quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Falta uma semana para o Encontro de Vinhos no Rio. Já adquiriu seu ingresso?


Os nossos amigos Daniel Perches e Beto Duarte voltam mais uma vez à cidade maravilhosa. Em sua 4ª edição no Rio, o Encontro de Vinhos está de casa nova: vai acontecer no Clube Fluminense em Laranjeiras na próxima quinta feira. O evento que já se tornou um dos mais famosos road show de vinhos do Brasil, como sempre repete a formula de sucesso que agrada todos os enófilos: preço em conta e grande variedade de vinhos do mundo para degustar livremente em total descontração. Estarão presentes várias importadoras, distribuidoras e vinícolas (confira aqui os expositores) , apresentando novidades e clássicos do próprio portfólio e ainda você poderá  adquirir as garrafas que mais gostar com um desconto especial. Vai querer perder? Não, né, então garanta seu ingresso clicando aqui





Mais informações no site: www.encontrodevinhos.com.br

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Uma idéia legal: a garrafa desmontável

Para quem gosta de novidades, esta é mais uma sacada de marketing interessante no quesito embalagem do nosso amado liquido: a garrafa desmontável.
A idéia é simples e genial: 4 embalagens separadas, ou seja 4 copos de 187 ml cada formam um único packaging com conteúdo total de 750 ml, igual a qualquer garrafa padrão para vinho.

A proposta é tornar cômoda a prática de compartilhar vinhos com os amigos, sobretudo ao ar livre. Perfeita para um piquenique no parque, uma tarde na praia, uma festa, um show, enfim em momentos em que é requerida praticidade, pois não é preciso levar saca-rolha, taças e outros apetrechos: cada um vai ter seu copo na medida individual, é só tirar o lacre e apreciar. E também é útil para os solteiros que gostam de tomar apenas uma taça e acabam desperdiçando o resto da garrafa: desta forma tomam sua dose, deixando as outras 3 fechadas.

A empresa criadora do Stack Wine não podia ser que americana. O vinho, procedente de vinhedos da Califórnia é produzido em varietal de Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Pinot Grigio e em Red Blend. A “garrafa” custa U$ 12,99, ou seja cerca de 3 dólares por copo.

Achei muito interessante. Claro, não deve se tratar de vinho inesquecível, mas a proposta é justamente de um vinhozinho do dia-a-dia para tomar em momentos de descontração e em minha opinião é de idéias como estas que o mercado do vinho precisa para popularizar o consumo: desmontar a garrafa para desmontar todo o pedantismo e esnobismo entorno do vinho, descomplicar e tornar o ato de beber vinho um hábito prazeroso e alegre e não um momento de tensão, de julgamento, de ostentação. Para acabar com os barões e pavões (e pinguins) do vinho vamos desmontar as nossas garrafas. 




Os crus da Provence

Voltando à conversa sobre a classificação de crus na Francia, estamos quase chegando ao final, faltando 3 regiões. A região do post de hoje é uma terra linda e charmosa, onde a paisagem bucólica das uvas que se confundem com a lavanda corre até a badalada riviera francesa. Aqui se produzem os melhores rosés do mundo, obviamente estou falando de:

Provence

A classificação dos vinhos provençais é basicamente no modelo de Bordeaux. Em 1895 um grupo de produtores da área de Var se uniu em consórcio para tentar valorizar a viticultura local. Em 1947 o INAO (Institut National des Appellations d’Origine) identificou e avaliou 23 “domaines” como os melhores da região e em 1955, foi reconhecido o titulo de cru classé para 18 deles.
Quase todos (14 de 18) constituíram oficialmente o “Club des Crus Classés des Côtes de Provence”, tendo como objetivo o de estabelecer e transmitir a identidade de cru classé da região.
São eles: Château de Brégançon em Bormes-les-Mimosas , Clos Cibonne em Le Pradet , Château du Galoupet em La Londe-les-Maures , Domaine du Jas d’Esclans à La Motte , Château de Mauvanne à Hyères , Château Minuty em Gassin , Clos Mireille em La Londe-les-Maures, Domaine de Rimauresq em Pignans , Château Roubine à Lorgues , Château Ste. Marguerite em La Londe-les-Maures, Château St. Maur à Cogolin , Château Ste. Roseline em Les Arcs , e Château de Selle em Taradeau.

