quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Os 10 vinhos italianos mais aclamados pela crítica inteira


Comparar as listas dos melhores vinhos entre diversas publicações é um exercício que deixa certamente perplexo: os resultados são frequentemente destoantes ou no mínimo bem diferentes. O melhor vinho para a revista X não é nem citado nos primeiros 100 do guia Y e por aí vai. Isto por vários motivos, tipo:

·        *  Nem todas as vinícolas enviam as amostras para todas as publicações
·        *  Os vinhos foram degustados em momentos e situações diferentes
·        *  Diferentes sistemas de degustação e avaliação
·        *  Interesses e parcerias comerciais (inútil negar a evidência)
·        *  Cada degustador tem um paladar diferente de outro
·         * ....(complemente você mesmo)

Mas quando todos os guias confirmam a mesma opinião sobre um rótulo então é sinal que ou todos os pontos listados acima foram devidamente se encaixando por alguma razão, ou muito mais simplesmente porque o vinho é bom mesmo.

Olhando para o meu quintal chamado Itália, por lá existem várias publicações, todas de certa relevância e com o próprio público cativo, como Gambero Rosso, Slow Wine, L’Espresso, Veronelli, Luca Maroni, Doctor Wine, Vitae, Bibenda, Veronelli, Touring Club e mais algumas. Pois bem, previsivelmente a lista dos melhores do ano deu resultados totalmente diferentes em cada uma delas. Mas alguns vinhos constam em todas elas. Então, esperando as novas listas para o 2018, selecionamos aqui os 10 vinhos italianos que conseguiram agradar toda a imprensa especializada em 2017 (5 tintos, 2 brancos, 1 rosé,  1 espumante e 1 de sobremesa):



- Monprivato in Castiglione Faletto 2011 Mascarello Giuseppe e figlio Barolo
- Barbaresco Rabaja 2013 Giuseppe Cortese
- Chianti Classico 2014 Badia a Coltibuono
- Montepulciano d’Abruzzo 2012 Valentini
- Etna rosso 2015 Pietradolce
- Tauma 2015 Pettinella
- Verdicchio di Matelica 2015 Collestefano
- Fiano di Avellino 2014 Rocca del Principe
- Franciacorta Dosage Zéro Noir 2007 Ca’ del bosco
- Passito di Pantelleria Bukkuram “Padre della vigna” Marco De Bartoli

E agora hein...? Será que eles estão realmente certos? Muitos destes rótulos não estão à venda no Brasil, já os restantes são muito caros por aqui. Portanto só nos resta que fingir que concordamos e voltar aos nossos vinhozinhos do dia-a-dia 😉

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A verdadeira vocação de La Mancha numa garrafa

Quem acha que a denominação de origem La Mancha não produza vinhos Premium está enganado. Claro (e é daí que surge o equívoco), esta região no centro da Espanha tem historicamente focado sua produção especialmente na quantidade: por lá verdadeiras indústrias vinícolas tem inundado o mercado local e internacional com rótulos de baixo custo. É mais ou menos o que aconteceu por aqui também, onde o nosso mercado “doente”, devido a N fatores (que não estaremos discutindo aqui), pede cada vez mais rótulos mais baratos, com a consequência de ter prateleiras estufadas de vinhos simples demais, inclusive desta região.

Mas afinal se a D.O. La Mancha é a maior denominação de vinho do mundo isto se deve também e principalmente á qualidade das uvas. E se enxergar além do trivial é possível encontrar belos caldos sim, como este daqui: 

Imperial Toledo Old Vine Selection 2009 da Bodegas Verdúguez



A vinícola Verdúguez está situada na província de Toledo, exatamente na terra onde o célebre cavaleiro Dom Quixote combatia os moinhos de vento na obra do Miguel de Cervantes.

Este tinto é o top da casa, mais precisamente era oferecido ao patriarca da família e já a embalagem preanuncia que estamos na frente de um vinho considerado especial, pois a garrafa vem nesta bela caixa dourada e preta.




Já dentro da garrafa, se trata de um Tempranillo 100% procedente das vinhas mais antigas da propriedade que ficam a 722 metros acima do nível do mar. Com um longo estágio em barricas de carvalho francesas novas este exemplar de safra 2009 está agora em sua plena maturidade e ainda tem estrutura para envelhecer tranquilamente por mais anos. O nariz entrega aromas complexos de cereja, ameixas, batom, tabaco, alcaçuz e toques de especiarias do Mediterrâneo. Na boca a palavra chave é “equilíbrio”: o grande corpo e estrutura são balanceados por taninos finos e elegante acidez, que juntamente á madeira bem integrada entregam um conjunto harmônico.

