segunda-feira, 27 de julho de 2015

Degustação exclusiva Ramón Roqueta

Em parceria com a distribuidora Saudável On Line e a importadora Calix by Decanter, organizamos no Rio de Janeiro uma degustação exclusiva dos rótulos da vinícola espanhola Ramón Roqueta. O evento contou com a presença do diretor da bodega, el señor Carlos Romero, e com a gerente nacional da importadora Paula Ramalho. Pela ocasião foi convidado um seleto público, igualmente dividido entre profissionais da área de vinho e clientes da casa.

A Ramón Roqueta é hoje o terceiro maior produtor vinícola da Espanha e possui mais 5 vinícolas além da principal que dá o nome ao grupo. Fundada em 1898, possui hoje 54 hectares dentro da denominação de origem Cataluña. Com produção superior a 5 milhões de garrafas, os vinhedos próprio obviamente não dão conta da demanda, por isto são adicionadas também uvas adquiridas dos melhores viticultores da região. A casa produz vinhos com perfil internacional e moderno, mas sempre com respeito do estilo regional, conjugando inovação e tradição. E ainda conseguindo manter qualidade associada a preços bem acessíveis.






O Carlos com muita simpatia e competência apresentou a vinícola e conduziu a degustação de 5 de seus rótulos.



- Ramón Roqueta Macabeo-Chardonnay 2014: leve e fresco, é um branco bastante aromático (fruta cítrica, flores brancos, notas minerais) perfeito para entradas e antepastos, mas devido a sua fermentação com as borras ganha certa complexidade, que o torna harmonizável também com pratos de peixe e aves. Corte de uva local com uma internacional.



- Ramón Roqueta Tempranillo 2013: a mais típica uva espanhola é chamada também de Ull de Lebre (olho de lebre) na região, nome também impresso no rótulo. É o best-seller da vinícola, pelo seu excelente custo/benefício. Jovem, frutado e gostoso, passa apenas 1 mês em carvalho apenas para dar uma amaciada aos taninos, mas sem que a madeira afete o frescor da fruta.



- Ramón Roqueta Garnacha 2013: outra uva bem característica (embora a origem da casta seja competida entre França, Espanha e Itália), a vinificação segue basicamente o mesmo conceito do vinho anterior. Aromas frutados sobre um fundo floral. Destaque para cereja madura e excelente acidez



- Ramón Roqueta Crianza 2010: fizemos uma surpresa desafiadora para o Carlos, pois conseguimos umas garrafas das safras 2007 e 2006 também para uma interessante vertical. Embora não seja um vinho de guarda as duas safras mais antigas se comportaram bem, mantendo bom equilíbrio, mas obviamente a 2010 está muito mais agradável, com fruta fresca e boa complexidade e aromas terciários (defumados principalmente) vindo do estágio de 6 meses em garrafa. Blend de Cabernet Sauvignon e Tempranillo, respectivamente 60% e 40%.


- Ramón Roqueta Reserva 2010: também um corte de Cabernet Sauvignon e Tempranillo, mas em proporções invertidas respeito ao anterior, é o vinho top da casa. 12 meses em carvalho francês e americano, mostra um cativante bouquet de coco, baunilha, eucalipto, café, tabaco e chocolate. Na boca é estruturado e complexo, com taninos redondos de qualidade em equilíbrio com uma ótima acidez.


Vale ressaltar que nenhum destes vinhos custa ao consumidor final mais de R$ 100, coisa rara especialmente nestes tempo para vinhos de qualidade. 




Obrigado mais uma vez principalmente ao grande parceiro Tom Meirelles, ao Paulo Uchoa da Saudável, a Paula Ramalho da Calix/Decanter e o ao Carlos Romero da Ramón Roqueta. 

*As belas fotos foram realizadas e gentilmente cedidas pelo Chico Carneiro do site Vinhos pelo Mundo 






Da esquerda para direita: Paulo, Mario, Carlos, Tom, Paula



sexta-feira, 24 de julho de 2015

Rio Wine and Food Festival promove concurso de fotografia no instagram!



Press news*: Para dar largada ao RIO WINE AND FOOD FESTIVAL (RWFF), que acontece entre os dias 28 de setembro e 4 de outubro, foi criado o concurso de fotografia “RIO, CORES e SABORES com muito VINHO”, que tem como mote “As belezas do Rio associadas à gastronomia e vinhos”. Os participantes deverão seguir o festival no instagram (@riowineandfoodfestival) e postar fotos com a hashtag #RWFF2015. As imagens serão publicadas em um álbum na página oficial do evento no Facebook e os cinco participantes que tiverem o maior número de curtidas em suas fotos serão eleitos vencedores pelo voto popular e estarão automaticamente selecionados para etapa final. Um júri escolhido pela direção do RWFF 2015 irá eleger a ordem de classificação dos cinco mais votados e os prêmios variam de acordo com a colocação. O concurso tem início no dia 24 de julho e encerra no dia 31 de agosto. O resultado será divulgado no dia 05 de setembro na página oficial do RWFF no Facebook.

