segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Os vinhos Full-Terroir

Pedro Parra é um dos nomes mais relevantes e revolucionários da viticultura sulamericana, estando a frente de projetos como Altos las Hormigas e Zuccardi na Argentina,  Aristo e agora Clos de Fous no Chile. 

Clos de Fous pode se traduzir do francês como “Vinha dos Loucos”, e de fato o projeto tem uns toques, se não de loucura, certamente de ousadia.

Uma vinícola boutique formada por 4 amigos desde o colégio, cada um assumindo um papel fundamental: o viticultor, o enólogo, o terroir-hunter e o empresário que têm como objetivo um desejo comum: criar vinhos full terroir. A filosofia é emprestada da Borgonha, com o conceito de alcançar a produção de grandes vinhos com a menor intervenção humana possível, deixando o terroir se expressar por si só. Ou seja, selecionando as melhores uvas dos melhores terroirs chilenos para imprimir caráter próprio, mas ainda mantendo a essência da região de procedência.

Criada em 2008 já ganhou respeito do público e da imprensa internacional (com notas médias acima de 91 pontos), estando já posicionada no TOP 10 de produtores boutiques do Chile.


Tenho provado e selecionado 3 rótulos para o site de e-commerce do qual contribuo na curadoria de vinhos (Selo Reserva) e achei interessante compartilhar as minhas impressões por aqui também. Confira a seguir.

Locura 1 Chardonnay 2013:



Procedente de vinhedos do Valle de Colchagua. O vinho passa 12 meses em contato com as borras (Sur Lie) e uma pequena parcela matura em barricas de carvalho para adicionar complexidade e estrutura. Muito prazeroso. De cor amarelo palha com reflexos esverdeados, tem aromas de baunilha, flores brancas e fruta fresca (pêra, banana, pêssego) e nozes. Na boca tem um corpo médio, mas de bom volume, muito macio e untuoso. Boa complexidade e acidez refrescante levam para um final amanteigado e com notas minerais. (DEC 93)









Clos dês Fous Subsollum Pinot Noir 2012:



Blend de uvas procedentes de Valle de Aconcagua e Malleco. Não espere um pinot em estilo Borgonha, pois nitidamente estamos diante de um vinho com características de Novo Mundo, mas certamente é bem interessante. A cor é mais extraída para a média da casta, indo para um rubi escuro, mostrando de cara mais corpo. O nariz traz aromas de flores de campo e notas doces de fruta madura como morango, cereja e groselha. Já na boca mostra outra face, sendo um pouco mais “sério”, com alcaçuz, cassis, e especiarias em destaque, boa acidez e taninos redondos, para um conjunto geral bem harmônico. O leve toque de amargor no retrogosto o torna perfeito para gastronomia. (RP 91)








Clos de Fous Grillos Cantores Cabernet Sauvignon 2011:





Com 4 anos de vida está hoje em sua plena forma, mostrando caráter e complexidade. Cor rubi intenso, tem nariz de violetas cereja madura, cassis, pimentão, eucalipto e um leve toque animal. Corpo médio, boa estrutura e volume, com excelente acidez e taninos numerosos, mas bem domados. O final de boca re-propõe as sensações aromáticas acima, pedindo para mais um gole. (RP 91) (DES 91)











2 comentários:

  1. Que bom que o melhor blogueiro do vinho está produzindo em 2016. Saúde, meu amigo! Tom Meirelles

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    1. Grande Tom,
      Obrigado! Sem os amigos nao sou nada...
      Abração!

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