Vale ressaltar que Provence tem os únicos crus classé rosé (exceto Champagne, mas espumante é outra categoria), o que diz tudo sobre a qualidade destes vinhos.




segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O Moscatel de Setúbal no mercado brasileiro


A CVR da Península de Setúbal (Portugal), região vitivínicola onde se produz o Moscatel de Setúbal, realizou uma pesquisa sobre os hábitos de consumo deste vinho, no Brasil, para saber qual a imagem, atributos e posicionamento da bebida em relação à concorrência. Executada pela Maria Tereza Monteiro Consultoria e Pesquisa, o método usado foi qualitativo, através da técnica de discussões em grupo.
“Há séculos que alguns brasileiros conhecem e apreciam o Moscatel de Setúbal, nos últimos anos em todas as provas, feiras e demais eventos vinícolas em que o Moscatel de Setúbal marca presença no Brasil, todos os comentários e apreciações feitos por consumidores e profissionais da fileira do vinho são altamente elogiosas e motivadoras para os produtores, permanece para nós um “enigma”: porque é que não exportamos mais Moscatel de Setúbal para o Brasil? Foi para tentar ajudar a decifrar esse enigma que resolvemos investir na realização dessa pesquisa. Os resultados foram altamente positivos, confirmaram intuições que já possuiamos e nos deram pistas sobre o que devemos fazer para melhorar a promoção e o consumo do Moscatel de Setúbal no Brasil” – afirma Henrique Soares, presidente da CVRPS.
O trabalho teve duas etapas. Na primeira parte participaram homens e mulheres, consumidores habituais e esporádicos de vinho Moscatel de Setúbal e de bebidas fortificadas (Porto, Madeira, Vermute, Xerez, etc.), residentes nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Na etapa seguinte, houve a participação de profissionais do mercado – donos de enoteca, lojas, sommeliers e professores de harmonização, nas mesmas cidades.
Foi constatado que o vinho Moscatel de Setúbal é percebido de forma bastante positiva entre os que o conhecem. É amplamente reconhecido como um vinho doce, saboroso, de teor alcoólico mais alto e mais encorpado do que os vinhos de mesa.  Em geral é definido como um vinho de sobremesa, para ser consumido depois das refeições, seja acompanhando a sobremesa ou mesmo como um digestivo. Uma das entrevistadas destacou que bebe como aperitivo. “Eu tomo também como aperitivo. Às vezes estou preparando o almoço e tomo um copinho do Moscatel de Setúbal”.
Na verdade, embora o Moscatel de Setúbal seja maioritariamnete reconhecido como um vinho de sobremesa, as suas ocasiões de consumo são amplas: um Moscatel de Setúbal pode ser apreciado também como aperitivo, como ingrediente principal de cocktails e não apenas em festividades pontuais. Os diferentes tipos de Moscateis de Setúbal (dos mais jovens, aos mais velhos, até ao mais raro, o Moscatel Roxo) permitem consumí-lo em diferentes temperaturas e em diferentes circunstâncias. Encontram-se Moscateis de Setúbal para um consumo diário, assim como mais apropriados a uma situação especial ou celebrativa.
O estudo permitiu concluir que a receptividade ao vinho Moscatel de Setúbal, em todos os grupos pesquisados é bastante positiva. Entre os que nunca tinham experimentado, notou-se uma grande surpresa positiva em relação ao produto.
Conclui-se que o Moscatel de Setúbal tem grande potencial para crescimento no mercado brasileiro, com excelente aceitação de acordo com os grupos analisados. É saboroso, agradável de beber, doce na medida adequada, tem uma cor extremamente atraente e é, segundo o grupo, superior ao Porto, seu principal concorrente. Destacaram ainda que sua D.O.C e a origem Portuguesa chancelam a qualidade do mesmo.
Visão dos profissionais
Nas duas cidades pesquisadas, o Moscatel de Setúbal é definido pelos profissionais das enotecas, lojas, sommeliers, professores e harmonizadores, principalmente, como um vinho de sobremesa ou um vinho doce. A maioria deles conhece a procedência portuguesa, em particular, e em menor escala a sua origem na Região da Península de Setúbal. Os profissionais descreveram a bebida como tendo um paladar acentuado, o sabor intenso, o aroma cítrico, de frutos secos e especiarias, com frescor e alto teor alcoólico. Em relação à cor, dourada ou amarelada disseram: “Lembra Topázio”.
Eles destacaram ainda como marca ser um bom vinho para acompanhar a sobremesa. Outros pontos fortes associados ao Moscatel de Setúbal são: o sabor adocicado, o aroma único e a boa relação custo benefício. No que concerne à harmonização citaram a possibilidade de adaptar-se também com queijos e acompanhar bem uma refeição, mesmo sendo um vinho doce. Além do uso em coquetéis por ter o sabor suave, feito de uva Moscatel de Setúbal e do alto padrão de qualidade. Outra dica interessante é degustar com charutos, pois é um vinho clássico, afirmaram. Além disso, o produto foi sugerido também para acompanhar frutas e, devido à boa acidez, a sugestão é beber gelado.
A maioria dos profissionais disse que ao oferecem a bebida para seus clientes, frequentemente eles aceitam a sugestão. Para eles a maior divulgação da bebida aumentará o consumo no Brasil pelos seguintes fatores: se tratar de um vinho doce; pelas propriedades positivas do produto: suave, frutado, com frescor; ótima qualidade com preço mais acessível favorecendo a experimentação; a possibilidade de consumo como aperitivo, uma vez que o brasileiro tem o hábito de consumir drinks antes das refeições e o fato da bebida ser consumida gelada, aspecto importante para um país de clima tropical.