Prêmios

Eleitos pelo voto popular:
1º lugar
Garrafas de vinho selecionadas pela coordenação do evento, no valor aproximado de R$ 500,00 e um exemplar do Anuário Vinhos do Brasil 2015.

2º e 3º lugares
Um exemplar do Anuário Vinhos do Brasil 2015 e kit “O melhor do vinho nacional” com duas garrafas – selecionados entre os vinhos medalha de OURO do Anuário Vinhos do Brasil 2015.

4º e 5º lugares
Um exemplar do Anuário Vinhos do Brasil 2015.

Eleitos pelo júri:

1º lugar
Um par de convites para jantar da abertura oficial no Copacabana Palace, garrafas de vinho selecionadas pela coordenação do evento, no valor aproximado de R$ 500,00, kit “O melhor do vinho nacional” com duas garrafas – selecionados entre os vinhos medalha de OURO do Anuário Vinhos do Brasil 2015 e um exemplar do Anuário Vinhos do Brasil 2015.

2º e 3º lugares
Um exemplar do Anuário Vinhos do Brasil 2015 e kit “O melhor do vinho nacional” com duas garrafas – selecionados entre os vinhos medalha de OURO do Anuário Vinhos do Brasil 2015.

4º e 5º lugares
Um exemplar do Anuário Vinhos do Brasil 2015 so em questão ou do festival do qual o mesmo faz parte (Rio Wine and Food Festival)


SOBRE O RIO WINE AND FOOD FESTIVAL:

Após o sucesso em 2014, o Rio de janeiro recebe novamente o RIO WINE AND FOOD FESTIVAL (RWFF), entre os dias 28 de setembro e 4 de outubro.  O projeto, pioneiro no Brasil, tem como objetivo atrair o grande público em torno do vinho e da gastronomia, desmistificando e democratizando a bebida. Durante os sete dias do festival, haverá eventos em toda a cidade, da zona norte à zona sul, desde o mais chique restaurante até o mais carioca dos botecos. O RWFF tem uma série de atrações em sua programação, como um jantar de abertura no Copacabana Palace, seminário de negócios na FGV, Feira Show, concurso de sommeliers na ABS Rio, ações em comunidades carentes e no Mercado Municipal do Rio de Janeiro, leilão beneficente no Fasano, movimento Rio Rolha Zero, além de muitas degustações e promoções pela cidade. www.riowineandfoodfestival.com.br



* texto redigido e  fornecido pela assessoria de imprensa do evento.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Visita ao Château Figeac, Premier Grand Cru Classé de Saint Emilion


Uma das visitas mais agradáveis que fiz durante minha recente viagem a Bordeaux foi ao Château Figeac, Premier Grand Cru Classé de Saint Emilion. Estamos na famosa margem direita, verdadeira meca para os merlot lovers (que nem eu). Mas, diferentemente das demais vinícolas da região que privilegiam justamente a uva merlot, no Figeac a casta é singularmente usada em proporção menor.

A origem parece remeter diretamente ao século 2 dC, a uma família da Gália-Romana de nome Figeacus que de acordo com historiadores, fundou o vilarejo de Figeac, no departamento de Lot. Uma das 5 casa nobres de Saint Emilion, o Château  já pertenceu à família Lescombes (que possuía o Château  Ausone) e parte de seus terrenos foram o do atual Cheval Blanc, cedido em 1832.


A mudança radical (e definitiva) aconteceu em 1892, com chegada da família Manoncourt que deu para Château  Figeac a cara e estilo que permanecem até hoje.
Especialmente o engenheiro agrônomo Thierry Manoncourt, soube manter as características tradicionais, mas melhorando as técnicas vitivinícolas, com isso ganhando fama de grande inovador. Inclusive foi o primeiro a introduzir os tanques de inox na região, sendo considerado como um dos inventores desta ferramenta de fermentação. Ele inclusive definiu o corte que se tornou a marca da casa e que nunca mais mudou:
30% Merlot, 35% Cabernet Franc e 35% Cabernet Sauvignon.


O Château  goza do título de Premier Grand Cru Classé desde a primeira classificação oficial de Saint Emilion em 1955 (diferentemente da de Médoc, ela é revista a cada 10 anos).

A propriedade é linda e na minha chegada fui recebido diretamente pelo simpaticíssimo diretor executivo M. Frédéric Faye, trocando idéias num agradável papo sobre vinhos em geral. A seguir a competente e também simpática Gwennaëlle Brieu me acompanhou no tour pela propriedade, contando a história da vinícola, explicando detalhadamente as técnicas de vinificação e finalizando numa degustação.



