvez um Lambrusco analcoolico...


quarta-feira, 7 de julho de 2010

Vinho caro é mesmo melhor?

O amigo e entendedor de vinho Flavio Moreira sempre me envia dicas e sugestões de vinho com ótimo custo-beneficio (e o agradeço aqui publicamente), sendo ele adepto à política do low-cost, que obviamente apoio também.

Daí a pergunta fatídica: é uma garrafa cara realmente melhor do que as mais baratas?

Como frequentemente vemos na seção do Bolso Esperto, vinho bom nem sempre é caro, mas vinho caro pode fazer sentido. Como o próprio Flavio afirma, um vinho que supere os R$100 tem o dever de ser bom.

A verdade é que preço e qualidade estão relacionados sim, mas não tanto quanto se possa pensar.
Todos os vinhos têm praticamente quase os mesmos custos básicos e existem apenas algumas variáveis que você pode jogar na mistura, principalmente relacionadas às atividades que não são parte intrínseca do processo de vinificação. Também vale remarcar que nenhum vinho no mundo supera os U$25 de custo para o produtor.

Então, por que alguns vinhos são caros pra caramba?

Existem diversos motivos para os vinhos serem oferecidos a preços variáveis Aqui vamos analisar por cima alguns que fazem a diferença, somente a partir da fase de produção até a venda do vinho, sem levar em conta os impostos (e os impostos sobre os impostos) absurdos e estúpidos que se aplicam no Brasil.

Primeiramente vêm os custos básicos: garrafa, rolha, cápsula, rótulo. Isso já pode variar entre 1 e 3 dólares.

Depois a primeira grande variável: o suco de uva.
Vinho a granel pode ser feito a partir de uvas que custam 200 dólares por tonelada.
Já uva Super-premium pode custar vários milhares de dólares a tonelada. Isso significa que o liquido em sua garrafa pode estar custando de 0,50 dólares para quase US $ 10 a garrafa.

O próximo estágio de preços é realmente uma variável porque nem todo vinho envelhece em carvalho e o processo tem uma variedade de barricas (americana, francesa, nova, usada, 225 litros ou bem mais) e o uso da madeira pode adicionar de 1 a 3 dólares ao preço da sua garrafa.

Então aonde chegamos? Bem, neste ponto da brincadeira a nossa garrafa esta custando entre U$1.50 e U$16.

Mas não terminamos ainda. Temos que levar a nossa garrafa até um ponto de venda! Então entram em jogo importadores, distribuidores, varejistas.
Daí o vinho custado U$1.50 foi pra U$8.00. E o de U$16? Este moleque vai custar no mínimo U$50.
Há salários a pagar (ao contrário da opinião popular, um bom vinho geralmente não se faz sozinho), e despesas a cobrir.

Agora porque este vinho de U$50 chega a ser vendido aqui por R$500 (cerca de 280 dólares)? Pergunte ao governo brasileiro.
Mas, Brasil a parte, com certeza tem um monte de vinhos com preço pelo menos duvidoso. Muitos produtores mesmo não tendo suficiente capital contratam os mais renomados (e caros) consultores para conseguir altas pontuações pela crítica especializada. E o preço do vinho pode ir lá em cima graças a uma nota alta de uma publicação  internacional.

Last but not least, a regra básica do mercado: oferta e demanda.
As melhores vinícolas costumam ter uma produção minúscula dos vinhos ícones e a grande procura pode levar estes rótulos a serem vendidos até em leilões para o melhor ofertante.

Enfim, como vimos, analisar o preço de uma garrafa não é tão simples como adicionar o custo dos ingredientes. E este calculo aqui no Brasil é ainda mais difícil.


terça-feira, 6 de julho de 2010

Caminhando com a cortiça

Enquanto o debate sobre tipos de rolhas continua, a Europa, já fã declarada da cortiça, se ativa não somente com as palavras e passa a ações e fatos para demonstrar a sustentabilidade do mais tradicional sistema de vedação para garrafas de vinho através de vários projetos de reciclagem.