A CVRPS
A CVRPS tem como principal missão a defesa das DO Setúbal e Palmela e IG Península de Setúbal, bem como a aplicação da respectiva regulamentação, o fomento e controle dos vinhos produzidos nas respectivas áreas geográficas e a garantia da sua origem, genuinidade e qualidade.
Na Península de Setúbal produzem-se três tipos de vinho certificado:
- Vinhos DO Palmela: certifica vinhos: brancos, rosados e tintos, frisantes, espumantes e licorosos. A sua delimitação geográfica engloba os concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo e a freguesia de Nossa Senhora do Castelo, do concelho de Sesimbra. Corresponde à mesma área de delimitação da DO Setúbal.
- Vinhos DO Setúbal: é aplicável exclusivamente, para vinhos generosos, brancos (à base da casta Moscatel de Setúbal) ou tintos (à base da casta Moscatel Roxo). A sua delimitação geográfica engloba os concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo e a freguesia de Nossa Senhora do Castelo, do conselho de Sesimbra. Corresponde à mesma área de delimitação da DO Palmela.
- Vinho Regional Península de Setúbal: é aplicável a vinhos brancos, tintos e rosados, frisantes, licorosos e vinho para base de espumantes. De maior dimensão geográfica, inclui todo o distrito de Setúbal. Engloba os conselhos Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines. Outras informações estão acessíveis pelos sites: www.vinhosdapeninsuladesetubal.pt   www.moscateldesetubal.pt

Veja aqui uma degustação que tive o prazer em participar com alguns dos melhores rótulos da Península



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Um promissor vinho nacional

A Almaúnica é uma das mais recentes vinícolas do Vale dos Vinhedos, tendo iniciado as atividades em 2008, mas já construindo seu espaço e lugar cativo dentre dos melhores produtores brasileiros da atualidade. Sua história é recente, mas seu ligado com a viticultura é secular, pois os dois fundadores da empresa, os irmãos gêmeos Magda e Márcio, são filhos do Laurindo Brandelli, da conhecida vinícola Don Laurindo, cuja família produz vinho desde o final do século XVIII, trazendo para o Brasil a tradição vinícola da região italiana do Veneto.

