terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Chegou o caixa eletrônico de Prosecco!

A um olhar distraído parece um caixa eletrônico, mas não se trata do clássico ATM e sim do APM: Automatic Prosecco Machine. Isso mesmo, um distribuidor automático de Prosecco! 
Foi instalado do lado de fora de um wine bar de Londres, onde por sinal até pouco tempo atrás havia justamente um caixa eletrônico de um banco. De cor amarela, é a confirmação dos tempos que mudam, e da paixão dos ingleses pelos espumantes italianos. 
Agora neste Bank of Bubbles da rede Vagabond Wines poderão tomar uma tacinha borbulhante mesmo se a loja estiver fechada, mas sempre com moderação, pois a maquina vai distribuir apenas uma taça de espumante por cada cliente. 


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Vinho da Borgonha não é da Borgonha...


O vinho da Borgonha se produz na Borgonha. Parece uma inútil redundância, mas pelo visto esta frase tão obvia pode se tornar uma falsidade, ou pelo menos uma afirmação a ser reinterpretada, por motivos burocráticos.

O INAO ( Institut national de l’origine et de la qualité) ou seja o instituto que cuida das denominações de origem da França, está planejando uma verdadeira revolução na nomenclatura do vignoble da Borgonha. Uma mudança que prevê a anexação de parte do Beaujolais ao sul e a incrível exclusão da área de Chablis ao norte. Com a consequente perda do direito de usar o termo "Bourgogne" no rótulo de centenas de viticultores.

Uma situação no mínimo bizarra, pois além da área de Chablis, é afetada toda a área de Châtillonnais (norte da Côte d'Or, nas fronteiras do Aube e da região de Champagne) e paradoxalmente até todos os vinhedos de Dijon, capital da Borgonha!

Aí um jovem enólogo que estudou para continuar os negócios de seu avô, paga as taxas de herança, replanta com sacrifício 1 hectare na terra da família, agora está ferrado...

Obviamente, o assunto não é apenas formal e nominal, mas afeta fortemente os bolsos, pois dos 4.500 produtores da região, mais da metade (2.500) vive exclusivamente da venda de vinho de denominação regional, o que chamamos de Bourgogne “genérico”. As consequências podem ser dramáticas.

Agora se por um lado, como pode se ver no mapa abaixo, as regiões em jogo ficam um pouco afastadas daquele que é considerado o coração da Borgonha (a Côte d'Or, por sua vez dividida em Côte de Nuits e Côte de Beaune), por outro não dá para entender a inclusão do Beaujolais, que fica mais distante (ocupando até parte do território do norte do Rhône) e ainda tem história e métodos de vinificação diferentes.

Enfim, obviamente há muitos interesses em jogo, talvez mais políticos que econômicos, mas por enquanto as reais intenções destas propostas não me parecem ainda claras. Veremos o que vai acontecer.