Mais uma bela descoberta da Winelands Importadora e Clube de Vinhos


quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Correção: as mulheres preferem vinho branco, menos as brasileiras

Em resposta a esta matéria que comprovaria que as mulheres preferem de maneira geral vinho branco, a comunidade de enófilas meio que insurgiu nas redes sociais declarando orgulhosamente o próprio amor ao tinto.

Justo, elas têm toda razão. De fato, se eu parar pra pensar, posso dizer que quase todas as minhas amigas, confrades (ou seria confreiras?) e colegas têm predileção para tinto.

Então devemos concluir que o citado estudo é um fake? Furado? Longe da verdade dos fatos? Fiquei intrigado e comecei a reparar na questão. Vamos analisar comigo os seguintes fatores (mas obviamente posso estar enganado):

1)      Estas amigas que afirmam preferir tinto são, como disse, enófilas de carteirinha senão profissionais do vinho, ou no mínimo apreciadoras interessadas no assunto (afinal os comentários surgiram em grupos de vinho) e portanto com o paladar já mais acostumado. Já a pesquisa pegou 600 pessoas “random”, de maneira totalmente casual: certamente havia umas com certa vivência com vinho, mas provavelmente também diversas pessoas iniciantes ou até sem nenhum tipo de experiência, imagino especialmente as da Republica Tcheca (diga-se de passagem, o maior consumidor de cerveja do mundo) onde não existe uma cultura do vinho propriamente dita.

2)      Estas mesmas meninas brasileiras red lovers foram criadas num País que sempre teve aversão ao vinho branco, onde o consumidor médio mesmo com 45º graus lá fora prefere tomar um tinto encorpado e alcoólico mais que um branco leve e refrescante. Por outro lado os produtores de vinho sulamericanos que mandam no nosso mercado não se destacam certamente pela produção de brancos (embora haja algumas exceções) e raramente chegam ás nossas prateleiras coisas diferentes dos trivias Chardonnays e Sauvignon Blancs. Portanto, se for verdade (como a própria pesquisa afirma) que a cultura de um povo/lugar influencia o gosto pessoal então podemos claramente afirmar que a definição do gosto das nossas amigas brasileiras foi influenciada por este fator cultural, já que provavelmente foram iniciadas a tomar vinho através do tinto encorpadão mesmo.

3)      Seguindo o mesmo raciocínio e lembrando que a pesquisa fala especificamente da percepção da sensação de amargor/adstringência, os tintos mais consumidos por aqui são basicamente vinhos do novo mundo ou com características “modernas” como Malbec, Carménère, Primitivo (de maneira geral tipologias de tintos bastante macios e com açúcar residual importante).  Já me pergunto se a situação seria a mesma em regiões onde os tintos mais comuns são com base em Sagrantino, Tannat, Nebbiolo, Aglianico, Sangiovese...?


 Isto sem polêmica alguma, apenas analisando os dados. Por exemplo, na minha região de origem (Campania, Itália) o vinho branco é alegremente e igualmente consumido por homens e mulheres, pois o lugar produz talvez os melhores brancos do País inteiro e a gastronomia típica focada em peixe e frutos do mar pede especialmente esta tipologia de vinho. Por outro lado os tintos locais, embora adorados por um público expert, são um pouco difíceis para os iniciantes por causa da forte carga tânica. Portanto, dentro destas condições, por lá é mais provável ser iniciado ao mundo dos vinhos através de brancos, o que ocorreu exatamente comigo.

Portanto eu não condenaria o citado estudo como não verdadeiro e sim ressaltaria mais ainda o que na verdade o mesmo pretende provar, ou seja, que os fatores culturais podem até chegar a condicionar a genética.

De qualquer forma acredito ser errada de modo geral a postura em que devemos nos preferir uma tipologia de vinho em vez de outra. Eu amo todas da mesma maneira, apenas vou escolher uma no lugar de outro conforme ao momento e especialmente à comida que irão acompanhar.

sábado, 14 de outubro de 2017

As mulheres preferem vinho branco. Agora é comprovado cientificamente

As mulheres preferem vinho branco. Clássico lugar comum, mas desta vez parece que podemos afirmar esta sentença com o aval da ciência.

Um estudo internacional envolvendo oito Universidades e Centros de Pesquisa de Itália, Republica Tcheca e Alemanha abordou o tema e o resultado foi publicado nas páginas da Scientific Reports 

A ideia inicial partiu do princípio que quando comemos alimentos como verduras ou chocolate as sensações e especialmente a sensibilidade ao gosto amargo de algumas pessoas é diferente da nossa. Então para estudar mais aprofundadamente as sensações de amargor e adstringência os cientistas em questão pensaram em utilizar uma substância rica em polifenóis como o vinho tinto.