Quem conhece os vinhos do pai não vai achar muita semelhança com os dos filhos, tendo os da Don Laurindo (assim como boa parte dos vinhos nacionais) um estilo mais clássico, rústico e gastronômico que remete ao velho mundo; já os da Almaúnica têm uma inspiração mais moderna e internacional, apresentando mais corpo, fruta e maciez - de qualquer forma, ambos sem perder a tipicidade gaúcha.


Este Cabernet Sauvignon 2010 com estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês e americano mostrou bastante complexidade. No nariz tabaco, fruta seca, cassis, especiarias e baunilha. Boa estrutura na boca, com a madeira bem presente, acidez na medida e taninos abundantes e finos. Pena pelo final curtinho. Com um pouco de mais persistência e menos madeira seria um grande vinho. Espero que nos próximos anos chegue lá. De qualquer forma vale a pena provar, especialmente acompanhando um bom prato de carne.

Vinho:
Cabernet Suvignon Reserva
Safra:
2010
Produtor:
Almaúnica
País:
Brasil
Região:
Serra Gaúcha – RS
Uvas:
Cabernet Sauvignon 100%
Álcool (Vol.)
13%
Preço médio
R$ 60,00
Avaliação internacional
-
Avaliação MV
*


domingo, 15 de fevereiro de 2015

MondoCerva: uma cerveja alemã leve e refrescante, perfeita para o seu Carnaval

Ok, você é daqueles que no Carnaval não quer saber nada de vinho e gosta de mergulhar na cerveja? Nada contra, mas faça um favor a sim mesmo: evite aquelas enlatadas populares, que nem se enquadram na categoria de cervejas (poderiam ser umas pilsen light). Agora vai me dizer que no calor e na folia não dá para beber aquelas encorpadonas importadas, bem alcoólicas e amargas: faz sentido, mas saiba que tem cerveja europeias leves e refrescantes, com baixo teor alcoólico, saborosas e sobretudo de qualidade. Uma delas é esta Hacker-Pschorr Munich Gold.

A história da cervejaria Hacker-Pschorr remete ao ano de 1417, e suas engarrafadas são feitas de acordo com a Lei da Pureza da Bavária, que regulamenta desde 1516 os métodos de produção locais. Inclusive, como a cervejaria fica dentro do perímetro da cidade de Munich é das mais tradicionais pedidas durante a famosa Oktoberfest.

Esta lager, mesmo sendo, digamos, simples, é bem gostosa de tomar. Tem uma pureza invejável, tanto no nariz quanto na boca. O aroma de malte é evidente, junto com notas de caramelo e amendoim torrado. Suave, tem um corpo granuloso, mas paladar bem delicado e refrescante. O levíssimo amargor no final a torna ainda mais saborosa. E tem uma ótima relação preço/qualidade. 
A garrafa é um destaque a parte, com seu tradicional fechamento swing top



Pais: Alemanha
Álcool: 5,5%
Preço médio (garrafa 500ml): R$ 18,00














sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Champagne no Carnaval? Então veja aqui como se orientar segundo a classificação oficial

Se você for enófilo de carteirinha, aposto que vai beber vinho também neste quentíssimo Carnaval. Obviamente a sugestão é de brancos e espumantes. Para entender melhor como se orientar e como é feita a classificação de uns dos melhores brancos do mundo veja o post anterior. Já para os espumante fique neste post mesmo, pois vamos hoje para a região mais borbulhante do mundo!

Champagne

Em Champagne a classificação dos crus identifica as áreas que produzem as melhores uvas e é composta de 3 diferentes categorias: Grand Cru,  Premier Cru, e Cru genéricos.
Estas categorias estão relacionadas às comunas (pequenos municípios) que ao longo dos anos deram uvas de qualidade superior.