O solo em Figeac é sem igual, composto por areia e cascalho, numa mistura de quartzo, sílex e argila. A camada de cascalho tem 7 metres de profundidade, coisa única em Saint Emilion. Os vinhedos têm idade média de 40 anos, sendo algumas videiras de merlot do ano 1921 (quase a mesma idade do sujeito na foto a seguir!)

Os vinhedos, com o Cheval Blanc no fundo

As melhores videiras são periodicamente selecionadas para enxerto de novos plantios, para preservar a identidade dos vinhedos e manter o padrão de qualidade.

Na vindima também é usada uma mistura de técnicas tradicionais com as mais modernas: colheita e desengace manual, seleção das melhores uvas através de leitor óptico. 

O mosto fermenta em toneis de carvalho e em tanques de aço e estagia até 20 meses em barricas de carvalho. 





Indo para adega subterrânea onde tem a reserva de família com safra históricas e estoque privado (a prestigiada marca de Champagne Pol Roger pertence á família).


O momento mais esperado da visita aconteceu na linda sala de degustação, quando Gwennaëlle abriu 2 garrafas do Grand Vin e o Sr. Faye se juntou a nós para a prova. 



Chateau Figeac 2011: nariz complexo de mirtilo, cassis, alcaçuz, folhas secas e toque de especiarias (pimenta e canela). Na boca tem uma textura aveludada, com uma excelente acidez que transporta o grande corpo através camadas de sabores, em grande equilíbrio com álcool, madeira e taninos ainda jovens, mas muito finos. Longa persistência. (WE 94; JS 94)




Chateau Figeac 2009: safra histórica em toda Bordeaux, pegue as descrições acima e multiplique x 2 em intensidade. Grande complexidade e estrutura, groselhas, morango, tabaco, notas defumadas. No palato é pura seda, de grande volume e corpo bem macio, com alta acidez e taninos redondos. Final longuíssimo. (JS 98; WS 96)




Mais uma experiência única. Agradeço novamente a vinícola, nas pessoas de Mlle Gwennaëlle Brieu e M. Frédéric Faye por ter providenciado esta visita inesquecível com grande simpatia e competência.

Com a Gwennaëlle


terça-feira, 7 de julho de 2015

Impostos do vinho no Brasil. Entenda porque a sua garrafa vale 1/4 do que você pagou

De entrevistado a entrevistador: numa parceria com o site Vinhos pelo Mundo, realizamos este vídeo na Enoteca DOC, aconchegante loja e bistrô no centro do Rio de Janeiro. O tema é (infelizmente) sempre de atualidade: a carga tributária dos vinhos no Brasil. Para entender um pouco mais sobre o assunto convidamos o economista Carlos Henrique Cypriano, que além de ser especialista em tributos é um grande apreciador e consumidor do líquido de Baco; portanto ninguém melhor que ele poderia nos explicar, num bate-papo descontraído, porque uma garrafa de vinho chega a custar no Brasil 4-5 vezes mais que em seu País de origem. Confira, a seguir:






quinta-feira, 2 de julho de 2015

Os belíssimos vinhos da Mona Lisa!

Quem me conhece e/ou acompanha o blog sabe que tenho maior cuidado para não ressaltar nestas páginas os vinhos e parceiros com que trabalho diretamente. Para uma questão de ética e de imparcialidade prefiro comentar apenas de leve (quando necessário), e em geral nem falo sobre eles. Mas permita-me desta vez deixar a imparcialidade de lado, pois tenho o maior orgulho de trabalhar para esta prestigiada vinícola da Toscana cujos vinhos acabaram de chegar ao Brasil.

Localizada no coração do Chianti Clássico, a Vignamaggio  é uma das vinícolas mais antigas (senão a mais antiga) de Itália, com sua história remetendo a idade média, e este documento oficial – na foto a seguir -guardado na biblioteca pública de Florença, datado 26 de Outubro de 1404 certifica que nesta época a casa já produzia e comercializava vinhos.




Além de mais, sua história é diretamente ligada a uma das maiores pop-star que o mundo já conheceu: Lisa Gherardini. O nome pode não dizer muito aos demais, mas saiba que se trata da famosa Mona Lisa, modelo retratada pelo Leonardo da Vinci, no mais famoso quadro de todos os tempos. Ela nasceu dentro da propriedade em 1479, filha do Anton Maria Gherardini, então dono da vinícola e amigo do Leonardo, que costumava frequentar a casa e apreciar seus vinhos. Ademais acredita-se que a celebérrima pintura foi até realizada dentro da Vignamaggio, inclusive as colinas e os vales retratos no fundo da obra são os mesmos e exatamente na mesma perspectiva que podem ser vistos pela janela do palacete.