Na Itália, por exemplo, foi apenas lançado um projeto chamado Tappoachi? cujo objetivo é recuperar rolhas de cortiça através de restaurantes, hotéis, lojas, wine-bars, envolvendo os mesmos proprietários e desfrutar o material coletado para a fabricação de isolantes térmicos para habitações. Conseguindo assim uma dupla função ecológica: se recicla, e se economiza energia graças ao isolamento obtido com cortiça.

Na mesma direção o projeto Rilegno, que por exemplo providenciou a coleta e reciclagem de todas as rolhas abertas durante a feira Vinitaly, entre outras.

Já o ReCork é um outro projeto interessante feito em Portugal, aonde a cortiça é coletada e reciclada para ser inserida na produção de sandálias.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

O melhor rosé da América Latina?

A Calyptra é uma empresa familiar chilena, que pode de fato ser considerada uma vinícola boutique: pequena produção, vinhos elaborados de forma artesanal, com agricultura sustentável, produtos naturais e total respeito ao solo.

Entre seus tintos (cabernet e pinot) e brancos (chardonnay e sauvignon blanc) o destaque vai ironicamente para este rosé, considerado por muitos especialistas o melhor rosé da América Latina.

Vinho: Vivendo Rosé
Safra: 2007
Produtor: Calyptra
País: Chile
Região: Cachapoal
Importadora: Terramatter
Custo médio: R$ 45,00

Feito de 100% Cabernet Sauvignon tem uma cor no tom de salmão (lembrando um Provence) e o aroma puxado mais para um branco, assim como o paladar. Mostrou muito frescor, umas notas cítricas, boa acidez, discreta complexidade e um belo final cremoso.

Eu não sou fã de rosés, e não sei se este é mesmo o melhor rosé da América Latina, mas com certeza me surpreendeu positivamente, e o preço é sem dúvida interessante.

Um belo vinho que acompanha tranquilamente frutos do mar, e em minha opinião harmonizaria muito bem com um sushi.

Voto gringo: 7

sábado, 3 de julho de 2010

Vamos "Decantar"?

Como já fiz este tipo de divulgação para um evento similar de uma outra importadora, me parece justo dar o mesmo destaque ao evento da Decanter, que chega a sua 3° edição (quero ver quando estas empresas vão me recompensar por isso...!)

O Decanter Wine Show reunirá 70 produtores de 12 Países apresentando 450 rótulos em 4 cidades brasileiras.
Marque as datas:



2 de Agosto – Rio de Janeiro

3 e 4 de Agosto – São Paulo

5 de Agosto – Belo Horizonte

6 de Agosto – Florianópolis

Estarão presentes grandes nomes como Pio Cesare, Alain Brumont e Luigi Bosca entre outros.

O ingresso dá direito a uma taça e kit e inclusive os vinhos poderão ser adquiridos no evento com o 15% de desconto.

Mais informações aqui.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Vinho Top-Secret

Viu Manent é uma vinícola bastante respeitada no Chile e um dos seus maiores sucessos, sobretudo aqui no Brasil, é esta linha Secreto.

O nome vem do fato que o produtor decidiu de não revelar alguns detalhes da produção destes vinhos, deixando secretos parte dos vinhedos usados e uma parcela de 15% de uva que compõe o blend.

Marketing? Melhor a gente não saber? Ou nem eles sabem?
Com esta dúvida provei este branco feito de 85% de Sauvignon Blanc e de 15% de “uva secreta”...




Vinho: Secreto Sauvignon Blanc

Safra: 2008

Produtor: Viu Mannent

País: Chile

Região: Vale do Colchagua

Importadora: Hannover

Custo médio: R$ 85,00



Um vinho discreto (para rimar com secreto) que se mostrou bastante equilibrado, com boa acidez e frescor, notas de fruta tropical e um final cremoso.

Mas em minha opinião absolutamente não vale o preço cobrado. Talvez era melhor para eu mantê-lo secreto também...

Voto gringo (não secreto): 6