Os municípios classificados como Grand Cru são 17 e ocupam 9% da área total da AOC. Se encontram:

■ 9 na Montanha de Reims: Ambonnay; Beaumont-sur-Vesle; Bouzy, Louvois, Mailly, Puisieulx, Sillery, Verzenay e Verzy
■ 6 na Côte des Blancs: Avize, Chouilly, Cramant, Le Mesnil-sur-Oger, Oger e Oiry
■ 2 na Val-de-Marne: Ay e Tours-sur-Marne


Os Premier Crus são representados por 44 comunas, que ocupam 17% da superfície da AOC:
Avenay, Bergères-les-Vertus, Bezannes, Billy le Grand, Bisseuil, Chamery, Champillon, Chigny les Roses, Chouilly (Pinot Noir), Coligny (Chardonnay), Cormontreuil, Coulommes la Montagne, Cuis, Cumières, Dizy, Ecueil, Etrechy (Chardonnay), Grauves, Hautvillers, Jouy les Reims, Les Mesneux, Ludes ; Mareuil sur Aÿ, Montbré, Mutigny, Pargny les Reims, Pierry, Rilly la Montagne, Sacy, Sermiers, Taissy, Tauxières, Tours-sur-Marne (Chardonnay), Trépail, Trois Puits, Vaudemanges, Vertus, Villedommange, Villeneuve Renneville, Villers Allerand, Villers Marmery, Villers Aux Noeuds, Voipreux, Vrigny.

As restantes 257 comunas formam os crus genéricos.


Em breve: os crus de Loire, Rhone e Provence

Veja também:







quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Entenda as classificações de "cru" na França: Alsácia


Voltando à análise dos crus franceses, vamos agora para uma terra de grandíssimos brancos:

Alsácia

Pequena devida introdução: o que vai ler aqui, daqui a pouco vai ser falso (veja aqui), mas até a legislação atual estar em vigor, vamos ver como foram definidos os cru desta fascinante região das garrafas "alongadas". A denominação Alsácia nasceu em 1962, mas somente em 1975 foram reconhecidos os Grand Crus, situados em 51 locais bem delimitados. Cada um representa um terroir excepcional que dá aos vinhos força expressiva e peculiaridade única.

Em 2011 uma atualização legislativa reconheceu para estes locais uma denominação de origem protegida também, portanto os vinhos passaram a gozar de maior tutela de qualidade prevista pela AOC. As regras de produção são bem rígidas nestes vinhedos excepcionais cuja superfície varia de 3 a 80 hectares.

As castas típicas permitidas são 4: Riesling, Gewurztraminer, Pinot Gris e Muscat  e os vinhos devem ser produzidos somente de forma mono-varietal (apenas uma uva), mas três sub-regiões são, no entanto, exceções a essa regra: em Altenberg de Bergheim e Kaefferkopf são permitidos vinhos de corte, enquanto em Zotzenberg é admitida também a casta Sylvaner.
O rótulo deve expressamente indicar: a safra, um dos 51 lugares que gozam da Denominação e a variedade da uva.

Os Grands Crus d’Alsace representam uma produção média anual aproximada de 45 000 hl, ou seja apenas 4% de todo o vinho produzido na Alsácia.

Reforçando novamente: é importante lembrar que a legislação está mudando e que as classificações serão completamente reformuladas


Em breve: os crus de Champagne, Loire e Sul da França

Veja também: 







terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Pensamento Di-Vino: Realidade Virtual...

Fazia tempo que esta coluna dedicada a frases mais ou menos célebres sobre vinho estava parada: um pouco porque não tinha achado nada de particularmente original, um pouco porque acabei postando algumas sentenças diretamente no Facebook e no Twitter. Mas este pensamento é um dos melhores que já li, simplesmente genial, portanto merece estar aqui no blog, com louvor, valorizando amplamente a coluna: 



“A realidade é uma alucinação causada pela ausência de álcool”
                                                                                     (Provérbio Galego)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O melhor tinto do Uruguai?

Vinícola boutique e familiar, a Pizzorno produz há 4 gerações vinhos de forma artesanal, a partir de apenas 20 hectares de vinhedos próprios localizados em Canelón Chico, 20 Km. ao norte de Montevidéu.

Os vinhedos são conduzidos de maneira natural, sem fertilizantes ou adubos, nem irrigação artificial, com poda verde, rendimento reduzido e colheita manual.

O seu ícone Primo 2006 foi considerado o melhor tinto de Uruguai pelo guia Descorchados.