A equipe de pesquisadores envolveu 300 pessoas de nacionalidade italianas e 300 da República Tcheca que foram convidadas a saborear um vinho tinto muito encorpado. Mas em vez de se limitar à descrição subjetiva dos voluntários, o estudo avaliou as sensações em nível dos genes receptores do sabor. Os genes do gosto amargo e adstringente estão presentes em todas as pessoas, mas o estudo destacou um modo de ativação diferente. No caso foi evidenciado que a ativação dos genes receptores da adstringência no sexo feminino é mais significativo que nos homens, o que explicaria porque as mulheres consomem mais vinho branco.

Além disso, comparando os grupos por nacionalidade, veio á tona uma questão interessante, ou seja, que os participantes italianos resultaram menos sensíveis ao sabor amargo, independente dos próprios genes. Isto indicaria que a cultura também desenvolve um papel fundamental na determinação do gosto pessoal. “Afinal se o povo italiano é mediamente menos sensível ao amargor então deveria consumir muito mais vinho tinto do que os povos do norte da Europa, mas o que ocorre é exatamente o contrário” afirma o coordenador do estudo Alberto Bertelli, do Departamento de Ciências Biomédicas para a Saúde da Universidade de Milão. A hipótese do cientista, portanto é que o gene sozinho não explica tudo e que talvez ele seja influenciado pelo efeito de diferentes culturas e estilos de vidas.

Este estudo é um primeiro passo para continuar examinando se os fatores culturais podem realmente condicionar a genética.

“Temos que concluir que estas pesquisas têm de ser aprofundadas, sem esquecer que o consumo de vinho com moderação é uma característica própria dos países do Mediterrâneo, e em particular da Itália: este modelo virtuoso parece ter a mesma importância que os efeitos dos genes”, conclui o coordenador do estudo.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Lançamento mundial do Pêra Manca 2012 será no Brasil!

  Press agency news*
       
Um dos nomes principais nomes do mundo do vinho no Brasil, Ricardo Castilho -- membro das Confrarias de vinhos do Alentejo, Dão e Vinho do Porto, todas em Portugal; e cavalheiro da Confraria de Champagne, na França, traz para o Brasil o lançamento mundial do vinho Pêra Manca Tinto 2012. A novidade será apresentada numa degustação guiada por Gabriela Fialho Gerente de Exportação Conselho da Fundação Eugênio de Almeida (FEA), no I Fórum Internacional de Vinhos, que acontecerá dia 26 de outubro, durante a Semana Mesa SP.

No encontro os apaixonados pela bebida têm a oportunidade de conhecer em primeira mão o emblemático rótulo português elaborado somente em anos de grandes safras – processo estabelecido desde 1990. Produtor conhecido e querido entre os brasileiros, a safra 2012 chega ao país como um ícone representativo da região lusitana.



“Com o crescimento de apreciadores de vinhos, vislumbramos a importância de aproximar consumidores e especialistas do setor. Com isso, trouxemos para a Semana Mesa SP, maior evento de gastronomia do Brasil, o Fórum de Vinhos, que vem para aproximar ainda mais os produtores internacionais e nacionais do seu público final”, explica Castilho.

Ainda no encontro, Michel Friou, enólogo do Almaviva, promove uma vertical de quatro safras dos rótulos da vinícola, considerado o melhor tinto sulamericano. A programação também conta com rodada de negócios, intercâmbio de informações e degustação exclusivas, que acontecem na Sala do Atos, decorada com um enorme painel de Portinari. Dias 26 e 27 de Outubro, das 15 às 21h.
Serviço

Degustações Premium/ Sala Atos

26 de Outubro

Perâ – Manca
Apresentação: Gabriela Fialho
Horário: a partir das 18h30
Valor: R$350

Vertical Alma Viva
Apresentação: Michel Friou
Horário: a partir das 20 horas
Valor: R$350

27 de outubro
A influência da taça na degustação de vinhos
Apresentação: Bruna Giglio
Horário: a partir das 17 horas
Valor: R$160

Syrahs: França x Austrália
Apresentação: Sara Ferreira
Horário: a partir das 20 horas
Valor: R$160

I Fórum de Vinhos/Mesa Ao Vivo – 26 a 28 de outubro
1 dia – R$ 55
2 dias – R$ 100
3 dias – R$ 120
*ingresso válido para programação de Mesa Vinho e Queijos do Brasil

*Informações e texto fornecidos pela assessoria de imprensa do evento