Portanto finalmente podemos desvendar o motivo do misterioso e enigmático sorriso da Mona Lisa: o Leonardo e a Lisa estavam tomando uma bela caneca de Chianti! :-)

Hoje a Vignamaggio é uma das mais badaladas vinícolas da região, constantemente ganhando prêmios, elogios e altas notas pela imprensa internacional. Inclusive é a fornecedora oficial do Palácio do Governo e do Senado da Itália (façanha não para qualquer um...).

Outra coisa importante é que os vinhedos são todos conduzidos de maneira orgânica.

Conseguindo manter consistência e alto padrão ao longo das safras a partir dos vinhos de entrada e terminando aos super-premium, seu foco são naturalmente os vinhos Chianti Classico (please não confundir com a denominação Chianti “generica”), a famosa DOCG do galo negro 

Os vinhos atualmente disponíveis no Brasil são 5 (a vinícola tem uma linha um pouco mais extensa): um pequeno supertoscano, 3 chiantis classicos de vinhedo único e um supertoscano. Vocês já sabem minha opinião sobre a crítica internacional e relativas notas, mas como já disse em outras ocasiões, entendo o peso comercial da questão, e as pessoas sempre me pedem, portanto vou também colocar aqui os scores médios destes rótulos.

-     Il Morino Supertuscanino - Predominância de Sangiovese com um pouco de Merlot. De um vinhedo único, o mais jovem da propriedade o vinho é uma delicia, fresco e perfeito para  comida. 90 pontos da Wine Spectator, raridade para vinhos italianos deste preço.  


-     Chianti Classico DOCG Terre di Prenzano – Sangiovese 100% com 8-9 meses de estágio em madeira, mais 4-5 em garrafa. Chianti no verdadeiro estilo tradicional, com aquela gostosa acidez gastronômica.  Considerado Top Value pela Wine Spectator, com média de 90 pontos. 5 * Decanter


-    Chianti Classico DOCG Gherardino – Sangiovese 80-90% e o restante de Merlot, que matura por 12 meses em carvalho mais 4-5 em garrafa. Este é um Chianti com um perfil mais internacional, macio e refinado. Italy’s Finest Value pelo Parker com 90 pontos. 2 Bicchieri Gambero Rosso. 5*Decanter;  4 Grappoli AIS


-      Chianti Classico Riserva di Monna Lisa Gran Selezione – Lançamento deste ano, a classificação de Gran Selezione é o mais alto nível qualitativo que a legislação italiana pode atribuir para um vinho, e nos orgulhamos de ser entre os poucos elegidos que podem ostentar este “título” no rótulo. Produzido apenas nas melhores safras, tem 90% de Sangiovese, faz uma maturação total de 30 meses, sendo cerca de 24 em barricas mais 6 em garrafa. Chianti top mesmo, um dos mais elegantes e complexos da denominação, veludo puro. O simples reserva (linha abaixo desta) costuma ter notas médias de 93 Antonio Galloni, 92 Robert Parker, 92 Wine Spectator, 3 Bicchieri GamberoRosso, 5 grappoli AIS. Highly Recommended pela Wine Spectator e Decanter.



-         Obsession Toscana Rosso IGT – Um delicioso blend de Merlot e Cabernet Sauvignon (60%/40%) com envelhecimento de 18 meses em barrica e mais 6 em garrafa. Macio e envolvente e de incrível custo/beneficio! As garrafas são limitadas, tendo seus rótulos pintados por renomeados artistas toscanos. 2 Bicchieri Gambero Rosso. 91 pts Galloni, 90 Parker, 92 Wine Spectator; 91 Wine Enthusiast. 4 grappoli AIS.
  
Estes vinhos são disponíveis no Brasil graças a nossa parceria com a Enoeventos, e poderão ser adquiridos diretamente no site da importadora a preços inacreditáveis para o nosso aquecido mercado Brasileiro.

Eu apresentando os vinhos na primeira "saída" oficial
Last but not least: a vinícola tem uma excelente estrutura para enoturismo e nossa equipe será feliz em recebê-lo em nosso histórico resort. - Interessados podem me contatar em privado (cabe desconto!).
Inclusive se alguém viu o filme “Muito Barulho Por Nada” (com elenco estrelar!) fique sabendo que foi rodado inteiramente dentro da Vignamaggio. Coitados de Michael Keaton, Denzel Washington, Emma Thompson, Keanu Reeves, Kenneth Branagh, Kate Beckinsale (entre outros...) que ficaram 3 meses hospedados na propriedade: deve ter sido muito desagradável...;-) Confira a seguir algumas fotos.