Recentemente provamos um 2008, trazido diretamente da bodega.
É um corte de Tannat, Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot das melhores uvas da propriedade, que ainda passam por uma segunda seleção manual, feita bago por bago. As variedades são vinificadas separadamente, e cada uma matura por 12 meses em barricas de carvalho francês de primeiro uso, até ser definido o blend final que estagia em carvalho por mais 8 meses.

O Pizzorno Primo 2008 é certamente um vinho de grande impacto aromático e gustativo. Diferentemente de muitos vinhos uruguaianos que vivem de certa identidade própria e referência mais européia, achei neste exemplar as características típicas de vinho novomundista mais marcadas: a abundante fruta em compota, a baunilha, o grande corpo macio, a potência e os taninos doces remetem mais a tintos argentinos ou chilenos, mas com muito equilíbrio, nunca enjoativo. Pelo contrário, apesar de não fazer exatamente o meu estilo, o vinho é bem prazeroso de beber enquanto a boa acidez, junto com os taninos copiosos (embora maduros) e as leves notas de fumaça e especiarias o tornam um perfeito companheiro gastronômico.
A vinícola indica um potencial de guarda de 8 anos, nós o tomamos neste ano, que seria seu sétimo de vida e acredito que vai se manter bem ainda até o final desta década.

Depois que a Grand Cru descontinuou a importação, no momento não é possível encontrar os vinhos da Pizzorno nas prateleiras do Brasil. Fica a dica para os importadores.



Vinho:
Primo
Safra:
2008
Produtor:
Pizzorno
País:
Uruguai
Região:
Canelones
Uvas:
Tannat, Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot
Alcoól (Vol.)
14%
Importadora
-
Preço médio
-
Avaliação internacional
-
Avaliação MV
** (marcante)


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Os cursos da WSET agora na escola Eno Cultura! Confira

A escola Eno Cultura agora está também habilitada a prover os cursos da Wine & Spirit Education Trust. A WSET dispensa qualquer apresentação, sendo a curadoria internacional dos cursos de vinhos e destilados mais procurados do mundo. Fundada em Londres, se tornou hoje referência internacional para formação de profissionais da área, sendo disponível também para curiosos e wine lovers em geral.

O velho ditado “o melhor vinho é aquele que você gosta” é pra mim certamente contestável, pois se por um lado o gosto do consumidor é soberano, por outro podemos mostrar para quem está bebendo vinhos objetivamente “questionáveis” que existe opção melhor. 

Portanto fico feliz em ver que instituições como a Eno Cultura dediquem as próprias atividades á promoção e divulgação da cultura etílica, para quem tem interesse em ir além do simples gosto pessoal e entender o que está bebendo, o que pode (e deve) ainda beber e porque, em que oportunidade e com qual harmonização.

A Lolô Riccobene, brand ambassador da escola no RJ, me comunicou as novas datas dos cursos de nível 1 e 2 na cidade maravilhosa. O primeiro é para iniciantes, um curso introdutório para quem gosta de beber, mas não tem nenhum conhecimento do assunto; já o nível 2 é para quem estiver um pouco mais adentro da matéria e quer aprofundar e ampliar sua experiência enófila.


Veja a seguir mais detalhes e para mais informações envie um email para loriccobene@gmail.com ou acesse o site da escola www.enocultura.com.br




sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Miolo faz parceria com companhia aérea holandês!

Com pintura de Van Gogh estampada no rótulo, Miolo cria vinho exclusivo para a KLM Royal Dutch Airlines

Uma das marcas mais reconhecidas do Brasil, a vinícola Miolo acaba de anunciar uma parceria com a tradicional KLM Royal Dutch Airlines, que oferecerá na primeira classe e na classe executiva de seus voos um vinho elaborado exclusivamente pela vinícola brasileira para a companhia holandesa.

