sexta-feira, 21 de setembro de 2018

O maior exportador de vinho branco do mundo


Enquanto o Brasil continua esnobando vinho branco, lá fora os números de consumo da categoria continuam crescendo. Ao mesmo tempo em que o brasileiro consome tinto encorpado e alcoólico mesmo fazendo 40º lá fora, a do branco é já a tipologia de vinho mais consumida em Itália, Grã Bretanha, e em breve EUA.

Ma se isso não surpreende, já surpreende talvez descobrir que o maior exportador de brancos do planeta é a Itália! Isso é o que aponta uma pesquisa da Nomisma - Wine Monitor: com 1,3 bilhões de euro/ano o vinho branco tranquilo da ”bota” é o mais vendido no mundo, se colocando no topo da lista a frente da França que é superada em volume e valor. No terceiro lugar a Nova Zelândia e, a seguir, Espanha, Alemanha e Austrália.

Os principais compradores são os Estados Unidos (36,6%), Alemanha (16,5%) e Reino Unido (14,2%), que concentram 2/3 da produção branca made in Italy.

O motivo de tamanho sucesso do branco italiano parece ser a variedade e tipicidade das uvas autóctones, que dão vida a vinhos muito diferentes dos demais internacionais, e oferecem características muito variadas. Castas como, por exemplo, Verdicchio, Fiano, Vermentino, Garganega (entre outras) surpreendem a cada vez mais pela complexidade, estrutura, frescor, longevidade e, sobretudo versatilidade para harmonizações.

Só falta o consumidor brasileiro descobrir.


terça-feira, 4 de setembro de 2018

Está na hora de largar seu saca-rolha: vamos bater lata...de vinho!



Apesar de parecer um sacrilégio para a maioria dos consumidores brasileiros, já estão à venda latinhas de vinho nacional nas nossas prateleiras. E lá fora então já não é mais uma moda do verão, e sim um negócio de 45 milhões de dólares.

Só nos EUA o mercado de vinho enlatado cresceu 43% no último ano. Apesar de representar uma porção ainda minúsculas da indústria (cerca de 0.2% das vendas totais de vinho), cresce rapidamente, especialmente nas novas gerações (millennials). Eles não querem e não podem gastar 70 USD numa garrafa de vinho, portanto procuram produtos mais acessíveis, o que torna o vinho enlatado mais atraente.

Normalmente gastam entre 4-7 dólares para uma latinha que equivale a cerca de 2 taças de vinho (existem também outros formatos), e que pode ser levada mais facilmente para lugares como praias, parques, acampamentos. E ainda são mais fáceis de reciclar, e aparecem menos pretensiosas para consumidores ocasionais. Ademais isso é bom também para os produtores, pois, segundo pesquisas, os consumidores estão mais dispostos a provar novos vinhos se não forem obrigados a comprar uma garrafa inteira.

Grandes produtores americanos estão investindo fortemente na categoria e se até 3 anos atrás tinha apenas uma dúzia de marcas produzindo vinho em lata, hoje são mais de 100. Só a E. & J. Gallo Winery produziu em 2017 mais de 12 milhões de latinhas de vinho, mas outros players de peso como Francis Ford Coppola, Precept Wine e até pequenas vinícolas independentes como Union Wine Company e Infinite Monkey Theorem apostam neste molde.

Os vinhos elegidos para esta embalagem são pela maioria espumantes, brancos e rosés, principalmente a base de Moscatel, Sauvignon Blanc, Pinot Grigio, Chardonnay. Já para os tintos os prediletos são Pinot Noir, Merlot, Cabernet Sauvignon e blends. 

Apesar da crescente popularidade alguns podem argumentar que vinho enlatado não tem o mesmo charme e romantismo de uma garrafa tradicional. Outros alegam que a lata reduz os aromas e os sabores do vinho. Mas a categoria garante diversão a baixo custo, uma acessível porta de entrada ao mundo de Baco, e, de acordo com os especialistas, mediamente se trata de bons vinhos.  

Vamos provar?