A partir de abril deste ano, quem voar pela KLM poderá apreciar umTempranillo 2013 inédito no mercado e com rótulo personalizado, que traz estampada a obra Still Life: Vase with Irises Against a Yellow Background, do consagrado Van Gogh, pintor holandês considerado o maior representante do Impressionismo, estilo artístico que ficou conhecido por transmitir visualmente as formas oriundas da natureza e as variações provocadas pela incidência da luz.
Elaborado sob encomenda para a KLM, 14 mil garrafas do vinho serão exportadas para a Holanda exclusivamente para esta parceria com a companhia aérea. “É a primeira vez que uma vinícola brasileira fornece vinhos para a KLM. A escolha da Miolo para desenvolver o vinho foi devido não só à nossa qualidade, como também por sermos uma marca reconhecida no mercado holandês, onde temos grande êxito em nossas exportações”, explica Fabiano Maciel, Europe Export Manager da Miolo.
As negociações começaram em outubro de 2014, depois que um comprador da KLM visitou a vinícola durante a Copa do Mundo. O contato entre a Miolo e a companhia holandesa foi mediado pela Activin B.V., importador da vinícola na Holanda. “Esta é uma oportunidade excelente para reforçarmos nossa imagem não somente na Holanda, mas em diversos países”, finaliza Maciel.
A KLM Royal Dutch Airlines, fundada em 1919, é a companhia aérea mais antiga ainda em funcionamento sob o seu nome original. A empresa é, desde 2004, parte do grupo Air France e opera voos para mais de 130 destinos em todo o mundo. A licença para concessão do uso da imagem estampada do rótulo é da KLM.
Miolo Wine Group
Um dos maiores e mais reconhecidos grupos do Brasil, o Miolo Wine Group elabora 12 milhões de litros de vinhos finos por ano e é a empresa que mais exporta vinhos no País, para mais de 30 países. A vinícola iniciou seus trabalhos em 1897, quando o italiano Giuseppe Miolo chegou ao Brasil. Hoje, possui projetos em diferentes regiões: Vale dos Vinhedos (RS), Campanha (RS), Campos de Cima da Serra (RS) e Vale do São Francisco (BA). Entre os sócios estão a família Miolo, família Benedetti/Tecchio, o narrador Galvão Bueno e o empresário Raul Anselmo Randon. 
Informações:www.miolo.com.br


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Porque o termo "cru" na Borgonha é para ser levado a sério

Dando continuidade ao discurso sobre a classificação de cru da França, hoje falamos da região onde esta palavra faz mais sentido que em outras:

Borgonha

Os monges viticultores dos mosteiros de Citeaux, Cluny, Bèze e muitos outros, inventaram entre o século VII e XII os “grands crus” Clos de Bèze, Clos de Vougeot, Clos de Tart, etc. implantando vinhedos em áreas mais adequadas para a cultivação da videira. Eles introduziram o conceito de "cru" para definir as melhores parcelas dos vinhedos, e desenharam seus limites, construindo de fato fronteiras com muros, dentro de perímetros que continuam os mesmos até hoje ("clos").

Neste período se definiu a identidade do território (o terroir): os vários vinhedos foram classificados de forma natural, de acordo com a qualidade da terra, e a maioria das denominações permaneceram inalteradas até hoje.

Ficou logo claro que uma faixa intermediária daquelas colinas era o lugar mais privilegiado para a melhor qualidade das uvas, que não conseguem ser tão expressivas em terrenos mais baixos ou mais altos.

Este mix incrível e único de características, tais como solo, altitude, luz e outras peculiaridades daquele micro-terroir, faz que pequenas variações se transformem em grandíssimas diferenças, pois, acredite, a mesma uva dá resultados bem diferentes se colhida apenas a poucos metros de distância.



Por este motivo na Borgonha o cru é realmente o grande protagonista: absolutamente rígido ao longo do tempo, não cresce, não se expande, pode pertencer a vários proprietários ou fragmentado, mas o cru é apenas aquele vinhedo especial que produz grandes vinhos.

A legislação que define produção e delimitação dos vinhedos - portanto também dos crus - da Borgonha foi criada em 1930 e depositada no Tribunal de Dijon, já a instituição que supervisiona a produção é o INAO (Institut National des denominações d'Origine).
 
Quanto aos crus, na Borgonha são 635 premier cru (em 28 municípios diferentes que representam aproximadamente 10% da produção) e 33 grand cru (em 13 municípios diferentes, equivalente a pouco mais de 1% da produção).

Fique ligado, em breve: os crus de Champagne, Alsácia e Rhone.